quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Cap D’Agde – A viagem de ida



9 de Agosto de 2008, O grande dia. O dia da partida



Saí de casa por volta das 9 horas da noite para passar em casa da Nelly , carregar o resto das coisas , que não eram poucas ! , duvidei que conseguisse meter tudo no carro e partimos, Cap esperava por nós .

Ao longo do ano estas férias foram colocadas em causa por diversas vezes, felizmente tudo acabou por dar certo e agora estávamos a percorrer o alcatrão que nos levaria até aquele que tem sido o nosso canto de férias, Cap D’Agde.

Cap D’Agde situa-se no sul de França, localidade banhada pelas ditas quentes águas mediterrânicas, que de quentes pouco têm tido nestes dois últimos anos.

As expectativas destas férias eram muitas, o ano não foi fácil até ao momento das férias, logo serviriam para descanso, descanso mais de âmbito psicológico, pois num local daqueles é impossível não esquecer a rotineira vida que levamos. Basta lá chegar e parece que o mundo se transformou.

A viagem decorreu sem sobressaltos, chegamos ainda a tarde não ia a meio. Fomos parando para abastecer o carro, o primeiro abastecimento foi logo após a fronteira de Chaves, numa bomba da Galp proliferavam os carros lusos, a gasolina era uns largos cêntimos mais barata, por isso levava gasolina suficiente para ultrapassar a fronteira, desse modo se economizava bastante.

A52 autoestrada das Rias Baixas, entramos á entrada de Verín e seguimos nela até se cruzar com a A6 a autoestrada que liga a Corunha á capital espanhola.

O nosso ritmo de viagem era calmo, tínhamos a noite toda para andar, apesar de termos pressa de chegar e desse modo começarmos a desfrutar verdadeiramente das nossas férias,a nossa pressa na estrada não existia, era para se fazer tudo tranquilamente.

Com o avançar da noite o movimento na estrada ia diminuindo, muitas vezes a escuridão era apenas rasgada pelos faróis do meu sempre fiel carro, faróis que nestas ocasiões ficam sempre um pouco levantados devido á carga do carro.

Quando começaram a surgir os indícios de novo amanhecer já nós estávamos a transitar em estradas do País Basco e com o amanhecer o volume de transito também começou a aumentar.

País Basco para mim sempre enigmático, repleto de belíssimas paisagens , onde a natureza pinta belos cenários de verde, mas também um pouco perturbador devido ao ambiente , parece que todos desconfiam de tudo e todos. Os paines reivindicativos sobre politica e presos políticos colocados estrategicamente sobre as passagens superiores das autoestradas ajudam a criar o ambiente de desconfiança.

Ainda era bem cedo quando decidimos fazer uma paragem, desta vez serviu para tomarmos o nosso pequeno almoço. Daí até á fronteira foi rápido, lá, antes de entrar em território gaulês, abastecemos o carro, é que em França a gasolina estava bem mais cara e isso fazia-se sentir na bomba , a fila era grande, de tal modo que tinha uma funcionária a coordenar a fila e ao que parece ela era portuguesa, pelo menos a Nelly referenciou-a como tal.

Já muito alcatrão tinha ficado para trás, cada vez era menos o que faltava percorrer.

O transito nas terras gaulesas era bastante, mas seguimos sempre na autoestrada, esta viagem seria feita quase toda em autoestrada. Logo após a fronteira meio escondido pela vegetação aparecia de quando em vez as composições de um comboio, era o TGV. TGV que estava entre as grandes expectativas , mas não a principal, destas férias. A velocidade dele naquele bocado não era nada de especial, ia bem devagar. Enquanto o comboio seguia o caminho dele, nós seguíamos o nosso, afinal de contas Cap esperava por nós.

Apanhamos a autoestrada para Toulouse, a A64. Diga-se que entre nós e os franceses no que respeita a pagamentos na autoestrada, o equilíbrio é notório, resultado, caro!.

A manhã foi passando, a temperatura ia subindo, o cansaço ia aparecendo.

Efectuamos nova paragem para abastecermos os nossos corpos, numa zona bem tranquila perto de Lourdes. É uma grande área para descanso para quem viaja naquela autoestrada. A Nelly levava farnel para nós e mais alguém se fosse necessário, mas estava tudo magnifico.

Com os estomagos confortáveis, retomamos a estrada para percorrer os derradeiros, muitos, quilómetros que nos faltavam, a previsão seria chegar a Cap a meio da tarde.

Toulouse ficou para trás, começaram a aparecer placas a indicar o desvio para Foix, bela localidade, e Andorra. Embora destinos atractivos, nada nos desviava da nossa rota e assim fomos andando. Á medida que nos aproximávamos da costa o transito intensificava-se, de tal modo que houve momentos de transito compacto, mas sem paragens.

Carcassone apareceu do nosso lado esquerdo, a fotógrafa de serviço, sim, houve uma fotógrafa de serviço, ia ao longo da viagem disparando aqui e ali a máquina de modo a congelarmos eternamente alguns momentos para reviver mais tarde, mas falhou ao não estar preparada para fotografar o belo castelo que existe em Carcassone, é enorme e belíssimo , pelo menos o exterior.

Já cheirava a mar, chegamos ao ponto onde a autoestrada se funde com a A9, estávamos no nosso derradeiro troço de autoestrada. Nesta autoestrada para quem passa nela , tem um desfile de carros de variadíssimos pontos da Europa. Até nórdicos por lá andam, mas os Holandeses estão em maioria.

Saímos nas portagens que dão acesso a Cap D’Agde a vila grega como é referenciada na autoestrada. Na autoestrada quando começamos a avistar o “nosso querido monte “ o monte S. Loupe respiramos fundo, estávamos no nosso cantinho de férias.

Chegados á entrada do centro, fomos tratar das formalidades, formalidades facilitadas pelo facto de já termos tudo marcado com a reserva efectuada antecipadamente.

Era chegada a hora de nos instalarmos e desfrutarmos destas férias.


Foto de autoria de Jupp

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