quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Férias 2009 - Regresso a Casa ( Cap 2 )



Prosseguimos a viagem, a descida continuava, não tão ingreme, mas mesmo assim era preciso conduzir com precaução, de vez em quando a estrava fazia uns cotovelos complicados, tinha de se andar devagar, foi sempre a descer até chegarmos a uma localidade de seu nome Laruns, ali encontramos a estrada que vem de Pau, chegou a ser equacionada a hipótese de virmos por ali, creio que essa estrada anda sempre pela base das montanhas, certamente que passará em locais igualmente belissimos , mas não estavamos arrependidos com a escolha efectuada, de modo algum, estávamos sim extremamente satisfeitos.
Laruns fica num vale, o casario ainda é considerável, e viam-se muitas casas com aspecto de chalés de montanha, nos telhados predominava o preto.
Deixamos a estrada de montanha D918, para entrarmos numa outra que também  era de montanha, a D934, nessa viemos até á fronteira de Espanha.
O caminho até á fronteira também é belissimo, o verde imperava, muito arvoredo que á medida que iamos de novo subindo embora de uma forma suave ia reduzindo, estava fascinado com tanta beleza natural, esta estava a ser a melhor viagem de regresso no que á paisagem dizia respeito, sempre gostei de todos os caminhos, mas este era de facto o número um. Atravessar os pirinéus corresse o risco de encontrar paisagens belissimas. Nestes três anos que vou com a Nelly para Cap, fizemos sempre caminhos diferentes para passar os pirinéus no regresso a casa, na ida vamos o mais directos possivel, no regresso tentamos contemplar mais a natureza.
Les Eaux Chaudes, zona de termas, é igualmente um pequeno e bonito local, ali passamos sem parar, assim como em outros locais tais como Gabas,Soques, depois disso
No caminho ainda em França, apareciam pequenos tuneis na estrada que eram locais onde existe probabilidade de avalanches de neve no inverno, quando eles locais coincidem com a estrada eles fazem pequenas coberturas sobre a estrada de modo que a neve não bloqueie a estrada e estão numerados, a Nelly teve dúvida se a numeração era o nrº do tunel ou do ano de construcção, verificou-se ser o ano e não o nr. Vimos também uma zona que estava mesmo identificada como zona de avalanche de neve e desembocava perto da estrada , mas num buraco.
A vegetação começava a ser mais rasteira, El Portalet, zona de fronteira, a subida tinha terminado, julgo que andavamos pelo milhar e meio de metros em altitude , mas a subida tinha sido suave, fez-se muito bem.
Iniciamos uma fase de descida, a estrada continuava a ser magnifica, o piso era bom. Um pouco abaixo da fronteira paramos para tirar mais algumas fotos, as filmagens tinham acabado, não havia mais fita.
De vez em quando aparecia um povoado com chalés tipicos de montanha, bonito cenário, mas á medida que nos iamos afastando dos pirinéus, o verde ia sendo ocupado pelo amarelo. Passamos em Lanuza , Escarrilla e Biescas, aqui entramos na N260, seguimos sempre as indicações de Huesca. Perto de Sabiñanigo entramos na autovia A23 até Zaragoza, passamos ao lado de Huesca e ainda efectuamos uma paragem no posto de abastecimento para atestar o depósito, a paisagem luxuriante dos pirinéus tinha ficado para trás, agora a paisagem era a tipica paisagem espanhola, muito amarelo em que até as casas  se confundem com a cor da terra.
Aos poucos fomos avistando o aglomerado habitacional de Zaragoza, já é uma grande cidade, mas não a andamos a descobrir, da A23 passamos para a AP68, o caminho agora era directo a casa e ainda tinhamos muitos km para efectuar.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Férias 2009 - Regresso a Casa ( Cap 1 )



Segunda Feira, 24 de Agosto de 2009

Dia da chegada a casa.
Acordamos cedo, o dia estava um pouco esquisito, via-se nevoeiro e isso fez-me pensar se de facto iriamos fazer o percurso que tinhamos estipulado, enquanto pensavamos fomos ao banho e preparamo-nos para sair. Eram 8h42 hora local, quando abandonamos o hotel. Ainda não tinha decidido se alteravamos ou não o percurso de regresso a casa. Assim que começamos a andar na estrada ficou decidido que iamos tentar fazer o percurso pelo Col D’Aubisque.
Saímos de Lourdes e entramos em zona rural tendo como cenário de fundo altas montanhas, montanhas que em breve seriam atravessadas por nós.
Fomos pela estrada D821 até Argelés-Gazost, local bonito, muito florido , aí entramos na D918, estrada de montanha, mas sempre com bom piso, começamos a subir, lentamente mas ia-se subindo, por ali ainda se via algum casario com caracteristicas tipicas de montanha, os telhados eram mais inclinados. Começamos a ver cenários idilicos , pelo menos tendo em conta os meus gostos, muitas e belas paisagens, sempre que possivel ia fotografando e de quando em vez filmando um pouco. O nevoeiro que me tinha assustado em Lourdes não se fazia sentir, o céu estava azul, o sol brilhava. De vez em quando aparecia uma pequena povoação, Aucun era uma delas, pequena e bonita, mas á medida que iamos subindo os sinais de casas iam desaparecendo, o que se via era um ou outro corajoso a pedalar subindo aquela encosta que nos levaria ao Col D’Aubisque. Na estrada periodicamente aparecia um marco em que tinha o sinal de um ciclista a pedalar e dizia a altitude a que estavamos, a subida até ao Col D’Soloum é puxada, dali ao Col D’Aubisque é uma subida moderada embora ainda se subam umas duas a três centenas de metros.
Logo após o Col Soloum paramos para contemplar toda a beleza que desfilava nos nossos olhos, tiramos algumas fotos e filmamos, aquilo era fantástico, na parte baixa da montanha via-se um enorme manto branco cobrindo o longo vale, era o nevoeiro que ainda escondia o céu do que existia lá no fundo, pois ele também nos impedia de ver o vale.
Enquanto estavamos parados passou uma auto caravana e três carros, nós passamos a fechar o grupo e assim fomos até ao Col D’Aubisque onde voltamos a ficar sozinhos para efectuar a ingreme descida.
No Col D’Aubisque não paramos, na altura entendemos não parar, mas agora penso que seria melhor parar, sempre tiravamos uma foto lá no alto para a posteridade, alguns carros estavam lá parados, existe um edificio que deve ser algum café restaurante. O que também encontramos no topo foram alguns cavalos selvagens, apenas umas meia dúzia e não mais. Iniciamos a ingreme descida e que descida. Não sei quando a volta á França passa por aqui qual a encosta utilizada, mas se fazem a subida pela encosta que agora desciamos ..., até doi só de ver.
Apesar da violenta subida, viamos alguns aventureiros e pelo menos uma aventureira, facto que nos deixou espantados mas nem todos resistiam, vimos um a caminhar, já não pedalava, aquilo não é nada fácil. Até a descida é complicada. Passamos em mais um estabelecimento , tipo café / restaurante que estava algures perdido na estrada mas que deve ser de grande utilidade a quem por ali passa, nós não paramos, continuamos a descer até que avistamos um pequeno aglomerado habitacional, Gourette.
Assim que lá chegamos paramos um pouco, mais com o intuito de deixar os travões do carro arrefecer um pouco, a descida até ali tinha sido muito exigente para os travões, havia que os deixar arrefecer. Gourette é um local tipico de montanha, gostei daquilo, a Nelly também gostou, filmamos e fotografamos. Achamos curioso foi as tonalidades que as montanhas tinham, o cenário era belissimo e nós estavamos a ter a sorte de estar ali. Estavamos de tal forma extasiados com a beleza natural que nem sabiamos as horas, não havia o minimo controlo do tempo, tudo fluía naturalmente.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Férias 2009 - Lourdes



Quando nos aproximavamos de Carcassone eu tentei por todos os meios fotografar o enorme e belo castelo, mas..., é dificil, o arvoredo na auto estrada não facilita e com o grande volume de transito não dá para abrandar quanto mais parar, seguimos, talvez um dia tenhamos oportunidade de visitar o castelo, ter uma foto panoramica do mesmo, deve ser dicifil, pelo menos tirada da auto estrada.
Antes de chegarmos a Toulouse, paramos de novo numa area de serviço, a Nelly estava carente de uma dose de cafeína, ela foi tomar o café e eu fiquei junto do carro, já o dia estava de novo bem quente. Não nos demoramos muito por ali, fizemo-nos de novo á estrada.
Á medida que nos aproximavamos de Toulouse o volume de transito ia aumentando, mas serenamente nós prosseguiamos a nossa caminhada, em breve deixariamos a A61, assim que chegamos á portagem deixei de lado a fotografia para me concentrar no caminho e fornecer as indicações á Nelly, passar Toulouse não é complicado no entanto requer muita atenção para não haver enganos no caminho e felizmente não nos enganamos, alguns km depois de Toulouse entramos na A64, seria essa auto estrada que nos levaria até ás proximidades de Lourdes.
Assim que voltamos a entrar na auto estrada tudo voltou a serenar e voltei ás fotografias, de vez em quando disparava ao calhas, depois veria o que saía.
Aos poucos fomos vendo ao fundo um “muro” constituido pelas montanhas dos pirineus, a paisagem começava também a ter um verde mais vivo e os km para o nosso destino a diminuirem.
Saímos da auto estrada, estavamos a cerca de duas dezenas de km de Lourdes. Passamos junto ao aeroporto no momento em que um avião levantava voo, do modo que ele ia estava a querer ganhar altitude rapidamente.
Chegados a Lourdes tentamos arranjar um local para estacionar o carro e mesmo junto ao hotel estava um carro a sair, era um bom lugar para deixar o carro, no entanto o hotel tinha estacionamento , a pagar é certo, mas o facto de ser fechado dava-nos outras garantias, por isso quando fui á recepção falei no estacionamento. 8€ um dia, não é barato tendo em conta que estava hospedado ali, mas aceitei, desse modo o carro ficava num parque fechado.
A recepcionista , de seu nome Fátima, era lusitana. Ela já falava com algum sotaque. Inicialmente a conversa deu-se na lingua local, mas quando ela viu que eu era lusitano começou a falar também na lusitana lingua, até facilita.
O hotel não é grande, tem 5 pisos e o nosso quarto era o 509, quarto normal, dava perfeitamente para nós.
Tomamos um banho e decidimos ir comer qualquer coisa, naquela hora só no Mc Donalds certamente.
Descemos a avenida e lá encontramos o dito, eu sabia que ali existia um.
A sala era grande e tinha algumas pessoas numa fila um tanto ao quanto desorganizada. Desorganização também parecia ser a palavra de ordem naquele estabelecimento, nunca em toda a minha vida demoramos tanto tempo para sermos atendidos, era inacreditável, a classificação a atribuir ao atendimento era péssimo, tudo devido á demora, mas não tinhamos alternativa por dois motivos, era domingo e a hora normal de almoço também já ia longe.
Após o almoço fomos efectuar uma visita ao recinto da catedral, fomos caminhando e vendo as lojas de comércio que apesar de ser domingo muitas estavam abertas ao público, principalmente as que vendiam produtos alusivos a Lourdes. Achei que ali ia conseguir encontrar á venda as bandeirinhas e lá estavam elas, comprei uma francesa e uma espanhola. A Nelly também comprou um souvenir para me oferecer e umas velas para colocarmos num dos varios “queimódromos”  que tem junto á gruta. Estava a iniciar-se a celebração de uma missa junto á gruta, outra parecia ter terminado há muito pouco tempo num enorme terreno relvado do outro lado do rio, ainda tinha gente a vir de lá numa espécie de procissão. A esmagadora maioria das pessoas eram deficientes motoras, faziam-se deslocar em cadeiras de rodas.
Deambulamos por ali, á sombra estava-se bem, ao sol nem por isso, passamos para a outra margem do rio, estivemos um bocadinho sentados junto á margem e depois continuamos a nossa caminhada.
Fiquei surpreendido com o enorme numero de turistas italianos, pelo que me foi dado perceber eles deviam ser a maioria, portugueses também lá tinha, além de ouvirmos algumas pessoas falarem a nossa lingua, também era visivel uma ou outra bandeira nacional.
Desta vez não entramos dentro da basilica superior, apenas na inferior. Cerimónias religiosas não faltavam, no exterior decorria também uma em lingua alemã, á noite iria decorrer uma procissão das velas, faziamos intenção de ver, além do simbolismo, é um espectaculo visual.
Fomos caminhando em direcção ao hotel, começavamos a sentir alguma fadiga, o tempo continuava quente e para “abafar” temporáriamente o calor nada melhor que um gelado.
No hotel descansamos um pouco, estivemos por lá até acharmos ser hora de jantar. Ponderamos algumas hipóteses no entanto acabamos por ir ao Mc Donalds e em má hora decidimos, aquilo estava pior que na hora de almoço. Tinha mais gente a trabalhar e mais gente na fila, eu não entendo como aquilo tem um funcionamento tão mau. A Nelly queria filete de peixe, eu não achava boa ideia, as coisas demoram demasiado e como aquele nem é dos que tem muita saída era melhor ela pensar numa alternativa, mas iamos controlando o stock na prateleira e quando chegou a nossa vez ainda tinha stock e ela acabou por comer o que queria.
Demoramos imenso, a hora da procissão das velas já lá ia, mas mesmo assim fomos até ao recinto ver se ainda apanhavamos alguma coisa, apanhamos o pessoal a sair e deviam ser dos últimos, não deu para ver, foi pena. Também não tinhamos muito mais a fazer por ali, por isso dirigimo-nos para o hotel, o dia seguinte ia ser um longo dia de estrada, estavamos aproximadamente 1200 km de casa e a viagem na parte inicial era desconhecida por nós, queriamos passar no Col D’Oubisque, por isso fomos descansar.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Cap D'Agde 2009 - A Partida



Domingo, 23 de Agosto de 2009

Chegou o dia menos desejado, desejavamos que este dia demorasse mais a chegar, mas ele estava ali e com muito sol, tal como todos os dias que o antecederam e que tiveram a nossa presença.
Ainda me passou pela cabeça ficarmos por lá um pouco mais, fazermos praia de manhã e partir por volta da hora do almoço, isso era viavel, tinhamos era de deixar o lugar vago e metiamos o carro num parque improvisado para esses casos, mas achamos melhor deixar as coisas seguirem o rumo que inicialmente tinhamos estipulado. Assim, levantamo-nos um pouco mais cedo que o costume, começamos a arrumar as coisas todas, deixando a tenda para o final, o colchão da cama foi das primeiras coisas, depois os quartos da tenda, por último a cobertura da tenda e os oleados do chão. A tenda foi fácil de desmontar e arrumar, o saco da tenda estava estranhamente vazio, mais tarde apercebemo-nos que faltava guardar no saco os dois quartos. Por fim ficou o que pensariamos ser fácil e era de facto, não contavamos era com as condições em que aquilo estava, o oleado, o grande, estava cheio de terra e algumas folhas misturadas, era muito complicado limpar aquilo ali, por isso optei por dobrar o melhor possivel e guardar aquilo embrulhado para não sujar as outras coisas.
Estava tudo guardado no carro, a hora de saída começava a ficar muito próxima. Fomos ao banho.
Vestimo-nos e ... partimos. Deixavamos o centro para trás, com uma enorme vontade de voltar no ano seguinte, esperemos que tal seja possivel.
Eram 9h42m, hora local quando passamos a portaria do parque, deixamos as braceletes que nos identificavam como “residentes” do mesmo , carimbaram a factura e abriram a cancela. Comecei a tentar filmar a saída do centro, não dava para filmar abertamente, filmagens e fotografias são proibidas dentro do recinto, por isso havia que tomar algum cuidado. O caminho até á saída era curto, não dava para filmar grande coisa do centro.
Deixamos a village e seguimos os ajardinados arruamentos até próximo do centro de Cap, daí tomamos a direcção da saída, para pararmos junto ao posto de abastecimento do hipermercado, precisavamos de abastecer o carro e a gasolina ali estava bem mais barata que nos restantes postos. Esperavamos voltar a meter gasolina apenas em território espanhol.
O movimento na bomba de gasolina é sempre grande devido ao baixo preço, nós aguentamos na fila e o sistema  em funcionamento era self service com pagamento automático, o que demorava mais, mas na verdade não tinhamos pressa.
Depois de deixarmos Agde fomos para a auto estrada, apanhamos a já nossa familiar A9 direcção Narbonne, também aqui o movimento era intenso, mas nós lá fomos andando num ritmo certo e calmo. Tal como no ano anterior paramos logo na primeira area de serviço para tomar o pequeno almoço.
Estacionamos num local onde não faltava espaço, a Nelly sentou-se no lancil , servia de banco e bebeu sumo comendo umas bolachinhas, para mim foi a mesma dose. Estivemos ali uns 5 a 10 minutos não mais, mas a Nelly por momentos parecia estar triste, distante, pelo menos a expressão dela era diferente, mas continuava bonita. Ela dizia estar bem, mas eu achava que não, estava diferente, não sei se seria devido á viagem, esperava que fosse isso ou pelo menos que não fosse nada de especial.
Prosseguimos a viagem na A9 até esta se encontrar com a A61 , entramos nesta última, cada vez mais Cap ia ficando para trás.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cap D'Agde 2009 - Os Últimos Momentos




Sábado, 22 de Agosto de 2009

Dia grande desejavamos nós que fosse para nos permitir fazer muita coisa e grande dia previamos nós pelo que pensavamos fazer.
Começamos pelo já comum banho e pequeno almoço, depois fomos para a praia, era sábado, tinha muita gente, mas não se notava se tinha mais por ser sábado, todos estes dias tinha tido imensa gente na praia. Grande parte do tempo estivemos metidos na água, estava-se bem dentro da mesma e fomos observando o movimento no areal, ainda estavamos na parte matinal, mas tinha gente já muito bem acordada, já se fazia notar alguma agitação aqui ou acolá, mas sem chegar á formação das rodinhas.
Inicialmente tinhamos previsto comer enlatados ao almoço e comprar comida para a noite, mas depois optamos por inverter a situação, compravamos comida ao almoço e depois ao final do dia não precisavamos de controlar horas para ir buscar o jantar, isso podia dar-nos mais liberdade de movimentos se assim pensamos, melhor o fizemos.
Abandonamos a praia, podiam ter sido os derradeiros momentos que ali passavamos este ano, aliás agora tudo o que era feito tinha quase que o carimbo de despedida.
Fomos ao Raphael comprar a comida, já lá tinhamos estado este ano a comprar o “roti de porc”, desta vez fomos para a muito comum por aquelas terras, “paella”. Compramos uma dose para os dois e fomos almoçar, até tinhamos interesse em almoçar cedo, depois do almoço tinhamos agendado ir a nova sessão da festa da espuma. Abria cedo, quando lá passamos a caminho do centro para comprar comida, vimos que já tinha gente lá dentro, nós também lá iriamos estar, mas um bocado mais tarde. Ao que parece a festa da espuma estava a ser um sucesso pois inicialmente estava agendado haver apenas há terça e quinta feira, mas devido ao sucesso foi alargado a todos os dias, juntaram a festa da espuma com a beatch longue e ambas decorriam em simultaneo.
Enquanto alguns já se divertiam no jacuzi ou no monte de espuma, nós almoçavamos tranquilamente e saboreavamos com alguma avidez toda aquela tranquilidade que estava ferozmente a caminhar para o seu final. Estivemos por ali até bem próximo das 15 horas da nossa ilustre e amada pátria, depois...., depois fomos para a mousse party.
Espuma não faltava, mas como não há bem que sempre dure, quando nos apercebemos que a festa estava a chegar ao seu epilogo, fomos ao duche tirar os restos da espuma que teimosamente ficava no corpo e saímos. Os ponteiros do relógio andavam pelas 18 horas, aquilo também não deveria durar muito mais, eles estavam a começar a preparar as limpezas do recinto para abrir o espaço á noite com outra decoração .
Fomos ao parque e decidimos queimar os últimos momentos de praia.
Finalmente, enchemos um pequeno colchão para levarmos e estarmos na água com ele, aquele colchão era muito viajado mas sem serventia nenhuma, nunca o tinhamos enchido, estava novo, desta vez ia ter uso. Colchão cheio, toalhas, óculos e tampões, estava tudo pronto, fomos aproveitar os últimos raios solares naquela esplendorosa praia.
Estendemos as toalhas e fomos para a água, a Nelly ficou com o colchão, ela queria alternar comigo, mas ela gostava de estar deitada no colchão e como não dava para os dois, deixei que ela tirasse proveito do mesmo, para o ano ou levamos dois ou então levamos um que sirva para os dois, será esta última uma boa opção, estarmos os dois.
Estava-se  bem na água, saímos quando  verificamos que os dedos das mãos estavam a ficar com a pele toda enrrugada, saímos e estivemos um bocado esticados no areal a secar o corpo, a bronzear um bocadinho e a observar toda a agitação que se fazia sentir na praia, naquela hora a praia ferve com toda a agitação que por ali decorre e sempre com os voyeurs qual ave de rapina a ver onde se passa a acção. Existem momentos em que o pessoal corre de uma rodinha para outra, nunca fomos ver nenhuma, nunca nos sentimos puxados pelo nosso voyeurismo.
O dia estava a chegar ao seu final, o sol já se começava a despedir , era a derradeira vez que viamos o sol a esconder-se nas traseiras do “nosso monte” o monte Saint Loup, pena não termos uma máquina fotográfica para registar aquelas cores quentes.
Ainda antes do jantar começamos a preparar algumas coisas para a partida, não que estivessemos com pressa de partir, bem pelo contrário, mas era melhor alinhavar as coisas e no dia seguinte arrumar a tenda e pouco mais, teriamos desse modo mais tempo disponivel para arrumar as nossas coisas, é que o espaço tem de ficar livre até ás 10 horas locais, menos uma neste cantinho.
Ficou tudo mais ou menos alinhavado, o que não era necessário foi sendo guardado no carro, é certo que muita coisa não voltava e o carro ia mais leve, mas em termos de espaço não se notava nada, ele ia cheio .
O último jantar, tinha um sabor amargo, o sabor do final das férias, começamos a tentar acabar com o que era possivel acabar, enlatados ainda ficaram, poucos mas ficaram, cervejas acabaram, inclusivamente compramos um pack de seis cervejas belgas, a “Grimbergen”, ficou por 5€ mais alguns cêntimos, o vinho acabou, água ainda tinhamos, vinho do porto não conseguimos acabar com todo e licor beirão também sobrou, o champagne , esse... foi todo e mais ia se houvesse.
Findo o jantar , lavou-se a loiça e também se guardou, assim como o fogão, já não iam ter mais serventia este ano. Era hora de ir para a despedida da noite e essa seria no Glamour, mas não daria para estar lá muito tempo, estavamos condicionados pela viagem de regresso, seria uma viagem relativamente curta, até Lourdes, mas viagem é viagem, e o descanso é fundamental.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cap D'Agde 2009 - Visita a Marselha ( Cap. 3 )



16h14, hora portuguesa , era a hora prevista para a partida do comboio, partiu com atraso de 4 minutos, não era muito, mas acrescentando ao atraso da manhã, já tinhamos uma meia hora de atrasos nas viagens de comboio, são situações que não surgem  apenas por cá.
Levava muita gente, por momentos tive dúvidas se eram lugares marcados, mas relaxei, não havia stress, se fosse e não estivessemos no nosso lugar , mudavamos, mas nada disso aconteceu.
No comboio as condições para fotografar / filmar eram nulas, os vidros faziam muito reflexo, a Nelly ainda tentou filmar um pouco da zona do aeroporto, mas não se tentou mais.
Foi por ali que entrou na carruagem uma mulher que pela indumentária mostrava ser de origem árabe, mulher relativamente nova e com duas pequenas e engraçadas crianças. Ficaram sentados nas nossas proximidades. A mulher não estivesse vestida daquele modo e certamente talvez saísse beneficiada, mas costumes são costumes.
A viagem foi decorrendo normalmente até que passou na carruagem uma equipa de policias dos comboios, algo se terá passado na carruagem contígua á nossa, mas de nada nos apercebemos, no entanto eles seguiram viagem até Montpellier.
Montpellier é uma estação muito escura, mas estivemos ali parados apenas o tempo normal da paragem, onde demoramos uma eternidade foi na estação de Sete, eu já vinha apertado para ir ao wc, aproveitei e fui ali mesmo, ao wc do comboio, que alivio... .
Após os largos minutos que o comboio esteve retido na estação e sem a minima explicação, começou a rolar de novo nos carris, a próxima estação era a nossa, Agde. Durante esse curto trajecto a revisora que usa um chapéu curioso entrou na nossa carruagem e apresentou desculpas pelo sucedido, afinal tinha existido um problema na linha que impedia a circulação dos comboios. Pelo menos houve uma explicação e um pedido de desculpas, como são surpreendentes estes franceses.
“Agde... gare de Agde “, ouviu-se na instalação sonora, tinhamos chegado .
Saindo do edificio da estação vimos uma camioneta na paragem que dava indicios de estar de partida, apressamos o passo e ainda a apanhamos, passava na Village estava tudo a correr bem. Sentamo-nos nos bancos da frente, o motorista era um corpulento homem de raça negra e conduzia como se não houvesse amanhã, o pessoal que se cuidasse, felizmente nada de anormal se passou e chegamos sãos e salvos ao centro. Retomamos aquela que era a  nossa rotina diária , banho para refrescar do intenso sol e jantamos. A noite estava prevista ser passada no Glamour.
Nestas férias até ao momento a única visita que tinha acontecido no dia marcado foi a visita ás grutas, todas as outras ficaram adiadas, a visita a Marselha realizou-se um dia  após o previsto e a visita ao Glamour também seria, pois neste dia não nos foi possivel entrar.
Os nossos vizinhos já tinham abalado, ele era simpático, cumprimentava as pessoas, ela era um pouco de nariz empinado, fazia lembrar um pouco a mulher do casal português que “conheciamos” dali, do parque. Agora do nosso lado esquerdo tinhamos um casal de suiços e uma criança, eles deviam ser de um cantão alemão, pois comunicavam nessa lingua.
Depois do jantar estivemos em amena e bem regada cavaqueira , foi champagne, foi licor beirão, foi vinho do porto, isto não fazendo referência aos liquidos ingeridos imediatamente antes e durante o jantar. Mas estavamos muito bem e isso é que era importante. Vestimo-nos para a noite, a Nelly estava linda como sempre e decidiu levar uns chinelos por ter uma pequena ferida num pé, mas isso foi o impedimento para entrar no Glamour.
No momento da entrada estava apenas um segurança e que segurança, era um armário que me desmanchava todo se me desse um soco, delicadamente e quase sussurrando alegou que não podiamos entrar porque a madame estava de chaussures, a Nelly não gostou muito, mas nada havia a fazer, voltamos para trás, no dia seguinte voltaríamos lá, também seria a derradeira oportunidade.
Tinhamos um dia para aproveitar até á exautão, depois seria o fim da festa, o arrumar as coisas e iniciar a viagem de regresso, começava a pairar no ar alguma nostalgia.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Cap D'Agde 2009 - Visita a Marselha ( Cap. 2 )



A cidade de Marselha está dividida em duas partes  claramente distintas uma da outra, a parte antiga com ruas estreitas e a parte nova com largas avenidas. É uma cidade grande, muito existe para ver com mais tempo, no nosso caso neste dia não tinhamos tempo para isso, a viagem era quase que uma visita de médico, meia dúzia de horas por ali e não dava para mais.
O facto de ser uma cidade de costa dá uma outra frescura, mas o dia estava muito quente e cometi o erro de não levar uns chapéus ou bonés para protegermos a cabeça, apanhamos todo aquele sol na cabeça e na parte final não me sentia muito bem da cabeça, o sol tinha-me massacrado.
A cidade tem alguns recantos belos, curiosamente e sendo uma cidade com mar, praias quase não existem e as que existem são pequenissimas, a cor da água é fantástica.
Dos vários monumentos da cidade, aquele que parece ser o ex libris da mesma é uma igreja que fica no cume de uma elevação, a Notre Damme, nós passamos junto dela no autocarro, mas não a fomos visitar, dali tem-se uma vista da cidade. Outro dos locais por onde o autocarro passa obrigatoriamente é junto ao estádio, o Velodrome que fica situado na parte nova da cidade, nessa longa e larga avenida também vimos o que restava de uma feira, sexta feira, dia de feira em Marselha. Não deu para ver as dimensões da mesma, aquela hora já estavam nas limpezas do espaço . Andavamos pelas largas avenidas da parte nova da cidade e o circuito do autocarro caminhava para o términus o que aconteceu alguns minutos depois, muita coisa deu para ver, mesmo que apenas de passagem, mas temos a noção de que muito haveria para ver, para isso precisavamos de muito mais tempo, por agora tinhamos a noção que o tempo não dava para mais e com o tempo disponivel, pensamos que o rentabilizamos.
Saímos do autocarro e ficamos por ali apenas o tempo necessário para tirar mais algumas fotos e para a Nelly filmar mais um pouco, depois disso começamos a subir as avenidas que nos levariam de volta á estação.
Fotografamos um carrosel  bem perto do porto velho, a fachada do edifico da C&A que outrora foi um hotel, acreditando no nome decalcado na pedra da fachada e mais á frente numa loja do Marselha, entramos e saímos, não vimos nenhum souvenir interessante.
Ainda nos restava algum tempo, mas a vontade de andar sob aquele sol abrasador era reduzidissima, no entanto começamos a deambular por algumas transversais á avenida que seguiamos e descobrimos mais um pequeno mercado numa pequena praça. Eram de facto férias marcadas pelos mercados e feiras, mas este mercado deixava muito a desejar comparando com o mercado que vimos em Agde, contornamos o mesmo e voltamos á avenida e aí vi algo que reforçou a minha ideia sobre o ambiente de Marselha, vi um homem com aspecto magrebino o que por lá não é nada dificil encontrar a meter a mão na mochila de uma mulher com aspecto de turista . De facto o ambiente não era dos melhores e se eu tinha uma opinião formada..., aquilo apenas veio reforçar a mesma.
Já perto da estação decidimos ir comer qualquer coisa, fomos ao “Snack L’Escale” na Boulevard D’Athénes, desde o porto velho que andavamos a ver um local para almoçar , o Mc Donalds estava cheio, por isso entramos num estabelecimento que fazia kebabs de vários tipos.
O aspecto não era dos melhores, até os próprios empregados tinham um aspecto de gente desconfiada e não inspiravam confiança, mas arriscamos e entramos. Faziam kebab em gallete, em baguete entre outros, a Nelly estava interessada na baguete, mas creio que ela não tinha visto o tamanho da mesma, era um kebab que dava para almoçar, lanchar e talvez jantar, por fim pedimos dois kebabs gallete com batata frita.
Apesar do aspecto desconfiado dos empregados, tinham aspecto de árabes, ou turcos ou seja lá o que forem, mas europeus não eram, os kebabs estavam bons, comemos tudo, eu claro que comi bem mais depressa que a Nelly, o calor também se fazia sentir lá dentro, por isso após termos terminado pagamos e saímos, quem recebeu foi o empregado mais novo, todos os outros já eram de idades bem mais avançadas.
Se ali estava quente, quando viemos para o sol tivemos quase que um choque térmico, no entanto ainda atravessamos a rua para ver a montra de uma loja de material de satélite a “Hai Sat”, até o nome tem aspecto de árabe, após a qual  acabamos de subir a escassa dezena de metros que nos separava da enorme escadaria para a estação.
A subida das escadas é que custou, o calor estava a dar cabo de mim, de tal modo que logo que tive oportunidade refugiei-me dentro da estação, lá estava fresco. Fomos ao Mc Donalds dentro da estação para bebermos uma coca cola cada  , depois disso descansamos um pouco e tiramos mais algumas fotos para engrossar as nossa recordações das férias, até á hora do nosso comboio.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Cap D'Agde 2009 - Visita a Marselha



Sexta feira, 21 de Agosto de 2009

Tinha chegado o momento que eu previa ser o mais alto nestas férias pelo menos a expectativa era enorme, a viagem a Marselha.
Não foi preciso o despertador , acordei um pouco antes, no entanto o despertador serviu para sairmos da cama. Fomos ao banho e tomamos o pequeno almoço, a hora permitia que fizessemos tudo sem grandes pressas, tinhamos camioneta junto ao centro ás 7h25m, saímos do parque o relógio andava a roçar as 7 horas.
Á saída do centro ainda seguramos no portão para um homem de bicicleta sair com a mesma, a bicicleta parecia um burro de carga, carregada com sacos, também ele estava de abalada.
Se no dia anterior o movimento no centro era praticamente nulo, neste dia, 1 hora mais cedo, então não se via ninguém. Aguardamos no banco da paragem pela chegada da camioneta, já lá estava um tipo que era italiano á espera, depois chegou uma velhota com quem o italiano meteu conversa, ele ia para Marselha e perguntou á velhota se a camioneta se atrasava e se chegava a horas á estação, a velhota respondeu que ele chegava a horas
De facto a camioneta chegou no horário, a hora prevista de chegada á estação era ás 7h50, uso sempre a nossa hora, o comboio era ás 8h15, tinhamos tempo, mas ainda era necessário comprar os bilhetes, coloquei-me na fila quando quase logo de seguida chegou perto de mim um rapaz novo, funcionário da estação perguntando se precisava de ajuda, eu lá aceitei e ele levou-me a uma máquina que vende os bilhetes, todo o processo foi conduzido por ele, eu só lhe dizia o que queria e respondia ás questões que ele me colocava, mais 120 euros para a conta do visa. Foi providencial o aparecimento do funcionário, evitei alguns minutos que ia levar de seca na fila, assim foi tudo muito mais rapido. Validamos os bilhetes e fomos para a gare.
A circulação estava com cerca de 15 minutos de atraso, não soubemos o que tinha provocado o atraso, mas todos os comboios circulavam com artraso.
Ali relembramos momentos vividos no ano anterior, na mesma plataforma, é que vimos o TGV que ia para Paris, o horário era o mesmo , mas este já ia atrasado. Passados nem 3 minutos após a partida do TGV chegou um outro com o mesmo destino, infelizmente não iamos em nenhum deles, o nosso seria diferente para uma viagem bem mais curta.
Embora a viagem fosse mais curta o atraso ia aumentando, quando finalmente foi anunciado a chegada do comboio o atraso já tinha subido para 20 minutos.
O comboio era agradavel, pintado em tons de vermelho e amarelo, cores representativas do departamento, com bancos confortaveis e paineis a informar a proxima paragem, são informações sempre uteis.
Até Sete fomos junto á porta da entrada por falta de lugares sentados, em Sete  a Nelly sentou-se e eu ia de pé junto dela, em Montpellier ficaram 4 lugares vazios, vi que duas rapariguitas se estavam a preparar para passarem para lá, mas com o pessoal a ocupar o corredor para sair não podiam passar, nós podiamos, por isso ocupamos nós dois lugares que deviam ser os que elas pretendiam.
Marselha cada vez mais perto, mas o atraso continuava a somar minutos, chegamos a meia hora de atraso, segundo informações nos paineis do comboio e também pela instalação sonora.
Um ponto negativo é a falta de civismo dos franceses pelo menos nos comboios, alguns ocupam o seu lugar e colocam a bagagem no banco ao lado, não interessa se tem pessoas ou não para se sentarem, o banco está vazio, há que ocupar, mas ninguém diz nada, deve ser normal, por cá, isso não se passa bem assim, existirão certamente alguns casos pontuais mas de um modo geral por cá, existe mais civismo.
O caminho até Nimes já não era estranho, mas a partir dali tudo seria novo, no entanto não se viu nada de extraordinário, assim fomos até nos aproximarmos de Marselha. Antes uns km começamos a avistar o mar, mal sabia eu que estava próximo de Marselha. Ainda antes da cidade passamos perto do aeroporto, pela instalação sonora informavam que ia seguir no comboio com destino a Nice que o mesmo partiria com atraso de modo a permitir aos passageiros apanhar o mesmo  informarando também a linha onde estava o mesmo. Pelo menos neste ponto eles marcavam a diferença. E pelo que vi tinha muita gente para apanhar o comboio com destino a Nice , pelo menos muita gente saía apressada do comboio e corria para outra zona da estação.
Saímos da gare de Saint Charles em Marselha que é enorme e deparamo-nos com um vista soberba da cidade , cidade que estava envolta numa ligeira névoa. Descemos a enorme escadaria, a minha ideia era ir para o Porto Velho.
No ano anterior tinhamos estado dois dias em Paris, cidade enorme como se sabe, cidade multi racial, no entanto andavamos bem, sentiamos segurança, aqui em Marselha, as coisas eram bem diferentes. Logo que pisamos solo de Marselha, o ar que se respira parecia ser diferente, parecia ser mais pesado, o clima era bem diferente do encontrado em Paris, podia ser impressão nossa, no entanto foi com essa impressão que ficamos.
Descemos um trecho de uma avenida, o movimento era enorme, também era quase meio dia por ali, nós iamos estar umas escassas horas, por isso optamos por ir até ao Porto Velho e apanhar um autocarro turistico para ter uma breve ideia da cidade e ver os principais pontos de referência da mesma.
Pelo caminho até ao Porto Velho fomos tirando fotos, poucas e filmando também um pouco, o ambiente que pairava no ar inibia-nos um pouco, era necessário tomar algumas precauções.
No Porto Velho que estava cheio de embarcações, vimos um autocarro parado e após uma breve conversa com o motorista entramos para o autocarro, nós estavamos decididos a fazer a viagem, mas ele não sabia, por isso estava a tentar vender o produto dele e até nos fez um desconto pelo facto de fazermos o circuito completo , que demorava perto de hora e meia a fazer.
O autocarro é daqueles vulgares autocarros descapotaveis no piso superior , nós ocupamos a primeira fila, desse modo teriamos  uma vista ampla sobre o caminho que percorriamos. O motorista fornece á entrada do autocarro uns auriculares para se ir ouvindo a descrição do local que se passa ou do monumento que se avista, escusado seria dizer que a explicação em português não existe, as linguas existentes, são o francês, espanhol, inglês e alemão, no nosso caso optamos pelo espanhol.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Cap D'Agde 2009 - A Estadia ( Cap 7 )




Este ano as férias estavam a ser marcadas pelos mercados e feiras, na terça feira em Marseillan, na quinta feira em Agde. Depois de deixarmos o mercado  deambulamos por mais algumas das estreitas ruas de Agde e viemos dar á feira, feira que foi percorrida por nós de uma forma mais ou menos pachorrenta, procuravamos basicamente bandeiras, que não encontramos. O que nos chamou a atenção foram os locais de venda de roupa que tinham umas pequenas cabines para as pessoas experimentarem a roupa, eu não frequento feiras por cá e achei aquilo curioso, são detalhes que podem fazer toda a diferença, o cliente poder  experimentar a peça de roupa.
A feira ainda era de uma dimensão razoavel, mas percorremos aquilo tudo e começamos a tomar o caminho do parque. Eram sensivelmente 11h30 quando passamos junto a um  Mc Donalds, fomos almoçar ali. Lá dentro estava-se bem, o ar condicionado mantinha o espaço fresco, cá fora o calor era imenso. Almoçamos e continuamos o caminho em direcção ao parque, a Nelly estava com um problema num pé, a fita do chinelo de tanto roçar, estava a magoar o pé, fomos andando devagar, pressa não tinhamos.
Na avenida que nos ligaria a Cap passou por nós um rapaz novo, mas de aspecto magrebino, perguntou se íamos para Cap, respondi que não e ele seguiu viagem, talvez estivesse a tentar a sorte dele, mas que vá tentando, connosco não teve sorte.
O nosso ritmo era lento, mas mesmo assim parecia que nunca mais chegavamos, pelo menos iamos entretidos a filmar bocados do caminho e a tirar uma ou outra foto, sempre atenuava a fadiga da caminhada sob um sol abrasador.
Chegados ao parque descansamos um pouco lendo mais um pouco dos nossos livros e verificamos que já tinhamos novos vizinhos, estavam a ocupar o local anteriormente usado pelos espanhois, agora eram dois homens numa carrinha transformada em caravana e franceses, pelo menos um deles devia ter alguma deficiência fisica, pois movimentava-se num carrinho. Do nosso lado esquerdo estava um casal francês que também mostrava indicios de ir breve embora, tinham tudo arrumado, na noite anterior houve grande jantarada no sitio deles, devia ser de despedida.
Fomos mais um pouco até á praia, previamos ficar um pouco mais por lá e ficamos.
Foi a minha estreia em termos de banhos, levava os apetrechos todos, óculos de natação e tampões para os ouvidos. A praia estava cheia e de facto estava muito calor, de tal modo que as tradicionais rodinhas eram na esmagadora maioria feitas na água, mas mesmo com todo aquele povo na água, a zona do areal onde toda a acção se desenrola estava cheia de gente. Nós assim que chegamos estendemos as nossas toalhas e fomos para a água, estava fabulosa, estivemos imenso tempo por ali, quando regressamos para o areal vi o que nunca tinha observado por ali, um casal de lésbicas. O comportamento delas até era normal não fosse uma que tinha aspecto de ser “o macho” do casal em determinado momento  beijar os mamilos da outra.
Enquanto isso e como já se começava a poder estar no areal, a areia deixava de queimar tanto, as rodinhas sucediam-se no areal, assim como o movimento junto ao cordão dunar também era intenso, fazia planos de ver in loco toda a agitação que acontecia para lá do cordão dunar, mas não tive vontade naquele momento.
Mais um dia caminhava perigosamente para o fim e agora começava a ver as nossas férias em declinio no que ao tempo restante dizia respeito, o tempo voa, passa quase sem nos apercebermos, por isso se deve aproveitar ao máximo cada minuto e este dia , ou este bocado de praia estava a ser mais aproveitado por nós, saímos já o sol se começava a despedir para voltar em força no dia seguinte.
Talvez devido á intensidade do sol, já perto do fim do dia de praia, vimos um grupo de bombeiros entrar na praia e deslocarem-se para a zona onde toda a acção acontece, passados largos minutos voltaram a passar com um tipo novo sentado numa maca em forma de cadeira, não soubemos o que tinha acontecido, mas nada de  muito grave seria levando em linha de conta o aspecto do tipo, na cara dele nem dor tinha estampada no rosto.
Estavamos a abandonar a praia na direcção do centro para comprar a indispensavel baguete, quando vimos uma pequena roda na praia, infelizmente esta roda era por causa de um homem que aparentava ter uma consideravel idade e que estava a passar mal, vi que estavam a ligar pedindo uma ambulância pois ouvi um homem ao telemovel a fornecer algumas indicações e de facto passado um bocado lá apareceu a ambulância, nós não ficamos a observar aquele cenário, o homem estava acompanhado e nós seguimos o nosso caminho, fomos comprar a baguete, regressando de seguida ao parque.
O tempo que faltava para terminar o dia foi passado tranquilamente, tomamos banho, preparamos o jantar e fomos dar uma pequena volta pelo centro, mais para ver a agitação que outra coisa, no dia seguinte tinhamos de nos levantar mais cedo, havia um comboio a apanhar, infelizmente na noite do dia anterior não tinhamos disfrutado do Eros como podiamos e deviamos por causa da viagem que afinal não se realizou, nesta não queriamos arriscar, foi mesmo fazer o circuito pela agitação e regressar aos nossos aposentos.
Pilhas a carregar, máquina de filmar também a carregar, despertador activado, nada podia faltar para a rápida visita a Marselha ser coroada de sucesso nesta segunda tentativa. A expectativa sobre a viagem e  principalmente sobre a cidade era imensa, faltava pouco tempo para  podermos pisar solo de Marselha.