quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Cap D’Agde – Momentos


As férias são á partida constituídas por momentos de lazer, logo isso é meio caminho andado para o sucesso das mesmas.

As férias do ano de 2008, foram passadas em França, pelo 4º ano consecutivo, noto que o meu gosto pelo país tem vindo em crescendo, o ambiente é mais descontraído, tenho gostado. Lamentavelmente dá para perceber que em muitos aspectos somos , nós portugueses,de facto muito pequenos, mais a nível de conceitos e/ou preconceitos.

Estas férias que acabei de descrever de uma forma muito sucinta, foram magnificas, não direi melhores ou piores que as anteriores, mas sim diferentes.

A viagem de ida decorreu de uma forma tranquila, fizemos bem o percurso de cerca de mil e trezentos quilómetros.

A estadia foi normal tendo em conta os anos anteriores,frequentamos a praia, visitamos Agde e mais uma vez o centro de Cap D’Agde, fizemos uma pequena viagem de barco junto á costa de Cap D’Agde.

A viagem a Paris foi quanto a mim o ponto alto das férias, foram apenas dois dias e duas noites, dois dias vividos de uma forma intensa, de outro modo não era possível mostrar os locais mais emblemáticos da cidade, pelo menos os locais que figuram em qualquer cartão postal.

Percorremos uns bons quilómetros a pé em Paris, opto por andar a pé do que andar no metro, pois andando a pé consegue-se sentir o bater da cidade, o metro é prático, rápido e útil, mas não se sente a verdadeira cidade.

Foram dois dias meteorológicamente diferentes, o primeiro dia , dia pautado pelo intenso sol e calor, o segundo marcado pela chuva em regime de aguaceiros fortes, mas sem frio.

Sobre a viagem a Paris, apenas posso dizer que valeu a pena cada segundo lá passado, ficou o enorme desejo de lá voltar, falta saber quando.

Os últimos dias foram passados em Cap D’Agde, alguns dos dias nem do centro saímos, eram uma férias marcadas pela boa disposição, pelo dolce fare niente.

Os nossos jantares por vezes eram longos, de tal modo que nem saímos para dar uma volta pela noite no centro, não sentíamos nem necessidade, nem vontade, estávamos muito bem onde estávamos para quê sair !? . no entanto não deixamos de frequentar a noite do centro, fomos ao super badalado Melrose, local já nosso conhecido que mantém a linha de sempre, fomos ao Eros, esta uma inovação. Local semelhante ao Melrose no ambiente, talvez um pouco mais “refinado”, no entanto com algumas nuances que o tornam diferente, a música é uma dessas componentes além de ser um local com mais espaço para a dança. Por fim a cereja no topo do bolo era a visita ao famoso Galmour. É “obrigatório” passar por lá, nem que seja apenas uma noite. Não é um local barato, 50 € por casal com direito a 2 bebidas,no entanto tinha fila para entrar. Fomos lá duas noites, num delas decorreu a eleição “Miss Glamour”.

Notava-se que andavam muitos italianos em Cap, mas os alemães devem ser a maioria por lá, holandeses também não faltam. Algumas caras já reconhecia de anos anteriores.

No centro, onde nos instalamos, o ambiente tem duas faces completamente diferentes, é como o dia e a noite. Durante o dia vive-se na praia, mais durante a tarde, a manhã para muitos deve ser para dormir . A noite veste-se a preceito, existe muito glamour, é enorme a agitação junto ás zonas comerciais incluindo restaurantes/bares/discotecas. Existem locais com ambientes diversificados consoante as preferências e todos têm bastante movimento.

Por lá é impossível não existir uma ruptura com o nosso quotidiano . Cruzamo-nos com pessoas normalíssimas até ás extravagantes na sua forma de ser e/ou vestir. Nesse ponto , tivemos oportunidade de ver na parte final de um dia, um homem que deveria andar na casa do meio século a pavonear-se em pleno centro e em plena luz solar de mini saia ao xadrez, aquilo mais parecia um cinto largo, mas de qualquer modo andava de saia e bota de cano alto. O aspecto dele não enganava, no entanto ali era livre de se expressar e ninguém se metia com ele. Ali cada um pode ser como é, respeita-se.

A vigilância policial faz-se sentir, mais pela noite, todo o centro é patrulhado. Foi o quarto ano consecutivo e nunca vi o menor problema por ali.

O regresso também foi calmo, não havia pressa de chegar, era sim momento de reviver os dias passados. As fotos foram muitas mais que nos anos anteriores, mas fica sempre a sensação que são poucas, de ano para ano vamos aumentando e a qualidade técnica da fotógrafa de serviço também.

Por mais palavras que utilize, existem momentos/emoções/sensações que não se conseguem descrever, essas ficam na minha memória que vivi esses momentos/emoções/sensações. Por isso esta crónica por muito clara que possa ser fica sempre incompleta.

Por último dedico a crónica das férias de 2008 a todos os meus amigos, eles sabem quem são, e para uma pessoa em especial, a minha companheira nesta caminhada que é a minha vida, a Nelly . Sem ela as férias seriam bem diferentes. A ela devo muito do sucesso das férias e do meu bem estar. Obrigado.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Cap D’Agde – O Regresso a Casa


O telemóvel não nos deixou adormecer, á hora marcada lá estava ele a “empurrar-nos” para fora da cama, a custo lá o fizemos.

Arrumamos tudo o que se podia arrumar, a nossa mesa ficou por lá, tinha um suporte partido e trazer só ia ocupar espaço e aumentar o peso da carga. A carga era consideravelmente menor.

O centro ainda não registava movimento, quase toda a gente ainda dormia ou estava a despertar para um novo dia. Logo á saída apareceu-nos o mesmo tipo que nos tinha pedido boleia ainda estávamos nós a acabar de arrumar as coisas no carro, mas não havia espaço para nada muito menos para dar boleia a uma pessoa, ele teria de se desenrascar de outro modo.

O nosso trajecto esta delineado passo a passo na nossa mente, deixamos Cap D’Agde com desejos de voltar no próximo ano ou o mais breve possível.

Enchemos o depósito no hipermercado em Agde, apesar de ainda ser bastante cedo ali já existia fila considerável para abastecimento, o preço é bem mais baixo que nas outras estações de serviço, por isso compensa aguardar uns minutos para encher o depósito, depois dali só meteríamos mais apenas em território espanhol. Deixamos Agde e seguimos para a auto estrada.

A9 a auto estrada que seguimos até Narbonne. Na primeira estação de serviço na auto estrada fizemos uma breve paragem para colocar algumas coisas que serviriam para o nosso pequeno almoço e prosseguimos o nosso caminho.

Villefranche de Conflent, finalmente paramos aqui. Nos três últimos anos passava por aqui, normalmente a caminho de Cap D’Agde e este local atraía a minha atenção pela pequena fortaleza que existe e pela enorme quantidade de carros que por lá tem estacionados. Sempre ficou a vontade de parar e explorar aquela zona, este ano não iria dar para explorar, mas já vi que tem belas grutas , dignas de serem visitadas, numas próximas férias essa visita encabeça a lista de prioridades. De qualquer modo efectuamos uma paragem apenas para tirar uma meia dúzia de fotos. Não havia tempo para visitar as grutas.

Estávamos a caminhar para os Pirenéus, belezas paisagísticas indescritíveis. Existe um comboio turístico que faz aquela viagem, deve ser uma viagem belíssima. Talvez um dia.

O carro carregado por vezes parecia não ter muita vontade em subir a estrada que em determinados pontos parecia que ia no sentido do céu tal a inclinação da mesma, mas lá fomos prosseguindo calmamente o nosso caminho. A viagem não seria muito longa, neste dia ela ficaria pelas duas centenas de quilómetros, o dia seguinte sim, seria grande, muito grande.

O azul do céu de vez em quando dava lugar a um céu triste , um céu cinzento, era um pouco a nossa imagem, a tristeza pelo fim das férias.

Paramos no já local do costume em La Seu D’Urgell para passar a noite, é certo que ainda estávamos nem a meio da tarde, mas parávamos ali e íamos passar um bocado a Andorra.

Em Andorra visitamos os locais mais conhecidos do comércio e também almoçamos por lá, quanto a compras.... nada, Andorra já não é o que era há uns anos atrás, agora o que se encontra lá, também se encontra cá e ao mesmo preço, talvez valha a pena o que é topo de gama, mas isso é para quem pode.

O jantar foi no hotel, ali come-se barato.

A noite foi tranquila, o cansaço não existia do dia anterior, fizemo-nos á estrada quando o dia estava a nascer.

Até Lérida a viagem foi muito tranquila, em Lérida entramos na auto estrada, estas férias em termos de trajecto era de facto diferente das dos anos anteriores, nestas privilegiamos os trajectos em auto estrada.

A partir de Lérida e até perto de Saragoça onde decorria a Expo 2008 foi um pouco complicado, o vento era fortíssimo, não dava para grandes velocidades. Depois de Saragoça o vento acalmou e podemos fazer a viagem mais tranquilos.

Efectuamos uma paragem á entrada de Saragoça para mudar as pilhas á máquina fotográfica e prosseguimos a viagem, até nova paragem já perto de Logroño. Paramos para abastecer o carro e os tripulantes. Eu estava esperançado na tortilha de batata mas não tinha, fui para uma de presunto a Nelly comeu e bebeu o mesmo, o carro foi gasolina sem chumbo 95.

As previsões apontavam para estarmos em casa pela hora de jantar, pela média que estávamos a fazer isso seria possível.

Até Burgos o movimento não era muito, entre Burgos e Valladolid aumentou significativamente, mas nada que nos atrapalhasse. Desta vez não iríamos para onde almoçamos no ano anterior também na viagem de regresso a casa.

O caminho de regresso um pouco antes de chegarmos a Burgos era o mesmo , embora em sentido oposto ao efectuado na ida.

Tordesillas sentido Corunha, o transito já era menor , mas notava-se que havia muita gente em transito de férias, uns talvez de partida , outros como nós de regresso das mesmas.

Depois de abandonarmos a A6 que seguia para a Corunha o transito reduziu ainda mais. Uns quilómetros mais á frente efectuamos uma nova paragem, mais para esticar as pernas, o carro ainda não precisava de gasolina , nós bebemos apenas e seguimos viagem. O local onde paramos ficava fora da A52 e fazia-me lembrar um pouco aqueles sallons dos filmes que gostava de ver na minha infância.

Pela zona de Puebla de Sanábria, que é diga-se uma zona bonita, paramos para encher o depósito, mas nem parecia que estávamos em Espanha, parecia que estávamos em pleno Alentejo onde há muito tempo para tudo, aquilo irritou-me e parti á procura de nova bomba para abastecer o carro, não foi preciso andar muito para isso.

Só nos faltava mesmo chegar a casa, cada vez estávamos mais perto, a tarde também caminhava para o seu final.

Tínhamos acabado de passar a linha imaginária que divide o nosso território com aqueles que alguém um dia se lembrou de dizer que são nossos irmãos quando sem que nada o fizesse prever a fotógrafa de serviço apresentou o seu pedido de demissão, foi uma atitude surpreendente, na medida em que tecnicamente evoluiu muito do ano 2007 para o ano de 2008. Como as férias também estavam no seu capitulo final o pedido foi prontamente aceite.

A Nelly ficou em casa, faltava-me percorrer as últimas dezenas de quilómetros destas férias, agora a solo. Cheguei a casa estava quase na hora do jantar, as previsões da hora de chegada cumpriram-se.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Cap D’Agde – Estadia - Cap. 3

Justificar completamente

O casal “estranho” , tentou uma aproximação connosco, não sei com que fim, poderia até ser apenas numa de boa vizinhança, ofereceram acendalhas para acendermos o nosso fogareiro, não foi preciso. Também nos pediram para lhes tirar uma foto com a máquina deles obviamente, a fotógrafa de serviço executou rapidamente a tarefa e ficaram por aí os nossos contactos.

O nosso fogareiro serviu perfeitamente para fazer uns grelhados, de carne, levamos também um pequeno fogão eléctrico e com isso cozinhamos a maior parte das nossas refeições, é que uma refeição para dois num qualquer restaurante por lá , fica acima dos 40 € ! Economizamos muito cozinhando e outras vezes compramos comida pronta, tem por lá dois Take Away, a comida é boa e fica em conta.

O nosso arsenal liquido nestas férias foi composto por duas grades da nossa Super Bock, uma embalagem de 5 litros de vinho maduro tinto de S. Marta, 20 litros de água, 1 garrafa de Vinho do Porto e 1 garrafa de licor Beirão, esgotou praticamente tudo.

O período de férias também foi um pouco superior, quase duas semanas.

Para ajudar a manter a cerveja fresca levamos uma pequena arca frigorifica própria para campismo, tem cumprido a tarefa.

As férias caminhavam apressadamente para o seu final, começávamos a tentar definir como seria efectuado o caminho de regresso a casa. Haviam várias opções , fazer o caminho da ida em sentido oposto com paragem em Lourdes e eventualmente dormir por lá, parar em Lourdes e terminar o dia em Irun, ou vir pelo caminho de Andorra, após ponderação optamos por este último.

Gostava de fazer o caminho de Lourdes, mas nada tínhamos marcado e sendo local de bastante turismo pensamos ser melhor não arriscar em ir e não ter onde ficar a noite, Irún também foi preterido pelos mesmos motivos, aqui teria o aliciante de fazer uma, embora breve, visita á Leila, ás meninas e ao Hélder, talvez para o próximo ano.

Estava na hora da partida.

O procedimento nestas ocasiões não difere muito, na véspera deitamo-nos mais cedo que o costume e levantamo-nos bastante cedo para acabar de arrumar as tralhas embora muitas delas fiquem já arrumadas na véspera, quase que fica apenas a tenda por desmontar e arrumar no carro.

Todo o encanto que envolvem os dias de férias estava a desvanecer, começava a aproximar-se a uma velocidade assustadora o dia a dia, mais um longo ano pela frente até novas férias, assim esperamos.