terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Cap D’Agde – O Regresso a Casa


O telemóvel não nos deixou adormecer, á hora marcada lá estava ele a “empurrar-nos” para fora da cama, a custo lá o fizemos.

Arrumamos tudo o que se podia arrumar, a nossa mesa ficou por lá, tinha um suporte partido e trazer só ia ocupar espaço e aumentar o peso da carga. A carga era consideravelmente menor.

O centro ainda não registava movimento, quase toda a gente ainda dormia ou estava a despertar para um novo dia. Logo á saída apareceu-nos o mesmo tipo que nos tinha pedido boleia ainda estávamos nós a acabar de arrumar as coisas no carro, mas não havia espaço para nada muito menos para dar boleia a uma pessoa, ele teria de se desenrascar de outro modo.

O nosso trajecto esta delineado passo a passo na nossa mente, deixamos Cap D’Agde com desejos de voltar no próximo ano ou o mais breve possível.

Enchemos o depósito no hipermercado em Agde, apesar de ainda ser bastante cedo ali já existia fila considerável para abastecimento, o preço é bem mais baixo que nas outras estações de serviço, por isso compensa aguardar uns minutos para encher o depósito, depois dali só meteríamos mais apenas em território espanhol. Deixamos Agde e seguimos para a auto estrada.

A9 a auto estrada que seguimos até Narbonne. Na primeira estação de serviço na auto estrada fizemos uma breve paragem para colocar algumas coisas que serviriam para o nosso pequeno almoço e prosseguimos o nosso caminho.

Villefranche de Conflent, finalmente paramos aqui. Nos três últimos anos passava por aqui, normalmente a caminho de Cap D’Agde e este local atraía a minha atenção pela pequena fortaleza que existe e pela enorme quantidade de carros que por lá tem estacionados. Sempre ficou a vontade de parar e explorar aquela zona, este ano não iria dar para explorar, mas já vi que tem belas grutas , dignas de serem visitadas, numas próximas férias essa visita encabeça a lista de prioridades. De qualquer modo efectuamos uma paragem apenas para tirar uma meia dúzia de fotos. Não havia tempo para visitar as grutas.

Estávamos a caminhar para os Pirenéus, belezas paisagísticas indescritíveis. Existe um comboio turístico que faz aquela viagem, deve ser uma viagem belíssima. Talvez um dia.

O carro carregado por vezes parecia não ter muita vontade em subir a estrada que em determinados pontos parecia que ia no sentido do céu tal a inclinação da mesma, mas lá fomos prosseguindo calmamente o nosso caminho. A viagem não seria muito longa, neste dia ela ficaria pelas duas centenas de quilómetros, o dia seguinte sim, seria grande, muito grande.

O azul do céu de vez em quando dava lugar a um céu triste , um céu cinzento, era um pouco a nossa imagem, a tristeza pelo fim das férias.

Paramos no já local do costume em La Seu D’Urgell para passar a noite, é certo que ainda estávamos nem a meio da tarde, mas parávamos ali e íamos passar um bocado a Andorra.

Em Andorra visitamos os locais mais conhecidos do comércio e também almoçamos por lá, quanto a compras.... nada, Andorra já não é o que era há uns anos atrás, agora o que se encontra lá, também se encontra cá e ao mesmo preço, talvez valha a pena o que é topo de gama, mas isso é para quem pode.

O jantar foi no hotel, ali come-se barato.

A noite foi tranquila, o cansaço não existia do dia anterior, fizemo-nos á estrada quando o dia estava a nascer.

Até Lérida a viagem foi muito tranquila, em Lérida entramos na auto estrada, estas férias em termos de trajecto era de facto diferente das dos anos anteriores, nestas privilegiamos os trajectos em auto estrada.

A partir de Lérida e até perto de Saragoça onde decorria a Expo 2008 foi um pouco complicado, o vento era fortíssimo, não dava para grandes velocidades. Depois de Saragoça o vento acalmou e podemos fazer a viagem mais tranquilos.

Efectuamos uma paragem á entrada de Saragoça para mudar as pilhas á máquina fotográfica e prosseguimos a viagem, até nova paragem já perto de Logroño. Paramos para abastecer o carro e os tripulantes. Eu estava esperançado na tortilha de batata mas não tinha, fui para uma de presunto a Nelly comeu e bebeu o mesmo, o carro foi gasolina sem chumbo 95.

As previsões apontavam para estarmos em casa pela hora de jantar, pela média que estávamos a fazer isso seria possível.

Até Burgos o movimento não era muito, entre Burgos e Valladolid aumentou significativamente, mas nada que nos atrapalhasse. Desta vez não iríamos para onde almoçamos no ano anterior também na viagem de regresso a casa.

O caminho de regresso um pouco antes de chegarmos a Burgos era o mesmo , embora em sentido oposto ao efectuado na ida.

Tordesillas sentido Corunha, o transito já era menor , mas notava-se que havia muita gente em transito de férias, uns talvez de partida , outros como nós de regresso das mesmas.

Depois de abandonarmos a A6 que seguia para a Corunha o transito reduziu ainda mais. Uns quilómetros mais á frente efectuamos uma nova paragem, mais para esticar as pernas, o carro ainda não precisava de gasolina , nós bebemos apenas e seguimos viagem. O local onde paramos ficava fora da A52 e fazia-me lembrar um pouco aqueles sallons dos filmes que gostava de ver na minha infância.

Pela zona de Puebla de Sanábria, que é diga-se uma zona bonita, paramos para encher o depósito, mas nem parecia que estávamos em Espanha, parecia que estávamos em pleno Alentejo onde há muito tempo para tudo, aquilo irritou-me e parti á procura de nova bomba para abastecer o carro, não foi preciso andar muito para isso.

Só nos faltava mesmo chegar a casa, cada vez estávamos mais perto, a tarde também caminhava para o seu final.

Tínhamos acabado de passar a linha imaginária que divide o nosso território com aqueles que alguém um dia se lembrou de dizer que são nossos irmãos quando sem que nada o fizesse prever a fotógrafa de serviço apresentou o seu pedido de demissão, foi uma atitude surpreendente, na medida em que tecnicamente evoluiu muito do ano 2007 para o ano de 2008. Como as férias também estavam no seu capitulo final o pedido foi prontamente aceite.

A Nelly ficou em casa, faltava-me percorrer as últimas dezenas de quilómetros destas férias, agora a solo. Cheguei a casa estava quase na hora do jantar, as previsões da hora de chegada cumpriram-se.

2 comentários:

  1. Pela amostra até que e fotografa tirou boas fotos.. iol.. mais um pouco ficaria uma profissional.
    Sem duvida esta é a parte pior da história , o regresso, mas temos que pensar que já não se regressa igual, somos mais ricos, mais historias mas vivências vividas, mais ricos como pessoas..

    " Não há homem completo que não tenha viajado muito, que não tenha mudado vinte vezes de vida e de maneira de pensar"


    "As viagens dão uma grande abertura à mente: saímos do círculo de preconceitos do próprio país e não nos sentimos dispostos a assumir aqueles dos estrangeiros"

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  2. " Descobri o o que dá alegria á vida
    não é ser querido e admirado pelas outras
    pessoas. A alegria nasce do facto
    de eu próprio poder amar e admirar
    algo qie me pareça especial,
    bom e belo, no céu , nos meus amigos,
    no contacto com o meu avião e a sua alma.."

    O Dom de Voar

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