segunda-feira, 8 de junho de 2009

Férias 2005 - A Viagem de Cap D'Agde para Behobie - I


Estava previamente decidido que abandonaríamos Cap D’Agde na sexta feira e esse dia tinha chegado, curiosamente sentia tristeza , mas tinha a perfeita noção que o que realmente me iria custar era o trajecto final, o momento em que viajasse sozinho para casa. Por agora sentia uma certa tristeza por ter acabado a nossa estadia por aquele magnifico local.

Á saída do parque a máquina reteve o nosso cartão, infelizmente, pois gostaríamos de o guardar para recordação, mas tal não foi possível.

Antes mesmo de sairmos do quarteirão naturista , realizamos a nossa primeira paragem, estacionei o carro e fomos ao local do costume tomar o pequeno almoço, eu como sempre fui para o meu “ pain raisan” a MJ optou por mudar o menu dela, mas arrependeu-se. Com o estômago um pouco composto , era chegada a hora de nos “atirarmos” á estrada, o que fizemos sem hesitar logo de seguida.

Tínhamos previamente estudado , um pouco superficialmente, o percurso, não iríamos fazer o percurso que fizemos para aqui chegar, íamos mudar um pouco de rota, no entanto íamos dar a Andorra.

Mal saímos do quarteirão naturista, apanhamos a estrada nacional 112 que nos iria ligar a “ Béziers”. Nessa estrada, fomos vendo muitos locais que vendem aquelas casas tipo caravanas que se encontram em grande numero no parque.

Chegados a “Béziers” procuramos as indicações da estrada nacional 9, estrada que seguimos até “ Narbonne”, chegados ai , viramos á direita, apesar de ser mais intuição do que convicção, mas felizmente estávamos certos, entramos na nacional 113 . Como as dúvidas eram bastantes, quando vi um tipo que andava na estrada a proceder a reparações no piso, parei o carro na berma e saí com o mapa para perguntar se estava no caminho certo para apanhar a estrada “ D 613 “, não só estávamos no caminho certo, como também estávamos muito perto do local onde a apanharíamos, segundo a indicação dada pelo tipo alguns metros mais á frente íamos apanhar uma rotunda e aí virávamos á esquerda, nada mais certo, tudo estava a correr como o previsto.

A estrada “ D 613 “ foi por mim designada como estrada distrital 613, mas sendo assim é de referir que embora a estrada fosse mais estreita, o piso também não tivesse a qualidade das nacionais, tinha no entanto boas condições para se circular, tomara nós termos muitas nacionais com aquela qualidade.

Começamos a passar por pequenas aldeias, locais pequenos, mas com aspecto de arrumadas, nada parecia estar bagunçado. Momentos houve em que a estrada embora de forma suave , subia consideravelmente. Por vezes tínhamos indicações de que a volta á França em bicicleta tinha passado por esta estrada, os sinais vinham por pinturas na estrada, tipo prémio de montanha sempre que atingíamos algum pico , tal suspeita foi confirmada quando estávamos na zona de “ Couiza “ e “ Quillan” , aí eram bem visíveis os incentivos aos ciclistas pintados na estrada com os nomes dos respectivos ciclistas, percurso confirmado por mim quando cheguei e no site da volta confirmei termos andado em terrenos da mesma.

O caminho era bonito, mas em espectacularidade talvez o que fizemos a caminho de Cap D’Agde seja melhor, mas este também tem bastante interesse e afinal enriquecíamos os nossos conhecimentos em termos de percursos de viagens.

De “ Couiza “ a “ Quillan “ utilizamos a estrada “ D 118 “, depois de “ Quillan” viramos á direita e entramos na “D 117 “ , aí começamos a subir e bem, coisa dura, mas a paisagem que podíamos desfrutar valia a pena , infelizmente eu não a podia desfrutar na medida que ela merecia, mas a vida é assim, o volante nas mãos exigia toda a atenção.

Poucos km andamos na “ D 117 “ para voltarmos a entrar na já nossa velha conhecida “ D 613 “ , estrada que iríamos abandonar apenas em “Ax-Les-Thermes “. Se o caminho tinha sido sempre bonito, por aqui a beleza assumia outra dimensão, dava para verificar que andávamos bem altos, no que a altitude dizia respeito. A estrada tinha um pequeno troço em reparação, estavam a colocar novo piso, por isso estivemos uns escassos minutos parados esperando que o semáforo nos desse luz verde. Locais de muito interesse encontramos pelo caminho, locais com direito a outro olhar, um olhar mais calmo e com mais tempo, mas por agora a “ordem” era andar em frente, com ritmo calmo, mas andar sempre. Em “ Prades” passamos por um pequeno grupo que parecia estar a preparar-se para dar um pequeno passeio a cavalo, a MJ ainda ensaiou uma foto. Foto que tiramos devido a uma pequena paragem que efectuamos no “ Col de Chioula “. A tranquilidade reinava, lamentavelmente o cheiro é que não era o melhor, tinha vestígios no chão das fezes de animais, por isso pouco nos demoramos por ali e voltamos a prosseguir o nosso caminho.

Estávamos perto de “Ax-Les-Thermes” , a partir do “Col de Chioula” era sempre a descer, descida que se fazia bem, não tinha grandes troços com descidas a fundo, apesar das existentes não serem brincadeira, mas esperava pior. No caminho houve um momento em que a estrada estava parcialmente bloqueada por uma manada de bovinos, e alguns deles com uns grandes cornos, o meu receio era algum me arranhar o carro, mas não ia ficar á espera que eles se arrumassem, fui andando devagar e sempre a controlar os movimentos dos animais.

A hora andava perto das 13 h, como era o dia 29 de Julho, era dia de telefonar ao Alberto, pois era o seu dia de aniversário, assim o fiz. Ele ficou surpreendido quando lhe disse em que região andava, por isso ele mesmo fez questão da chamada ser breve devido aos custos que ela tinha para mim. Fomos passando por casas lindíssimas, estávamos em “Ax-Les-Thermes” . É um local que me ficou na memória desde que estivemos em Andorra e fomos a “ Lourdes” , gostei imenso daquele local, mas tal como todos os outros já deixados para trás, também este não seria merecedor da nossa paragem, pelo menos desta vez, mas um dia pararei e irei conhecer melhor tão belo local, agora interessava mesmo chegar a “Andorra”, seria lá a nossa primeira paragem a sério, seria lá que iríamos almoçar, apesar da hora já estar a ficar um pouco adiantada.

Chegados a Andorra a primeira dificuldade foi encontrar um local para estacionar o carro, local arranjado, foi preciso encontrar um local onde a MJ fosse á casa de banho, ela estava a sentir-se “apertada”. Depois de termos todas as condições reunidas fomos então ao nosso local de recurso sempre que queremos comer alguma coisa, o Mc Donalds. Depois disso demos uma pequena volta por ali a ver montras, algo em que estamos especialistas, mas quanto a compras, nada. Num estabelecimento tinha uma pessoa estendia e tapada, supostamente morta, o local estava a ser vigiado pela policia, como são coisas desagradáveis não fizemos questão de observar e seguimos o nosso caminho que nos iria levar até ao carro de modo a seguirmos a viagem que ainda era longa.

Retomamos a estrada, muito alcatrão ainda tínhamos para ultrapassar até chegar a casa da Leila. Fomos andando no nosso ritmo de viagem, mas antes de sair de Andorra ainda atestei o depósito, sempre poupava mais alguns cêntimos enchendo ali. No posto de gasolina estavam dois casais de polacos que pretendiam saber como era a policia na fronteira no que ás bebidas dizia respeito, o que eu sabia pelo que tinha visto é que do lado francês era mais fácil do que do lado espanhol.


1 comentário:

  1. o regresso custa sempre....ainda mais quando se gosta!!!a separação do que gostamos , de quem gostamos...mas ultrapassável quando existem mais e mais perceptivas....

    ResponderEliminar