quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Viagem da Maia a Cap D'Agde I


A viagem iniciou-se e decidimos apanhar a auto estrada A11 que nos ligaria á A4, perto da casa da MJ tem uma entrada, eu desconhecia, mas a MJ já conhecia. Até Amarante paguei pouco mais do que 2 euros, depois disso entramos no IP4 e seguimos o caminho até Bragança. Bragança onde chegamos já com o sol a iluminar aquelas áridas terras, felizmente para mim, dessa forma poderia desligar os faróis e deixar de levar com sinal de luzes dos condutores que circulavam em sentido oposto.

A Aridez também já se começava a fazer sentir no depósito do carro, começava a ficar um pouco preocupado pois começava a ter dúvidas se daria para chegar ao primeiro posto de combustível espanhol.

No final do IP4 acabei por fazer uma curva larga demais e precisei que o carro que vinha em sentido contrário parasse, foi uma falha da minha parte, mas felizmente sem consequências.

Antes de entrarmos em território espanhol realizei a primeira paragem para ambos aliviarmos alguns líquidos que já não nos serviam ao corpo, depois disso retomamos a nossa marcha.

No primeiro posto de abastecimento parei e enchi o depósito, que diferença no preço, do 1.38 € aqui, passei para o 1.21€ .

A nossa viagem prosseguiu sempre com um ritmo certo , na ordem dos 90 a 100 km hora, era um ritmo lento para quem tinha uma longa viagem pela frente, mas é preferível assim, pressa não existia e tempo tínhamos nós , além de pouparmos no combustível.

Chegamos a Zamora, devido á hora o transito era intenso mas nada que nos perturbasse, sem problemas seguimos o nosso caminho, mas verificamos uma alteração em relação ao ano passado, logo á saída de Zamora apanhamos a auto estrada A11, similar no nome com a que apanhamos junto á casa da MJ. Desta forma permitiu que andássemos um pouco mais rápido, no ano transacto tínhamos ido até Toro, com os limites de velocidade, agora eu nem sequer chegava a pisar os limites, ficava bem folgado e podia andar melhor, isso fez com que ganhássemos km , tempo e combustível, era bom. Eram bons indícios para a viagem. Aos poucos os km iam sendo devorados, as localidades iam ficando para trás, Tordesillas era um desses casos, pouco depois foi a vez de Valladolid, ali estavam a ser realizados trabalhos na auto estrada, mas de qualquer modo não impedia o transito. Por alguns instantes fiquei com a sensação que tinha passado o ponto em que deveria virar rumo a Sória, mas felizmente que não, verifiquei isso um pouco mais á frente, o caminho estava a ser o mesmo, depois de passarmos Valladolid, passamos em Pañafiel, é um local que me lembra Penafiel por questões obvias.

Retomamos a A11, é uma auto estrada que está a ser construída e a minha esperança é que tivesse sido construído mais um bom bocado á semelhança do que aconteceu em Zamora, mas puro engano meu, penso que nem mais um km se construiu por ali, paciência, de qualquer modo o limite de velocidade ali permitido não nos impedia de manter o nosso ritmo.

A nossa segunda paragem foi no local onde no ano passado tínhamos parado para lanchar e jantar, deste vez nem almoçamos, a paragem foi aproveitada para nova descarga de líquidos nefastos ao organismo e também para dar uma esticadela ao corpo , principalmente ás pernas, era bom descansar um pouco, apesar de pelo menos eu não me sentir nada cansado, tal creio dever-se também á alteração da postura a conduzir, para isso alterei a posição do banco e os resultados estavam á vista. Alguns minutos depois retomamos a nossa viagem.

Comparando com o ano anterior, achei que estávamos a andar bem melhor, podia ser apenas uma impressão, mas a MJ também concordava, a viagem estava a correr bem e cada vez mais ficava com a certeza que iria dar para chegar a Saragoça cedo, talvez até chegar a Lérida.

A fome começou a dar sinais e por isso aproveitamos um parque na estrada para efectuar a nossa terceira paragem e almoçar, o parque era razoável, com umas pequenas árvores a dar alguma sombra e umas mesas com bancos em cimento. Ali tive talvez a primeira surpresa da viagem, e a surpresa consistia na forma como a MJ preparou a viagem, nada faltava. Comemos um frango panado, estava uma delicia. A água que ela tinha levado também ainda estava fresca. Até toalha de mesa ela levava, nada faltava, tudo parecia perfeito.

As fotos foram surgindo para ilustrar a nossa viagem. Por ali tinha pouca gente, e dessa pouca gente constavam uns dois ou três camiões portugueses, um dos quais perto de nós que estava a terminar o seu almoço quando ali chegamos, almoço que tinha indícios de ter sido preparado por ele mesmo ali, pelo menos no exterior do camião tinha um pequeno fogão a gaz.

Saragoça era a nossa meta, não sem antes passarmos por Sória, local que foi passado por nós no nosso ritmo cruzeiro e com algum desprezo vimos o hotel onde pernoitamos no ano passado.

Os km iam sendo ultrapassados sem qualquer custo e sempre com ânsia de ultrapassar muitos mais, de tal forma que quase sem nos apercebermos entramos em Saragoça. A hora não ficou registada, mas devíamos estar a caminhar para o meio da tarde.

A nossa quarta paragem foi efectuada num posto de abastecimento já á saída da cidade, o carro precisava de abastecimento e aproveitei também para comprar um litro e meio de água fresca, a nossa já se tinha ido, mas para adoçar a boca comprei um magnum para cada um, para mim um de chocolate normal e para a MJ um de chocolate branco.

A estrada que liga Saragoça a Lérida estava muito movimentada principalmente de camiões, no entanto o ritmo deles era o nosso, desse modo o nosso ritmo de viagem não seria afectado, mas sempre que tal era possível lá se ia ultrapassando um ou outro, pois nas subidas alguns mostram dificuldades.

A chegada a Lérida foi tal como a chegada a Saragoça sem qualquer custo e quase também sem nos apercebermos, mas ali voltamos a cometer o mesmo erro do ano passado, enganamo-nos na saída, no ano passado apercebemo-nos do erro e voltamos á auto via, mas desta vez não, apercebemo-nos do erro e continuamos na mesma estrada, ela também nos levaria ao nosso destino, e como não havia stress, não havia nenhum problema, sempre ficávamos a conhecer um novo caminho.

Para nos certificarmos , aproveitamos uma operação stop que estava a ser efectuada pelos “Moços de esquadra” debaixo de um viaduto, para lhes perguntar o caminho até Andorra. Quando um me viu a dar o sinal de que ia estacionar veio ter comigo e forneceu-nos a informação de que necessitávamos, afinal estávamos bem perto da estrada que nos levaria até Andorra.

De referir que nos dirigíamos para Andorra pois devido á hora, ambos quando ainda estávamos a caminho de Lérida, decidimos seguir a nossa viagem até Andorra ou La Seu D’Urgell, talvez nesta segunda localidade encontrássemos algo mais barato do que em Andorra, era isso que estávamos a colocar em prática. O caminho já nos era familiar e pouco depois entramos numa zona que eu designo por desfiladeiro, é bonito. Talvez devido á hora, já era o final da tarde o transito era pouco ou nenhum , por momentos pensei que se tivesse marcado a nossa chegada a Cap D’Agde para o dia 20 teríamos conseguido, mas para isso certamente iríamos pela auto estrada, mas agora já estava tudo marcado, e havia que desfrutar das coisas tal como elas eram . recebi a primeira chamada , era do Carlos, estava com um problema na empresa e precisava da minha ajuda.

Mais fotos fomos tirando para a nossa colecção e nova paragem realizamos, bebemos um sumo e comemos um pão com chouriço, mais coisas que a MJ tinha levado, ela de facto tinha pensado ao detalhe na viagem, já em outras ela mostrava pensar nas coisas, mas nesta creio que se estava a ultrapassar, nada faltava.

Decidimos , ou melhor dizendo eu sugeri ficar num hotel junto á estrada e perto de La Seu D’Urgell, era um hotel com umas linhas bonitas, na minha óptica, desde que por ali passei na primeira vez que fiquei de olho naquele hotel o edifício mais parecia um chalé, talvez tenha sido isso que me agradou. Parei e fui saber o preço, como o preço andava abaixo dos 50 euros decidi ficar ali mesmo, não sei se a MJ queria ou não, talvez até nem quisesse, mas a escolha já eu a tinha feito e afinal apenas íamos passar ali uma noite, além de que não saberia se em Andorra arranjasse hotel ao mesmo preço, talvez sim, a oferta é grande e não estávamos na época alta, mas talvez no próximo ano ali voltemos e então fiquemos em Andorra.

Que bem soube o banho retemperador, é certo que o quarto não primava pelo luxo, mas era bem melhor que o de Sória e também era bem mais barato . Depois do banho descemos e fomos até ao bar, fomos bebendo cerveja e comendo azeitonas, era o que se arranjava. Estávamos numa pequena esplanada nas traseiras do edifício e virados para o edifício onde ficavam os quartos, estava bom, a temperatura, e a vista, são momentos felizes, momentos que devemos guardar na nossa memória, ali sentia-me leve , tranquilo e feliz, sinal de férias.


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