sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Férias 1996 - Açores - S.Miguel - A Minha Terra III

4 de Setembro de 1996, como já vinha sendo hábito, foi o Luís que mais uma vez me acordou, tinha mais um grande dia pela frente. Como o Luís tinha que levar a Ana á escola e a Nani ao Colégio, eu fiquei para trás e ficou combinado encontrar-me com ele na “EDA”, dito e feito , tomei banho, o pequeno almoço e saí para Ponta Delgada. Passei por locais , por onde não passava á quatro anos. Passei na igreja ( única onde entrei até hoje nos Açores ) , em que se celebrou o casamento do Luís, depois entrei numa rua que é um centro de comércio, comecei a ver algumas recordações para oferecer. Desci para a marginal, fui tomar qualquer coisa, entrei num centro comercial, pequeno mas bonito . Dei uma volta pelo centro comercial e depois entrei numa pastelaria, pedi um sumo de laranja e comi um bolo, as empregadas eram muito, mas muito simpáticas, então a que estava na caixa … . Numa loja ao lado comprei alguns postais , para enviar para algumas das minhas amizades. Estava quase na hora de me encontrar com o Luís na empresa. Antes de chegar á empresa bati mais uma foto , mas desta vez á marginal da capital do arquipélago. Ao chegar á empresa , disse ao segurança que queria falar com o Luís Miguel, o segurança disse “ com o Dr.º Luís Miguel ! ?”, eu não sabia se ele era doutor e disse que sim , o homem mandou-me entrar, lá fui. Cheguei ao gabinete do Luís Miguel. Passado pouco tempo abandonei o local, para tal como no dia anterior me encontrar com a Paula. Partimos para mais um grande passeio pela ilha. Voltei a passar por S.Roque, um pouco mais á frente fica Lagoa, fizemos a primeira paragem. A primeira visita do dia foi a uma olaria, como parece fácil fazer as coisas, vimos todo o processo de construção das peças, sé é necessário ter perícia para fazer as peças , também é para pintar. Na secção de vendas , havia muito por onde escolher, mas não queira trazer muitas coisas , pois durante a viagem de regresso a casa , poderia partir, comprei um prato, não sabia a quem o iria oferecer, mas já o tinha comprado.
Pouco tempo depois , estávamos nós de novo na estrada. Fomos á Caloura, local bonito, como tantos outros, mais uma vez fomos até junto da água, mas continuo com a impressão que a água é gelada, contra as opiniões restantes, cerca de cinco minutos se tanto fomos a um outro local, também na Caloura, com uma pequena praia, local agradável , bem próximo existe um hotel que não vi mas no local onde se encontra tem tudo para ser um hotel de luxo.
Subimos novamente para e estrada principal e fomos ao miradouro do Pisão, daqui pode-se ter uma outra visão da Caloura, é belíssima , a Paula mostrou-me a antiga estrada , passava bem junto ao local onde se situa o miradouro, nada tinha a ver com a actual estrada. Este local já eu conhecia( não o miradouro) , ao fundo podia ver um hotel, que é conhecido, julgo que se chama “Bahia Palace”, tem aspecto de ser uma boa unidade hoteleira, nesta zona também existe uma boa praia. Já bem próximo de Vila Franca do Campo, paramos para a Paula meter gasolina no carro, quem a atendeu foi uma rapariga muito bronzeada e com um corpo que só visto, mas eu não vi nada. Quando chegamos a Vila Franca do Campo, fomos almoçar, o restaurante escolhido, situa-se junto ao porto, acho que se chama “Jaime” . Subimos para o primeiro andar. A escolha do prato estava difícil, estava indeciso quanto ao peixe a escolher, o “Imperador” ou o “Lírio” . A Paula foi no “Imperador” eu finalmente decidi pelo “Lírio”, para acompanhar fui em mais um produto regional, o sumo de maracujá “Kima”. Estava tudo muito bom, no inicio tinha ficado combinado que a Paula me deixava provar um pouco do “Imperador” , mas não fui capaz , fiquei só pelo “Lírio” , não dava para comer mais, mesmo assim penso que já estava a comer mais, que nos dias anteriores, o meu apetite vinha aumentando. A sobremesa para mim foi uma Queijada da Vila, quando se pediu a queijada , estava um pouco desconfiado de tal produto, o nome não me agradava muito por motivos mais que conhecidos. Estava enganado, nada tinha a ver com o que eu pensava, no entanto a primeira “dentada” foi a “medo”, depois soube a pouco. Se eu estivesse na disposição de molhar as unhas teríamos ido ao Ilhéu de Vila Franca, fica para uma próxima oportunidade.
Fomos fazer a primeira visita por terras de Vila Franca, a que foi a primeira capital dos Açores, visitamos um convento em que fazem maravilhas, várias surpresas tive neste convento. Quem nos atendeu foi uma freira, era espanhola, falava português com sotaque muito acentuado, mas entendia-se muitíssimo bem. Entramos numa sala onde tinha muita coisa exposta. Muitos bordados, esta foi a primeira surpresa, desconhecia por completo os bordados dos Açores, sempre que ouvia falar em bordados , falava-se dos da Madeira. Para quem gosta, encontra lá coisas fantásticas, principalmente toalhas de mesa, só que é preciso estar preparado no que aos cifrões diz respeito. Eu fiquei por uns paninhos com umas flores bordadas para oferecer. Outra coisa que fazem e que quando vi fiquei perplexo, são as escamas de peixe, como é possível ?! , nunca imaginei que uma coisa que acaba por ser um tanto ao quanto repugnante, principalmente quando fica nas mãos, desse para fazer coisas admiravelmente fabulosas, claro que não podia vir embora sem trazer alguns exemplares dos mais simples para oferecer. A freira que nos acompanhava era uma pessoa que conversava de uma forma impressionante, envolvia as pessoas na conversa, de tal forma que se não tivesse mais nada para ver era bem capaz de passar mais um bocado por ali. Na conversa que mantivemos , a freira falou num local que me tocou, eu tinha estado nestas férias em Covadonga - Espanha e a freira falou nesse local, fez-me recordar toda aquela beleza, recordei com satisfação, mas neste momento estava a viver momentos talvez únicos na minha vida. Eram horas de partir, mas sem a freira me “cravar “ uma senha para um sorteio a realizar nem sei quando, também não interessa não me sai a mim.
Como tinha ficado sem dinheiro, ao passar por uma caixa do multibanco, levantei mais algumas notas.
De regresso ao carro, passou por nós uma carrinha a fazer publicidade ao P.S., fazia demasiado barulho, alguns acompanhantes distribuíam uns panfletos , era a campanha eleitoral na estrada antecipadamente, curiosamente a carrinha era do Porto. Reconheci o local onde passei na camioneta a caminho das Furnas , na minha anterior passagem pela ilha. Subimos até a uma ermida, é quase que um Bom Jesus em miniatura. O Luís tinha dito á Paula para não subirmos a escadaria , mas como estávamos sós, decidimos contrariar o Luís, vai daí subimos, não sei quantas escadas tem, subi bem. Ao cimo da escadaria pode-se apreciar a bela paisagem, pode-se ver Vila Franca do Campo , o ilhéu e inclusivamente uma ilha que se chama Formigas. Não me foi possível avistar a ilha porque o tempo não permitia. A descida foi mais fácil.
O tempo estava a começar a mudar, prometia chuva. De regresso a Ponta Delgada , mais um local que reconheci, o local onde decorreu a boda do casamento do Luís. Um pouco mais á frente começaram a cair as primeiras pingas de chuva, pouco choveu. Vi folhas de tabaco a secarem, também existe produção de tabaco na ilha, este é um produto regional que sabia não iria provar.
Provar , provei licor de ananás, numa estufa , que julgo ser em Fajã de Baixo, local bem próximo de Ponta Delgada. Fui ver as estufas de ananás, aproveitei para enriquecer um pouco mais a minha sempre escassa cultura. Fiquei a saber as fases pelas quais passa o ananás até chegar aos nossos pratos. A fase que mais admiração me causou foi a fase do fumo. Desconhecia por completo que o ananás passava por uma fase deste tipo, a única fase que eu conhecia era partir em bocados para poder meter na boca. Comprei uma garrafa de licor de ananás, mas antes de comprar provei, sabe a ananás alcoolizado. Estava completa a jornada por este dia.
Quando cheguei a casa do Luís, comecei a escrever os postais. Quatro postais, escrevi , foram escritos no quarto, num postal não sabia bem o que escrever, já começa a ser normal, mas lá escrevi. Após o jantar, eu e o Luís fomos dar uma volta por Ponta Delgada, levei os postais comigo para os enviar, não deu, ficaria para o dia seguinte. O carro ficou estacionado na avenida da marginal, aproveitei para tirar uma foto nocturna da marginal de Ponta Delgada. Como o Luís tem o vicio do café, tínhamos que ir a um café, assim foi, junto á marginal fomos a um que tem uma história muito interessante. Interessante também é a história da pseudo passagem do Luís pelo serviço militar. Para exercitar um pouco os maxilares, comi uma queijada da vila , das tais que tinha comido ao almoço, fiquei mesmo a gostar. Quando abandonamos o café, andamos um pouco pelo centro da cidade a pé. Fomos á sede do S.Clara, deve ser uma filial do Benfica nos Açores, o símbolo é quase a cópia do símbolo do Benfica, lógico que as cores também são iguais, como eu sou azul e branco … . Estava terminado mais um longo dia , o dia seguinte prometia ser diferente, o Luís tinha dito que ia tentar passar o dia comigo.

1 comentário:

  1. Com estas paisagens dá vontade de ficar por ai...
    Esquecer o stress da cidade e se render ao paraíso..
    E Também por falta de simpatia não seria???

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