quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Férias 2009 - Chegada a Casa



O tempo continuava magnifico, muito sol.
O nosso abastecimento era feito em andamento, iamos comendo e bebendo enquanto se iam “queimando” km de alcatrão. A máquina fotográfica de quando em vez também entrava em acção, mas esporádicamente, já não havia grandes motivos de interesse para serem registados na máquina a não ser a larga extensão de vinha que existia na região da La Rioja, via-se vinha a perder de vista.
Decidimos efectuar uma paragem para descansarmos e comermos qualquer coisa e essa decisão comtemplou de novo a estação de serviço de Logroño, já no ano passado tinhamos efectuado uma paragem ali.
Desta vez era possivel comer o que não tinhamos conseguido da outra vez, “Tortilla de Batata”, para beber aproveitei uma cervejinha a Nelly ficou-se pelos refrigerentes, são as vantagens e desvantagens de ir ao volante.
Com uma visita ao Wc e outra á pequena loja onde nada compramos, ficou completa a nossa visita áquela área de serviço, voltamos para a estrada, a mesma AP68 que uns largos km depois deixaríamos para entrar na AP1.
A entrada na AP1 requer algum cuidado para se entrar no caminho desejado, caso contrário pode-se seguir em direcção a Bilbao, nós pretendíamos seguir para Burgos e não teve nada que enganar.
A auto estrada registava  bastante movimento, no entanto e felizmente para nós o maior movimento registava-se no sentido oposto.
A viagem até Burgos decorreu normalmente, nada de relevo se tinha passado a não ser ter visto pela primeira vez um carro com matricula marroquina, devia estar de regresso á terrinha, tal como nós. Na chegada a Burgos avistamos ao longe as torres da Catedral da cidade. Pelo que se apercebe da auto estrada , deve ser imponente aquela catedral. Nunca a visitei, fica sempre a meio do percurso, e se ida há “pressa” de chegar, no regresso também não há tempo para mais paragens, só mesmo se o percurso vier algum dia a comtemplar alguma visita á cidade é que a deveremos visitar, caso contrário creio que ficaremos sempre pela imagem que se vê da auto estrada.
A tarde avançava em bom ritmo e o transito também aumentava no troço Burgos para Valladolid, nós mantinhamos a nossa velocidade cruzeiro e nada de anormal se passava. A Nelly perguntou-me a que horas previamos chegar a casa eu alvitrei que por volta das 23 mas em condições normais estariamos mais cedo, entre as 21 e as 22.
Na passagem por Valladolid e por ainda ser dia não se viam os neons dos clubes que vimos na viagem de ida, o que se via era o céu a ficar mesclado com algumas nuvens e algumas eram um pouco escuras, talvez ainda apanhassemos chuva.
Como ainda era dia, não estavamos a cumprir as nossas regras de segurança, em efectuar uma paragem pelo menos de 3 em 3 horas, previamos parar apenas perto da fronteira e para atestar o carro antes de entrar no nosso país onde a gasolina está muito mais cara.
Entramos na A6 a auto estrada que liga a Coruña a Madrid, ainda percorremos uns largos km, nesta auto estrada. Os campos de vez em quando tinham um colorido diferente, umas vezes devido á própria cor da terra, também avistavamos de vez em quando terrenos onde parecia terem feito autências plantações de paines solares. Cada vez mais se vão vendo investimentos na area das energias limpas e renovaveis, exemplos disso os paineis solares e as tradicionais ventoinhas, é algo que já está vulgarizado na paisagem, facilmente se veêm as ventoinhas nos locais mais elevados.
Depois de deixarmos a A6, entramos na A52, estavamos cada vez mais perto, o dia começava a ficar mais esquisito, o céu continuava mescaldo do azul com a escuridão de algumas nuvens, o sol de vez em quando quiçá envergonhado escondia-se numa ou noutra nuvem.
O transito na A6 tinha sido pouco, mas na A52 ainda era menos. Aos poucos começavamos a aproximar-nos da nossa fronteira, talvez já desse para ouvir alguma das nossas rádios, mas para já continuavamos a ouvir as muitas músicas que tinhamos gravado para ouvir via transmissor de FM.
Tentamos parar na mesma area de serviço que tinhamos parado na viagem de ida, mas estava dificil de acertar, o problema é que ali na A52 as areas de seriço ficam fora da estrada, muitas vezes até se encontram dentro das localidades. Saímos para uma, mas após a saída não encontramos a indicação da area de serviço, por isso voltamos para a A52 até encontrarmos uma outra. Não tinhamos urgência em abastecer, o carro ainda tinha combustivel para andar um bom bocado. Mas acabamos por sair em Mombuey, a estação de serviço ficava na nacional. Atestamos o depósito, a Nelly não me deixava pagar. Logo contiguo á estação de serviço tinha um snack bar, decidimos ir até lá comer qualquer coisa.
Comidas quentes não tinha, fomos para uns Bocadillos de presunto. O homem foi para dentro, demorou uns minutinhos  e quando voltou trazia quase que duas baguetes com presunto no meio, era enorme. Uma daquelas e dava para os dois. Bebi uma cervejinha a Nelly ficou-se por refrigerente. Do meu sobrou um bocado, não conseguia comer tudo, da Nelly sobrou um bocadão. Tinhamos lanchado .... e jantado certamente.
Para voltarmos á A52 passamos pela localidade, andamos uns metros na nacional e essa atravessa a pequena localidade.
Não previamos efectuar mais nenhuma paragem, o dia também caminhava para o fim, a luz solar ia dando lugar á escuridão.
Entramos na lusa pátria já a noite tinha caído, assim que entramos no nosso território e um pouco á imagem do que a Nelly tinha feito no ano anterior, guardei a máquina fotográfica.
Ao longe a escuridão era rompida pela luz avermelhada de um incêndio florestal, não sei se em território nacional ou espanhol.
Entramos na A24 que nos ligaria á A7, estavamos a pouco mais do que uma centena de km do términus das nossas férias.
Na entrada para a A7 e antes das portagens apanhamos o pior momento da viagem destas férias, um banco de nevoeiro muito intenso, a visibilidade era quase nula, foram momentos complicados aqueles, era dificil andar naquelas condições e a Nelly não sabia onde se ligava o farol traseiro de nevoeiro.
Fizemos alguns metros, não sabemos precisar quantos, até podem ter sido apenas algumas centenas, mas parecerem largos km tal a dificuldade imposta. Aos poucos foi atenuando e com isso a nossa viagem foi retomando o ritmo normal.
Na zona de Vizela deixamos a A7 e passamos para a A11 até Lousada, aí entramos na A42 e em Paços de Ferreira na A41 para pouco depois eu chegar a casa.
Descarregamos as minhas coisas e a Nelly foi para casa, ela precisava de descansar, a viagem tinha sido longa e o nevoeiro provocou um aumento do desgaste e no dia seguinte ela trabalhava.
Estava terminada a viagem das férias de 2009 , com um balanço muito positivo, sem pontos negativos a referenciar e com um enorme desejo que cheguem rápido as férias de 2010 para podermos lá voltar, pelo menos planos não faltam, falta o calendário chegar lá.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Férias 2009 - Regresso a Casa ( Cap 2 )



Prosseguimos a viagem, a descida continuava, não tão ingreme, mas mesmo assim era preciso conduzir com precaução, de vez em quando a estrava fazia uns cotovelos complicados, tinha de se andar devagar, foi sempre a descer até chegarmos a uma localidade de seu nome Laruns, ali encontramos a estrada que vem de Pau, chegou a ser equacionada a hipótese de virmos por ali, creio que essa estrada anda sempre pela base das montanhas, certamente que passará em locais igualmente belissimos , mas não estavamos arrependidos com a escolha efectuada, de modo algum, estávamos sim extremamente satisfeitos.
Laruns fica num vale, o casario ainda é considerável, e viam-se muitas casas com aspecto de chalés de montanha, nos telhados predominava o preto.
Deixamos a estrada de montanha D918, para entrarmos numa outra que também  era de montanha, a D934, nessa viemos até á fronteira de Espanha.
O caminho até á fronteira também é belissimo, o verde imperava, muito arvoredo que á medida que iamos de novo subindo embora de uma forma suave ia reduzindo, estava fascinado com tanta beleza natural, esta estava a ser a melhor viagem de regresso no que á paisagem dizia respeito, sempre gostei de todos os caminhos, mas este era de facto o número um. Atravessar os pirinéus corresse o risco de encontrar paisagens belissimas. Nestes três anos que vou com a Nelly para Cap, fizemos sempre caminhos diferentes para passar os pirinéus no regresso a casa, na ida vamos o mais directos possivel, no regresso tentamos contemplar mais a natureza.
Les Eaux Chaudes, zona de termas, é igualmente um pequeno e bonito local, ali passamos sem parar, assim como em outros locais tais como Gabas,Soques, depois disso
No caminho ainda em França, apareciam pequenos tuneis na estrada que eram locais onde existe probabilidade de avalanches de neve no inverno, quando eles locais coincidem com a estrada eles fazem pequenas coberturas sobre a estrada de modo que a neve não bloqueie a estrada e estão numerados, a Nelly teve dúvida se a numeração era o nrº do tunel ou do ano de construcção, verificou-se ser o ano e não o nr. Vimos também uma zona que estava mesmo identificada como zona de avalanche de neve e desembocava perto da estrada , mas num buraco.
A vegetação começava a ser mais rasteira, El Portalet, zona de fronteira, a subida tinha terminado, julgo que andavamos pelo milhar e meio de metros em altitude , mas a subida tinha sido suave, fez-se muito bem.
Iniciamos uma fase de descida, a estrada continuava a ser magnifica, o piso era bom. Um pouco abaixo da fronteira paramos para tirar mais algumas fotos, as filmagens tinham acabado, não havia mais fita.
De vez em quando aparecia um povoado com chalés tipicos de montanha, bonito cenário, mas á medida que nos iamos afastando dos pirinéus, o verde ia sendo ocupado pelo amarelo. Passamos em Lanuza , Escarrilla e Biescas, aqui entramos na N260, seguimos sempre as indicações de Huesca. Perto de Sabiñanigo entramos na autovia A23 até Zaragoza, passamos ao lado de Huesca e ainda efectuamos uma paragem no posto de abastecimento para atestar o depósito, a paisagem luxuriante dos pirinéus tinha ficado para trás, agora a paisagem era a tipica paisagem espanhola, muito amarelo em que até as casas  se confundem com a cor da terra.
Aos poucos fomos avistando o aglomerado habitacional de Zaragoza, já é uma grande cidade, mas não a andamos a descobrir, da A23 passamos para a AP68, o caminho agora era directo a casa e ainda tinhamos muitos km para efectuar.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Férias 2009 - Regresso a Casa ( Cap 1 )



Segunda Feira, 24 de Agosto de 2009

Dia da chegada a casa.
Acordamos cedo, o dia estava um pouco esquisito, via-se nevoeiro e isso fez-me pensar se de facto iriamos fazer o percurso que tinhamos estipulado, enquanto pensavamos fomos ao banho e preparamo-nos para sair. Eram 8h42 hora local, quando abandonamos o hotel. Ainda não tinha decidido se alteravamos ou não o percurso de regresso a casa. Assim que começamos a andar na estrada ficou decidido que iamos tentar fazer o percurso pelo Col D’Aubisque.
Saímos de Lourdes e entramos em zona rural tendo como cenário de fundo altas montanhas, montanhas que em breve seriam atravessadas por nós.
Fomos pela estrada D821 até Argelés-Gazost, local bonito, muito florido , aí entramos na D918, estrada de montanha, mas sempre com bom piso, começamos a subir, lentamente mas ia-se subindo, por ali ainda se via algum casario com caracteristicas tipicas de montanha, os telhados eram mais inclinados. Começamos a ver cenários idilicos , pelo menos tendo em conta os meus gostos, muitas e belas paisagens, sempre que possivel ia fotografando e de quando em vez filmando um pouco. O nevoeiro que me tinha assustado em Lourdes não se fazia sentir, o céu estava azul, o sol brilhava. De vez em quando aparecia uma pequena povoação, Aucun era uma delas, pequena e bonita, mas á medida que iamos subindo os sinais de casas iam desaparecendo, o que se via era um ou outro corajoso a pedalar subindo aquela encosta que nos levaria ao Col D’Aubisque. Na estrada periodicamente aparecia um marco em que tinha o sinal de um ciclista a pedalar e dizia a altitude a que estavamos, a subida até ao Col D’Soloum é puxada, dali ao Col D’Aubisque é uma subida moderada embora ainda se subam umas duas a três centenas de metros.
Logo após o Col Soloum paramos para contemplar toda a beleza que desfilava nos nossos olhos, tiramos algumas fotos e filmamos, aquilo era fantástico, na parte baixa da montanha via-se um enorme manto branco cobrindo o longo vale, era o nevoeiro que ainda escondia o céu do que existia lá no fundo, pois ele também nos impedia de ver o vale.
Enquanto estavamos parados passou uma auto caravana e três carros, nós passamos a fechar o grupo e assim fomos até ao Col D’Aubisque onde voltamos a ficar sozinhos para efectuar a ingreme descida.
No Col D’Aubisque não paramos, na altura entendemos não parar, mas agora penso que seria melhor parar, sempre tiravamos uma foto lá no alto para a posteridade, alguns carros estavam lá parados, existe um edificio que deve ser algum café restaurante. O que também encontramos no topo foram alguns cavalos selvagens, apenas umas meia dúzia e não mais. Iniciamos a ingreme descida e que descida. Não sei quando a volta á França passa por aqui qual a encosta utilizada, mas se fazem a subida pela encosta que agora desciamos ..., até doi só de ver.
Apesar da violenta subida, viamos alguns aventureiros e pelo menos uma aventureira, facto que nos deixou espantados mas nem todos resistiam, vimos um a caminhar, já não pedalava, aquilo não é nada fácil. Até a descida é complicada. Passamos em mais um estabelecimento , tipo café / restaurante que estava algures perdido na estrada mas que deve ser de grande utilidade a quem por ali passa, nós não paramos, continuamos a descer até que avistamos um pequeno aglomerado habitacional, Gourette.
Assim que lá chegamos paramos um pouco, mais com o intuito de deixar os travões do carro arrefecer um pouco, a descida até ali tinha sido muito exigente para os travões, havia que os deixar arrefecer. Gourette é um local tipico de montanha, gostei daquilo, a Nelly também gostou, filmamos e fotografamos. Achamos curioso foi as tonalidades que as montanhas tinham, o cenário era belissimo e nós estavamos a ter a sorte de estar ali. Estavamos de tal forma extasiados com a beleza natural que nem sabiamos as horas, não havia o minimo controlo do tempo, tudo fluía naturalmente.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Férias 2009 - Lourdes



Quando nos aproximavamos de Carcassone eu tentei por todos os meios fotografar o enorme e belo castelo, mas..., é dificil, o arvoredo na auto estrada não facilita e com o grande volume de transito não dá para abrandar quanto mais parar, seguimos, talvez um dia tenhamos oportunidade de visitar o castelo, ter uma foto panoramica do mesmo, deve ser dicifil, pelo menos tirada da auto estrada.
Antes de chegarmos a Toulouse, paramos de novo numa area de serviço, a Nelly estava carente de uma dose de cafeína, ela foi tomar o café e eu fiquei junto do carro, já o dia estava de novo bem quente. Não nos demoramos muito por ali, fizemo-nos de novo á estrada.
Á medida que nos aproximavamos de Toulouse o volume de transito ia aumentando, mas serenamente nós prosseguiamos a nossa caminhada, em breve deixariamos a A61, assim que chegamos á portagem deixei de lado a fotografia para me concentrar no caminho e fornecer as indicações á Nelly, passar Toulouse não é complicado no entanto requer muita atenção para não haver enganos no caminho e felizmente não nos enganamos, alguns km depois de Toulouse entramos na A64, seria essa auto estrada que nos levaria até ás proximidades de Lourdes.
Assim que voltamos a entrar na auto estrada tudo voltou a serenar e voltei ás fotografias, de vez em quando disparava ao calhas, depois veria o que saía.
Aos poucos fomos vendo ao fundo um “muro” constituido pelas montanhas dos pirineus, a paisagem começava também a ter um verde mais vivo e os km para o nosso destino a diminuirem.
Saímos da auto estrada, estavamos a cerca de duas dezenas de km de Lourdes. Passamos junto ao aeroporto no momento em que um avião levantava voo, do modo que ele ia estava a querer ganhar altitude rapidamente.
Chegados a Lourdes tentamos arranjar um local para estacionar o carro e mesmo junto ao hotel estava um carro a sair, era um bom lugar para deixar o carro, no entanto o hotel tinha estacionamento , a pagar é certo, mas o facto de ser fechado dava-nos outras garantias, por isso quando fui á recepção falei no estacionamento. 8€ um dia, não é barato tendo em conta que estava hospedado ali, mas aceitei, desse modo o carro ficava num parque fechado.
A recepcionista , de seu nome Fátima, era lusitana. Ela já falava com algum sotaque. Inicialmente a conversa deu-se na lingua local, mas quando ela viu que eu era lusitano começou a falar também na lusitana lingua, até facilita.
O hotel não é grande, tem 5 pisos e o nosso quarto era o 509, quarto normal, dava perfeitamente para nós.
Tomamos um banho e decidimos ir comer qualquer coisa, naquela hora só no Mc Donalds certamente.
Descemos a avenida e lá encontramos o dito, eu sabia que ali existia um.
A sala era grande e tinha algumas pessoas numa fila um tanto ao quanto desorganizada. Desorganização também parecia ser a palavra de ordem naquele estabelecimento, nunca em toda a minha vida demoramos tanto tempo para sermos atendidos, era inacreditável, a classificação a atribuir ao atendimento era péssimo, tudo devido á demora, mas não tinhamos alternativa por dois motivos, era domingo e a hora normal de almoço também já ia longe.
Após o almoço fomos efectuar uma visita ao recinto da catedral, fomos caminhando e vendo as lojas de comércio que apesar de ser domingo muitas estavam abertas ao público, principalmente as que vendiam produtos alusivos a Lourdes. Achei que ali ia conseguir encontrar á venda as bandeirinhas e lá estavam elas, comprei uma francesa e uma espanhola. A Nelly também comprou um souvenir para me oferecer e umas velas para colocarmos num dos varios “queimódromos”  que tem junto á gruta. Estava a iniciar-se a celebração de uma missa junto á gruta, outra parecia ter terminado há muito pouco tempo num enorme terreno relvado do outro lado do rio, ainda tinha gente a vir de lá numa espécie de procissão. A esmagadora maioria das pessoas eram deficientes motoras, faziam-se deslocar em cadeiras de rodas.
Deambulamos por ali, á sombra estava-se bem, ao sol nem por isso, passamos para a outra margem do rio, estivemos um bocadinho sentados junto á margem e depois continuamos a nossa caminhada.
Fiquei surpreendido com o enorme numero de turistas italianos, pelo que me foi dado perceber eles deviam ser a maioria, portugueses também lá tinha, além de ouvirmos algumas pessoas falarem a nossa lingua, também era visivel uma ou outra bandeira nacional.
Desta vez não entramos dentro da basilica superior, apenas na inferior. Cerimónias religiosas não faltavam, no exterior decorria também uma em lingua alemã, á noite iria decorrer uma procissão das velas, faziamos intenção de ver, além do simbolismo, é um espectaculo visual.
Fomos caminhando em direcção ao hotel, começavamos a sentir alguma fadiga, o tempo continuava quente e para “abafar” temporáriamente o calor nada melhor que um gelado.
No hotel descansamos um pouco, estivemos por lá até acharmos ser hora de jantar. Ponderamos algumas hipóteses no entanto acabamos por ir ao Mc Donalds e em má hora decidimos, aquilo estava pior que na hora de almoço. Tinha mais gente a trabalhar e mais gente na fila, eu não entendo como aquilo tem um funcionamento tão mau. A Nelly queria filete de peixe, eu não achava boa ideia, as coisas demoram demasiado e como aquele nem é dos que tem muita saída era melhor ela pensar numa alternativa, mas iamos controlando o stock na prateleira e quando chegou a nossa vez ainda tinha stock e ela acabou por comer o que queria.
Demoramos imenso, a hora da procissão das velas já lá ia, mas mesmo assim fomos até ao recinto ver se ainda apanhavamos alguma coisa, apanhamos o pessoal a sair e deviam ser dos últimos, não deu para ver, foi pena. Também não tinhamos muito mais a fazer por ali, por isso dirigimo-nos para o hotel, o dia seguinte ia ser um longo dia de estrada, estavamos aproximadamente 1200 km de casa e a viagem na parte inicial era desconhecida por nós, queriamos passar no Col D’Oubisque, por isso fomos descansar.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Cap D'Agde 2009 - A Partida



Domingo, 23 de Agosto de 2009

Chegou o dia menos desejado, desejavamos que este dia demorasse mais a chegar, mas ele estava ali e com muito sol, tal como todos os dias que o antecederam e que tiveram a nossa presença.
Ainda me passou pela cabeça ficarmos por lá um pouco mais, fazermos praia de manhã e partir por volta da hora do almoço, isso era viavel, tinhamos era de deixar o lugar vago e metiamos o carro num parque improvisado para esses casos, mas achamos melhor deixar as coisas seguirem o rumo que inicialmente tinhamos estipulado. Assim, levantamo-nos um pouco mais cedo que o costume, começamos a arrumar as coisas todas, deixando a tenda para o final, o colchão da cama foi das primeiras coisas, depois os quartos da tenda, por último a cobertura da tenda e os oleados do chão. A tenda foi fácil de desmontar e arrumar, o saco da tenda estava estranhamente vazio, mais tarde apercebemo-nos que faltava guardar no saco os dois quartos. Por fim ficou o que pensariamos ser fácil e era de facto, não contavamos era com as condições em que aquilo estava, o oleado, o grande, estava cheio de terra e algumas folhas misturadas, era muito complicado limpar aquilo ali, por isso optei por dobrar o melhor possivel e guardar aquilo embrulhado para não sujar as outras coisas.
Estava tudo guardado no carro, a hora de saída começava a ficar muito próxima. Fomos ao banho.
Vestimo-nos e ... partimos. Deixavamos o centro para trás, com uma enorme vontade de voltar no ano seguinte, esperemos que tal seja possivel.
Eram 9h42m, hora local quando passamos a portaria do parque, deixamos as braceletes que nos identificavam como “residentes” do mesmo , carimbaram a factura e abriram a cancela. Comecei a tentar filmar a saída do centro, não dava para filmar abertamente, filmagens e fotografias são proibidas dentro do recinto, por isso havia que tomar algum cuidado. O caminho até á saída era curto, não dava para filmar grande coisa do centro.
Deixamos a village e seguimos os ajardinados arruamentos até próximo do centro de Cap, daí tomamos a direcção da saída, para pararmos junto ao posto de abastecimento do hipermercado, precisavamos de abastecer o carro e a gasolina ali estava bem mais barata que nos restantes postos. Esperavamos voltar a meter gasolina apenas em território espanhol.
O movimento na bomba de gasolina é sempre grande devido ao baixo preço, nós aguentamos na fila e o sistema  em funcionamento era self service com pagamento automático, o que demorava mais, mas na verdade não tinhamos pressa.
Depois de deixarmos Agde fomos para a auto estrada, apanhamos a já nossa familiar A9 direcção Narbonne, também aqui o movimento era intenso, mas nós lá fomos andando num ritmo certo e calmo. Tal como no ano anterior paramos logo na primeira area de serviço para tomar o pequeno almoço.
Estacionamos num local onde não faltava espaço, a Nelly sentou-se no lancil , servia de banco e bebeu sumo comendo umas bolachinhas, para mim foi a mesma dose. Estivemos ali uns 5 a 10 minutos não mais, mas a Nelly por momentos parecia estar triste, distante, pelo menos a expressão dela era diferente, mas continuava bonita. Ela dizia estar bem, mas eu achava que não, estava diferente, não sei se seria devido á viagem, esperava que fosse isso ou pelo menos que não fosse nada de especial.
Prosseguimos a viagem na A9 até esta se encontrar com a A61 , entramos nesta última, cada vez mais Cap ia ficando para trás.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cap D'Agde 2009 - Os Últimos Momentos




Sábado, 22 de Agosto de 2009

Dia grande desejavamos nós que fosse para nos permitir fazer muita coisa e grande dia previamos nós pelo que pensavamos fazer.
Começamos pelo já comum banho e pequeno almoço, depois fomos para a praia, era sábado, tinha muita gente, mas não se notava se tinha mais por ser sábado, todos estes dias tinha tido imensa gente na praia. Grande parte do tempo estivemos metidos na água, estava-se bem dentro da mesma e fomos observando o movimento no areal, ainda estavamos na parte matinal, mas tinha gente já muito bem acordada, já se fazia notar alguma agitação aqui ou acolá, mas sem chegar á formação das rodinhas.
Inicialmente tinhamos previsto comer enlatados ao almoço e comprar comida para a noite, mas depois optamos por inverter a situação, compravamos comida ao almoço e depois ao final do dia não precisavamos de controlar horas para ir buscar o jantar, isso podia dar-nos mais liberdade de movimentos se assim pensamos, melhor o fizemos.
Abandonamos a praia, podiam ter sido os derradeiros momentos que ali passavamos este ano, aliás agora tudo o que era feito tinha quase que o carimbo de despedida.
Fomos ao Raphael comprar a comida, já lá tinhamos estado este ano a comprar o “roti de porc”, desta vez fomos para a muito comum por aquelas terras, “paella”. Compramos uma dose para os dois e fomos almoçar, até tinhamos interesse em almoçar cedo, depois do almoço tinhamos agendado ir a nova sessão da festa da espuma. Abria cedo, quando lá passamos a caminho do centro para comprar comida, vimos que já tinha gente lá dentro, nós também lá iriamos estar, mas um bocado mais tarde. Ao que parece a festa da espuma estava a ser um sucesso pois inicialmente estava agendado haver apenas há terça e quinta feira, mas devido ao sucesso foi alargado a todos os dias, juntaram a festa da espuma com a beatch longue e ambas decorriam em simultaneo.
Enquanto alguns já se divertiam no jacuzi ou no monte de espuma, nós almoçavamos tranquilamente e saboreavamos com alguma avidez toda aquela tranquilidade que estava ferozmente a caminhar para o seu final. Estivemos por ali até bem próximo das 15 horas da nossa ilustre e amada pátria, depois...., depois fomos para a mousse party.
Espuma não faltava, mas como não há bem que sempre dure, quando nos apercebemos que a festa estava a chegar ao seu epilogo, fomos ao duche tirar os restos da espuma que teimosamente ficava no corpo e saímos. Os ponteiros do relógio andavam pelas 18 horas, aquilo também não deveria durar muito mais, eles estavam a começar a preparar as limpezas do recinto para abrir o espaço á noite com outra decoração .
Fomos ao parque e decidimos queimar os últimos momentos de praia.
Finalmente, enchemos um pequeno colchão para levarmos e estarmos na água com ele, aquele colchão era muito viajado mas sem serventia nenhuma, nunca o tinhamos enchido, estava novo, desta vez ia ter uso. Colchão cheio, toalhas, óculos e tampões, estava tudo pronto, fomos aproveitar os últimos raios solares naquela esplendorosa praia.
Estendemos as toalhas e fomos para a água, a Nelly ficou com o colchão, ela queria alternar comigo, mas ela gostava de estar deitada no colchão e como não dava para os dois, deixei que ela tirasse proveito do mesmo, para o ano ou levamos dois ou então levamos um que sirva para os dois, será esta última uma boa opção, estarmos os dois.
Estava-se  bem na água, saímos quando  verificamos que os dedos das mãos estavam a ficar com a pele toda enrrugada, saímos e estivemos um bocado esticados no areal a secar o corpo, a bronzear um bocadinho e a observar toda a agitação que se fazia sentir na praia, naquela hora a praia ferve com toda a agitação que por ali decorre e sempre com os voyeurs qual ave de rapina a ver onde se passa a acção. Existem momentos em que o pessoal corre de uma rodinha para outra, nunca fomos ver nenhuma, nunca nos sentimos puxados pelo nosso voyeurismo.
O dia estava a chegar ao seu final, o sol já se começava a despedir , era a derradeira vez que viamos o sol a esconder-se nas traseiras do “nosso monte” o monte Saint Loup, pena não termos uma máquina fotográfica para registar aquelas cores quentes.
Ainda antes do jantar começamos a preparar algumas coisas para a partida, não que estivessemos com pressa de partir, bem pelo contrário, mas era melhor alinhavar as coisas e no dia seguinte arrumar a tenda e pouco mais, teriamos desse modo mais tempo disponivel para arrumar as nossas coisas, é que o espaço tem de ficar livre até ás 10 horas locais, menos uma neste cantinho.
Ficou tudo mais ou menos alinhavado, o que não era necessário foi sendo guardado no carro, é certo que muita coisa não voltava e o carro ia mais leve, mas em termos de espaço não se notava nada, ele ia cheio .
O último jantar, tinha um sabor amargo, o sabor do final das férias, começamos a tentar acabar com o que era possivel acabar, enlatados ainda ficaram, poucos mas ficaram, cervejas acabaram, inclusivamente compramos um pack de seis cervejas belgas, a “Grimbergen”, ficou por 5€ mais alguns cêntimos, o vinho acabou, água ainda tinhamos, vinho do porto não conseguimos acabar com todo e licor beirão também sobrou, o champagne , esse... foi todo e mais ia se houvesse.
Findo o jantar , lavou-se a loiça e também se guardou, assim como o fogão, já não iam ter mais serventia este ano. Era hora de ir para a despedida da noite e essa seria no Glamour, mas não daria para estar lá muito tempo, estavamos condicionados pela viagem de regresso, seria uma viagem relativamente curta, até Lourdes, mas viagem é viagem, e o descanso é fundamental.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cap D'Agde 2009 - Visita a Marselha ( Cap. 3 )



16h14, hora portuguesa , era a hora prevista para a partida do comboio, partiu com atraso de 4 minutos, não era muito, mas acrescentando ao atraso da manhã, já tinhamos uma meia hora de atrasos nas viagens de comboio, são situações que não surgem  apenas por cá.
Levava muita gente, por momentos tive dúvidas se eram lugares marcados, mas relaxei, não havia stress, se fosse e não estivessemos no nosso lugar , mudavamos, mas nada disso aconteceu.
No comboio as condições para fotografar / filmar eram nulas, os vidros faziam muito reflexo, a Nelly ainda tentou filmar um pouco da zona do aeroporto, mas não se tentou mais.
Foi por ali que entrou na carruagem uma mulher que pela indumentária mostrava ser de origem árabe, mulher relativamente nova e com duas pequenas e engraçadas crianças. Ficaram sentados nas nossas proximidades. A mulher não estivesse vestida daquele modo e certamente talvez saísse beneficiada, mas costumes são costumes.
A viagem foi decorrendo normalmente até que passou na carruagem uma equipa de policias dos comboios, algo se terá passado na carruagem contígua á nossa, mas de nada nos apercebemos, no entanto eles seguiram viagem até Montpellier.
Montpellier é uma estação muito escura, mas estivemos ali parados apenas o tempo normal da paragem, onde demoramos uma eternidade foi na estação de Sete, eu já vinha apertado para ir ao wc, aproveitei e fui ali mesmo, ao wc do comboio, que alivio... .
Após os largos minutos que o comboio esteve retido na estação e sem a minima explicação, começou a rolar de novo nos carris, a próxima estação era a nossa, Agde. Durante esse curto trajecto a revisora que usa um chapéu curioso entrou na nossa carruagem e apresentou desculpas pelo sucedido, afinal tinha existido um problema na linha que impedia a circulação dos comboios. Pelo menos houve uma explicação e um pedido de desculpas, como são surpreendentes estes franceses.
“Agde... gare de Agde “, ouviu-se na instalação sonora, tinhamos chegado .
Saindo do edificio da estação vimos uma camioneta na paragem que dava indicios de estar de partida, apressamos o passo e ainda a apanhamos, passava na Village estava tudo a correr bem. Sentamo-nos nos bancos da frente, o motorista era um corpulento homem de raça negra e conduzia como se não houvesse amanhã, o pessoal que se cuidasse, felizmente nada de anormal se passou e chegamos sãos e salvos ao centro. Retomamos aquela que era a  nossa rotina diária , banho para refrescar do intenso sol e jantamos. A noite estava prevista ser passada no Glamour.
Nestas férias até ao momento a única visita que tinha acontecido no dia marcado foi a visita ás grutas, todas as outras ficaram adiadas, a visita a Marselha realizou-se um dia  após o previsto e a visita ao Glamour também seria, pois neste dia não nos foi possivel entrar.
Os nossos vizinhos já tinham abalado, ele era simpático, cumprimentava as pessoas, ela era um pouco de nariz empinado, fazia lembrar um pouco a mulher do casal português que “conheciamos” dali, do parque. Agora do nosso lado esquerdo tinhamos um casal de suiços e uma criança, eles deviam ser de um cantão alemão, pois comunicavam nessa lingua.
Depois do jantar estivemos em amena e bem regada cavaqueira , foi champagne, foi licor beirão, foi vinho do porto, isto não fazendo referência aos liquidos ingeridos imediatamente antes e durante o jantar. Mas estavamos muito bem e isso é que era importante. Vestimo-nos para a noite, a Nelly estava linda como sempre e decidiu levar uns chinelos por ter uma pequena ferida num pé, mas isso foi o impedimento para entrar no Glamour.
No momento da entrada estava apenas um segurança e que segurança, era um armário que me desmanchava todo se me desse um soco, delicadamente e quase sussurrando alegou que não podiamos entrar porque a madame estava de chaussures, a Nelly não gostou muito, mas nada havia a fazer, voltamos para trás, no dia seguinte voltaríamos lá, também seria a derradeira oportunidade.
Tinhamos um dia para aproveitar até á exautão, depois seria o fim da festa, o arrumar as coisas e iniciar a viagem de regresso, começava a pairar no ar alguma nostalgia.