quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Férias 1996 - Açores - S.Miguel - A Minha Terra I




2 De Setembro de 1996. Quase quatro anos passados , volto aos Açores. Iria cumprir um dos meus desejos quanto a viagens, após a minha primeira e última passagem (até este dia) por aquelas terras, que estão em pleno oceano atlântico.
Ainda não estava refeito da minha estadia no Algarve, já estava de partida para mais uma semana de férias , semana que facilmente se adivinhava , iria ser a melhor e mais curta das férias deste ano.
O Dia começou cedo , saí de casa ainda não eram 9horas, fui á agência de viagens levantar e pagar os bilhetes .
Contrariamente ao normal, desta vez, foi quase a minha família em peso levar-me ao aeroporto do Porto, cheguei por volta das 15horas, faltava cerca de 1h30m. para poder fazer o chech In da viagem. O meu sobrinho que tem quase 2 anos de idade, adora aviões, melhor local para os ver não deve existir. Fomos até ao terraço do aeroporto, dali podíamos ver os aviões a chegar e a partir. Quando estavam a chegar as 16h30m. foi toda a gente para casa, estava na hora do leite do pequenito. Despedidas feitas, vi a colocarem o painel com a indicação “TP 119” para Ponta Delgada, era o meu , fui ao balcão despachar bagagem, etc., etc., pedi um lugar á janela , o homem disse que praticamente podia escolher o local no avião, pois era o primeiro a fazer o check In.
Check In feito, fico com o lugar 1 A, primeira fila ( classe executiva ) e juntinho á janela . Dou uma ou outra volta pelo aeroporto, aproveito para lanchar e fiz uma chamada telefónica para o Firmino, pensei em fazer outras para mais pessoas, mas… . 17h25m. agora estava pronto a partir, entrei para a sala de embarque, ao passar pelo posto da policia , tive que tirar todos os objectos metálicos que levava nos bolsos , para a campainha se calar.
Chegado á sala de espera nada mais fiz do que esperar até nos mandarem embarcar. Na altura do embarque não fui dos primeiros a embarcar, também não tinha pressa, o lugar estava marcado. Quando chegou a minha vez, lá fui eu para o Boeing 737 da TAP air Portugal a quem alguém se lembrou chamar “COSTA AZUL”.
Quando entrei no avião o meu lugar estava ocupado, não podia ser , verificação de bilhetes, o meu lugar era mesmo aquele, o “mamífero” que estava a ocupar o que era “meu” era da fila 10, era só um zero de diferença. Tudo arranjado , preparei o material fotográfico e ocupei o meu lugar.
18horas em ponto o avião começa a movimentar-se na pista para preparar a partida, 3 minutos depois perco o contacto com o solo, é quanto a mim a melhor fase numa viagem de avião, é quando ele perde totalmente o contacto com a pista, dei inicio á minha sexta viagem de avião, mal levantou virou logo para o mar ( isto é que não gosto muito, mas tinha de ser ) . A minha companheira de viagem, lamentavelmente só companheira de viagem , estava cheia de medo, logo que o avião começou a andar na pista , ela nem para o lado olhava. Já o avião tinha ganho uns bons metros de altitude , eu tirei a primeira foto da viagem, não foi á minha vizinha , foi á paisagem . Os minutos a passar, cada vez estava mais perto de Ponta Delgada, foi servido um lanche a bordo, comi quase tudo, para acompanhar sumo de laranja, a fase da cerveja já tinha passado, e também julgo que não havia cerveja a bordo. Comecei a tirar algumas fotos ás nuvens , adoro fotografar nuvens, ganham formas estranhas, fazem lembrar muita coisa.
Por vezes o avião faz umas curvas, por vezes parece que se perde na imensidão de nuvens, quando as nuvens desaparecem é tudo azul .
Quando estão quase duas horas de viagem , avisam que vamos começar a descer para Ponta Delgada, o céu está cheio de nuvens, algumas delas bem escuras, a forma das nuvens era simplesmente fabulosa, formava quase um túnel , o avião passou por esse local, tirei algumas fotos, mas não dão a ideia do que era. Estava em plena descida, eu ia do lado esquerdo do avião, cada vez mais, via o mar mais próximo de mim, e eu não via terra, por momentos pensei que ia ao banho mais cedo. Pouco passava das 20horas quando o avião aterrou. Como aterrei no sentido contrario , ao que tinha acontecido da última vez que lá estive , fiquei a ver no que aquilo ia dar, o avião parecia que não se queria imobilizar na pista, e a pista tinha um fim … , finalmente já com uma velocidade reduzida, o avião curva para a direita , eu só vejo água, mas finalmente tenho a primeira surpresa , e ainda estava dentro do avião , o aeroporto era novo, nada tinha a ver com a antiga gare, esta já estava ao nível da ilha, mais pequeno mas com as linhas do aeroporto do Porto. Despedidas feitas da minha companheira de viagem, chegou a hora de abandonar o avião e recolher a bagagem.
Quando eram 20h20m. abandonei a sala de bagagens e vim procurar o Luís, não o vi, vim para a saída, nada, entrei novamente na sala e lá estava ele, nem ele me tinha visto a mim quando saí, nem eu a ele. Quase quatro anos passados deu-se o nosso reencontro. Nesta altura estava preparado para tudo , tudo para mim poderia ser novo, não sabia os costumes da terra, etc., etc. . O Luís foi buscar o carro, um “Clio” vermelho, já não era o Renault Cinco, partimos para casa dele que fica próximo do aeroporto, são quase vizinhos. Chegamos a casa, reencontrei a Ana Maria, conheci a Nani e a Paula. Antes do jantar fui ás compras com o Luís, fui ver o supermercado Modelo, pouco tempo depois chegou a hora do jantar , eu nem apetite tinha, geralmente é assim quando viajo, nem me apetece comer, daí que tenha comido pouco, o que é sempre problemático porque as pessoas podem pensar que não gosto da comida, mas não é nada disso.
Falou-se de muitas coisas entre as quais os meus roteiros para conhecer minimamente a ilha , passado um pouco chegou o João, mais uma pessoa que fiquei a conhecer, ele conhece bem o Porto, estuda na Universidade Fernando Pessoa, também deu algumas dicas , principalmente sobre um local que nem toda a gente o conhece( julgo eu ), acho que é Ponta da Ferraria, muitas vezes troco os nomes a locais.
Programa mais ou menos definido para o dia seguinte a conversa tomou outro rumo, falou-se do jornal “TERRA NOSTRA”, claro que era um assunto que eu estava totalmente a leste. Depois do jantar e toda a conversa, eu o Luís e o João , fomos até próximo do clube náutico tomar qualquer coisa. Aquela zona da marginal de Ponta Delgada estava muito diferente ( para melhor ) daquilo que estava da minha última passagem, tinha uma marina e o clube náutico, eu só conhecia as piscinas. O meu estado, nem eu próprio o sei definir , estava na lua, daí que tomei um café , o que não é costume em mim, como a conversa estava animada e prometia durar mais algum tempo , o pessoal bebeu mais qualquer coisa, eu não podia beber mais café, então fiz o que poucos devem fazer depois de um café , bebi uma cerveja . Bebi pela primeira vez uma cerveja regional, “ESPECIAL” . Eu via publicidade da cerveja , mas nunca pensei que o nome dela fosse mesmo esse, é boa no entanto eu sou fiel á “SUPER BOCK”, mas fica bem colocada na minha lista, só que por aqui não existe.
Já não sei que horas eram quando abandonámos o local, ainda ficamos a falar durante uns momentos junto á marginal, nesta altura a conversa girava em torno da questão Republica ou Monarquia ?. Estavam passadas as primeiras horas em Ponta Delgada, chegou a hora de dormir.
Não precisei de contar carneiros para adormecer

1 comentário:

  1. É sempre bom rever , para realmente comparar , ainda por cima quando são lugares ou coisas que se gosta.
    Assim é que são férias ver e rever coisas novas, pessoas novas..
    Sempre a rolar....porque a ilha promete......

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