quinta-feira, 30 de julho de 2009

Peregrinação a Fátima - 5ª Etapa


Sexta Feira, 9 de Maio de 2008. Condeixa -> Pombal

Tudo apontava para a mais dura e complicada etapa desta já longa caminhada, fazendo fé na avaliação feita pelos veteranos.

A saída da cidade dos estudantes tal como nas anteriores efectuou-se por volta das 3 da madrugada, a cidade estava parcialmente acordada, estávamos em plena semana da queima das fitas. Junto ao hotel apanhamos taxis que nos levariam até Condeixa, ao exacto local onde tinha terminado a etapa anterior. Na porta do hotel cruzamo-nos com dois peregrinos que também estavam de partida, mais á frente viemos a encontra-los de novo e trocamos breves palavras, eram da Maia, quase vizinhos.

A caminhada nocturna efectuou-se do mesmo modo, grupo compacto, sempre em rezas e com uma ou outra cantiga de cariz religioso a intercalar as rezas. Assim que o dia nasceu, lá segui eu com a Critina, mas sempre com o grupo do costume á nossa frente. Nesta etapa tinhamos a companhia do Luis e de uma senhora que aparentava ter já alguma idade.

A estrada num ou noutro ponto e principalmente junto a curvas , tinha a faixa da direita cortada ao transito, creio que se devia a medidas proteccionistas dos peregrinos, não vislumbrava outro motivo.

A etapa estava de facto a ser desgastante, por vários motivos, a distãncia , era a maior de todas as etapas e pelo próprio percurso, imensas rectas, isso creio que provoca um desgaste mental enorme, após uma recta ver outra recta, mas só tinhamos de aguentar e seguir a caminhada.

O pequeno almoço, por volta das 7.30 da manhã, constou de uma bifana no pão, um panado em pão e uma cerveja, quem diria que eu com o dia tão precoce tivesse um pequeno almoço daqueles !, mas os largos kilometros já percorridos, apelavam a pequenos almoços substanciais.

De volta ao alcatrão, eu e a Critina fomos ganhando alguns metros ao Luis e á sua parceira improvidada na etapa, mas sem nunca os perdermos de vista, no entanto a comunicação entre ele a Cristina era efectuada via telemovel.

A alguns kilometros do Pombal passou por nós um camião tipo americano, em que tem uma frente enorme, ao passar pelo pessoal fez uso da sua ensurdecedora buzina, mas em sinal de saudação, mais á frente estava estacionado, era um camião com apoio para os peregrinos, estavam nos preparativos finais, no entanto já nos podiamos servir, apenas não nos servimos pois de nada precisavamos naquele momento e quanto menos peso levassemos melhor.

A chuva andava perto, viamos que o chão tinha marcas de alguma chuva, no entanto não a apanhamos, era bom em todos os sentidos, não nos molhava e fazia com que a temperatura estivesse amena o que era bom para andar.

Pombal estava perto, mas ao fim de largos kilometros nas pernas, um simples kilometro já demora uns bons minutos, por isso a recta onde está situado o conhecido "Manjar do Marquês " parecia enormissima, nunca mais a terminavamos. Quando entramos para o centro do Pombal, entrei em descompressão, de tal modo que me comecei a sentir sem energias para andar, mas deu para chegar á residencial, Cardal de seu nome.

Estava terminada a maior etapa , a partir daqui eu via o que faltava como etapas de consagração, um pouco á imagem do ciclismo em que a derradeira etapa é de festa, aqui faltavam duas, mas eram duas etapas mais curtas, bem mais curtas.

Com a chegada das malas e os quartos liberados, recolhi ao meu, desse modo podia escolher a cama e tomar um banho, em boa hora o fiz, pois o nosso quarto era composto por 5 elementos.

Após o banho descansei, descansei de tal modo que nem saí para almoçar, passei a tarde toda no quarto a dormir, estava a precisar do descanso. Acordei por volta das 19, aí saí com o Luis e fomos procurar local para jantar, a Cristina não saiu, ficou no quarto.

Fomos a uma churrasqueira, local onde encontramos um numero consideravel do nosso grupo de peregrinos e a esmagadora maioria estava já numa fase adiantada do jantar. Comemos frango no churrasco e após o mesmo regressamos ao quarto para descansar , pois nova etapa nos aguardava e a etapa que tinhamos terminado tinha sido a mais longa desta caminhada, agora já se começava a vislumbrar o fim da peregrinação apesar de termos pela frente mais duas etapas até concluir a tarefa.

O marcador de passos assinalava 39229 passos, não seria uma contagem fidedigna, no entanto sempre dava alguma indicação dos passos e seriam mais uns milhares a somar aos anteriormente dados.


1 comentário:

  1. É preciso ter muita força de vontade.. coração e capacidade para lidar com sofrimento..
    É sem duvida uma boa prova..

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