quarta-feira, 29 de julho de 2009

Peregrinação a Fátima - 4ª Etapa


Quinta Feira, 8 de Maio de 2008. Mealhada -> Condeixa

Acordei com dores no joelho, tinha sérias dúvidas se aguentaria a etapa, receei que a minha caminhada terminasse neste dia, mas não terminou e se não terminou devo-o seguramente á minha fiel companheira nesta peregrinação, a Cristina, neste dia não me abandonou um instante e foi-me sempre a incentivar.

Tomei o pequeno almoço, iamos abandonar o complexo onde me senti bem nestes dois dias, as estrelas que nos acenavam nos dias anteriores, neste noite estavam escondidas com medo das imensas nuvens que emprestavam mais escuridão á noite já dela escura.

Antes de partirmos, andei por ali como que a fazer um aquecimento, talvez o meu joelho precisasse disso e o que é certo é que me senti melhor , infelizmente não por muito tempo.

Ainda na Mealhada, já á sua saída,a chuva apareceu, fizemos uma primeira paragem forçada de modo a permitir que o pessoal pegasse em roupas ou guarda chuvas para se abrigar da chuva. Eu tinha uma capa na mochila, mas antes de pararmos a Cristina pediu á Rosa uma capa para mim, pedido que a Rosa realizou, mas quando paramos troquei, sempre dava para algum desprevenido a usar.

Mais á frente voltaram as dores do joelho e dores fortes, a Rosa deu-me um comprimido, não sei de quê, tomei sem ver, mas o efeito durou 1 hora se tanto e cada vez me sentia pior.

Não podia falhar, não podia abandonar, estava a realizar uma promessa feita pela minha mãe, não podia deixar a tarefa a meio, havia que prosseguir e com a preciosa ajuda da Cristina lá fui andando.

Os problemas na comitiva também iam surgindo, uma mulher abandonou, não aguentou por problemas de saúde, o senhor Joaquim também foi forçado a abandonar e outros estavam presos por arames, grupo no qual eu me incluia. Antes de Coimbra terminou a primeira fase da etapa, depois arrancamos quatro elementos,o Chico vinha connosco e a partir de um certo momento ele levava a minha mochila com a máquina fotográfica, até aparecer a carrinha de apoio, aí passou tudo para a carrinha, sempre iamos mais leves.

Esta etapa é especial no seio daquele grupo de peregerinos, pois em Coimbra faz-se uma paragem numa pequena capela que pertence a uma das pessoa da organização, o senhor Paiva que era motorista de uma carrinha de apoio.

Quando lá chegamos sempre acompanhados pela chuva desde a Melhada, já lá estava cerca de uma dúzia de peregrinos a aguardar, quando chegou o pessoal todo rezou-se ali um terço, em grupos separados por ranges de idades. Acabou por ser um momento marcante.

Passaram-me um gel no joelho a frescura do mesmo aliviou-me a dor. tiramos uma ou outra foto do grupo e prosseguimos a caminhada em grupo compacto que rapidamente se desfez, eu ia com a Cristina e o Luís num ritmo mais lento, ao andar já não sentia dor, mas tinha receio de forçar a perna, mas aos poucos fui ganhando confiança e começamos a melhorar o nosso ritmo de tal modo que ainda apanhamos muitos peregrinos que nos tinham passado.

A subida de Coimbra para Condeixa, deu-me a certeza que estava bem, os maus momentos que tinha passado na etapa parece que tinham ficado na capela, estava como novo, no entanto continuava com o joelho elástico. Foi em plena subida que nos cruzamos com um caminheiro solitário, muitos quilometros ainda o aguardavam até chegar a Santiago.

Chegados ao final da etapa, aguardamos um pouco para reunir mais pessoal e viemos em grupos na carrinha do Cardoso até ao centro de Coimbra, iamos lá dormir, o hotel escolhido foi o Almedina. Na recepção fiquei a saber qual era o quarto, ficava de novo com o Luis.

Recolhemos as nossas coisas que estavam centralizadas num quarto e fomos para o nosso descansar um pouco. Eu sentia-me fresco, tomei banho e estive deitado a fazer horas para irmos almoçar.

O almoço foi num restaurante que mais parecia uma tasca, comi bacalhau com migas e gostei, normalmente neste tipo de locais come-se bem e de facto mais uma vez comprovei isso. Depois do almoço voltamos para o hotel, dormi até á hora do jantar.

O jantar foi num outro restaurante e desta vez fui nuns filetes de pescada. Antes de regressarmos ao hotel fomos a uma pastelaria situada quase em frente ao hotel, comprar uns bolos para o nosso pequeno almoço, o hotel não tinha.

O contador de passos certamente falhou muitos, mas de qualquer modo ele marcava 18961, certamente fiz bem mais, mas não os contei.


1 comentário:

  1. Nada como arranjar alternativas para desviar a dor...
    Com algum esforço, mas consegue-se.. ainda quando se tem um motivo bem forte que nos faz mover...

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