Férias 1996 - Espanha - Galiza e Asturias II

16 de Agosto de 1996 , bem cedo acordamos , tive um “susto” mal acordei , não conseguia falar , a minha garganta tinha “partido para férias” , tomei banho e só depois do pequeno almoço é que já se percebia alguma coisa do que eu tentava falar.
Abandonamos o hotel com o intuito de partirmos para Gijón e arranjar alguma coisa por lá , mas eu gostei de Oviedo e sugeri procurar outro hotel lá e ficarmos mais um dia por ali , proposta aceite, lá começamos nós a procurar um hotel . Desta vez não foi difícil encontrar , os quartos nada tinham a ver com o do outro hotel e o preço era exactamente o mesmo 7383pts. Depois de instalados fomos fazer umas compras, comprei 3 discos de Tunas Universitárias e uns postais para escrever.
Quando o ponteiro do relógio se encaminhava apressado para as 12h. iniciamos o nosso passeio que nos levaria a “descobrir” sítios maravilhosos.
Poucos Km. Depois de Oviedo a paisagem começa a ser fabulosa , começamos a entrar na zona dos Picos da Europa , tudo muito verde, por vezes julgo estar nos Açores , outras vezes na Áustria .
Quando chegamos a Cangas de Onís , começo a relembrar o que vi na Áustria na zona de Tirol , com aquelas enormes montanhas muito verdes , com um rio cujo leito é muito acidentado e as belas casas em madeira. Prosseguimos em direcção a Covadonga . Tudo demasiado belo , O Santuário fica no cume de uma pequena elevação , tinha uma capela embutida na montanha , é uma zona com bastante movimento de turistas , pouco tempo demoramos , apenas o necessário para admirar toda aquela beleza e bater uma fotos para mais tarde recordar . Finalmente após largas centenas de Km. Encontramos um patriota do Marco de Canaveses.
Com a zona de Covadonga já gravada na nossa memória , estávamos nós de novo na estrada , o cenário não podia ser melhor , com a estrada ( belas estradas ) a serpentear pelos vales , entre enormes montanhas e musica dos lusitanos Delfins como banda sonora , penso estar a sonhar , que tudo o que estou a viver não existe.
Vamos a uma terra no litoral , Ribadesella de seu nome . Por aqui estivemos algum tempo , fomos a um restaurante almoçar e lanchar tal o adiantado da hora . Para escolher o que queria consultei a lista em espanhol , francês e inglês , ou seja quando não compreendia o espanhol via nas outras . Comi e bebi bem. As cañas dos espanhóis são muito diferentes (para pior) da “minha” Super Bock , mas foi o melhor que se arranjou.
Postais para escrever já eu tinha , precisava de selos. Os correios já tinham “cerrado” , perguntei ao empregado que nos serviu onde poderia comprar os sempre preciosos selos. O Homem lá me explicou onde deveria ir , e eu fui.
Era uma loja que vendia revistas , lotaria ,tabaco etc. e tinha , mas não estava á venda uma mulher que ainda hoje não sei se era real ou fruto da minha imaginação, de tal forma que me ia esquecendo dos selos. Toda ela era perfeita . Ao fim do dia decidimos regressar a Oviedo . Estive a ver um pouco de um jogo em que um dos intervenientes era o Barcelona , durante a segunda parte do jogo estive a escrever postais. Pouco faltava para a meia noite fomos jantar. Nas mesas do restaurante tinha uns papeis para os clientes classificarem o restaurante desde os preços á qualidade do serviço , disse mal de quase tudo e nas observações escrevi em Português . Depois de jantar andamos pelo centro da cidade a tirar umas fotos e a fazer umas filmagens, regressamos ao hotel já o ponteiro do relógio passava das 3h.
17 de Agosto de 1996. Penúltimo dia da minha curta mas magnifica passagem por terras espanholas. Logo pela manhã andamos a passear pela cidade de Oviedo , fomos á Catedral ,tiramos mais algumas fotos . Próximo das 13h. partimos para Gijón. A nossa primeira dificuldade foi estacionar , finalmente encontramos um parque junto ás praias. Até ás 15h. andamos a passear pela cidade e enviei o meu último postal de Espanha. A cidade é grande e tem a sua beleza, no entanto gostei mais de Oviedo. Achei estranho o facto de muitos edifícios nas janelas terem panos verdes , ainda hoje não sei qual o significado , mas decerto queria significar algo ,ou um protesto ou uma comemoração .
Por volta das 15h. partimos para Cudillero , uma vila piscatória , cuja vila está na encosta de uma montanha. A vila por aquilo que deu para perceber é um ponto turístico e conhecido pelo marisco . No marisco fomos nós mas achei caro . Uma tradição daquela região é beber Sidra , não sei se é bom ou mau , não bebi. O Restaurante Isabel ( assim se chama o dito ) era todo decorado em tons azuis e brancos . Nesta terrinha que fica no fim do mundo voltei a encontrar o Português que também esteve em Covadonga . Como já tinha comido qualquer coisa , chegou a hora de nos fazermos novamente á estrada . O nosso dia estava previsto terminar em Luarca, onde ficaríamos uma noite em campismo , mas a chuva não estava com vontade de permitir tal coisa . Quando chegámos a Luarca , já passava das 18h. chovia de uma forma convincente . Como consequência desse tempo , decidimos não ficar em Luarca e fizemos uma longa caminhada até Lugo .
Como ainda tínhamos muito para andar , o dia estava a acabar e estávamos sem alojamento , a condução também teria que ser diferente , daí que quase tínhamos um acidente ( não por culpa nossa ) e ultrapassagens feitas em locais proibidos não tem conta .
Chegamos a Lugo mais depressa do que prevíamos, apanhamos uma auto estrada que vai ligar Corunha a Madrid e passa bem próximo de Lugo . No entanto já passava das 20horas , não foi difícil arranjar alojamento mas de qualquer forma só na 2º tentativa. O quarto era razoável e o preço era bom , não chegava a 5000Pts. Estivemos a ver um bocado de futebol, nesse dia estava a dar vários jogos de torneios espanhóis . Fomos jantar já um pouco tarde . O meu jantar estava bom e também tinha sido bem servido . No fim do jantar , quando veio a conta eu fiz o que raramente faço , ler o papel com a conta , desta vez li , não com o intuito de ver se estava certo, mas pela simples curiosidade de analisar o tipo de factura. Essa simples curiosidade evitou que o jantar fosse 1200Pts. mais caro. Comecei a ler e notei 2 “bodegas”, facilmente cheguei á conclusão que era o vinho ( beber sim mas com moderação) e só tínhamos pedido uma. Depois desse pequeno problema , demos uma voltinha pela cidade , mas só dentro das muralhas, porque ela está a crescer muito fora das ditas.
Como em todos os locais que tive oportunidade de visitar á noite vi muitos espanhóis em bares e em muitas esplanadas sempre a beber , acho que vivem muito mais a noite do que nós. Cheguei á minha tão desejada cama poucas horas faltavam para nascerem os primeiros raios solares.