quinta-feira, 16 de abril de 2009

Algarve VII


Quinta Feira, 25 de Fevereiro de 1999.

Este era o nosso último dia de verdadeiras férias uma vez que o próximo dia ia ser passado em viagem, como tal era esta a última oportunidade para mostrar à MJ mais alguma coisa do que é a região de mais turismo em Portugal.

Se no dia anterior tinha levado a MJ a Vila Real de S. António hoje estava na minha mente leva-la até Sagres com passagem por Lagos.

Se tinha pensado, melhor fiz quando decidimos partir cedo do apartamento, para ela era tudo surpresa, nunca lhe dizia onde a levava, apenas desejava que ela gostasse e que se sentisse bem.

Esta viagem era para mim a mais complicada que fazia desde que aqui tinha chegado, tudo porque desta vez ia ter de fazer quase todo o percurso na estrada 125, como tal hoje era preciso mais cuidado que o costume, agora que as férias estavam quase no fim não queria apanhar com uma multa. Por isso fomos andando num ritmo calmo, o dia era longo e pressa não havia, logo que chegássemos intactos ao apartamento era bom, a hora não interessava , apenas dava jeito que fosse cedo nada mais.

Por vezes lá se avistava a policia na estrada , mas era pena eles não apanharem alguns artistas da estrada, cheguei a ver por mais do que uma vez condutores a fazerem manobras perigosas, por vezes questiono até que ponto as pessoas têm medo das multas. Eu como tinha, lá ia andando sempre com calma de forma a não carregar muito no pedal.

Tal como tinha acontecido na véspera no caminho para Tavira, também desta vez quando passava nas proximidades de alguma cidade indicava à MJ. Quase sem nos apercebermos chegamos a Lagos, não parei prossegui rumo a Sagres, aqui previa parar mas só no regresso.

Um pouco mais à frente de Lagos verifiquei que a estrada já não é a mesma que eu fiz da primeira e única vez que tinha ido a Sagres, desta vez verifiquei que a estrada é nova e boa, nada tem a ver com a antiga estrada que era muito estreita e em mau estado, ainda bem que se melhorou aquele troço de estrada.

Pouco depois estávamos em Sagres, o movimento de carros de Lagos até aqui é muito pouco comparando com o resto do Algarve.

Chegados a Sagres não fui directo para a Fortaleza, apesar de ser a fortaleza o local mais badalado no aspecto turístico, fomos para o cabo de S. Vicente visitar o farol mas com uma paragem intermédia, tinha por ali alguns carros estacionados, e com a curiosidade que nos caracteriza tivemos de parar também e ver o que dali se observava, e o que dali se observava era nada mais nada menos que uma minúscula praia com alguns surfistas na praia, inclusive alguns estavam a enfrentar as bravas ondas que ali se faziam sentir, eu penso até que devido à força do mar e com as imensas rochas que por ali existem se torna um pouco perigoso, mas como não era eu que me metia lá … .Depois daquela observação, curta, continuamos em frente até ao farol. Durante o curto caminho o meu telefone voltou a tocar, desta vez a avisar a chegada de mensagem e de voz, com imensa curiosidade para saber do que se tratava, cheguei a pensar que fosse mais uma do Fernando ou do António, mas era do Firmino a dizer que o árbitro para o jogo do Boavista / Porto era o Jorge Coroado, ele sabia que eu detesto esse árbitro por isso me ligou.

Chegamos junto do farol, ali tinha um número razoável de turistas, imagino que no Verão esteja a abarrotar de pessoal. O que também se fazia sentir de uma forma bem forte e um pouco frio era o vento, era incomodativo. Fora dos muros do farol tem muitos pescadores , estão em locais perigosos, alguns estão ali por necessidade, outros por prazer, mas que é muito perigoso estar a pescar naquelas altas falésias lá isso é, eu só de me chegar perto já não me sentia bem quanto mais estar nos locais onde eles estão. Tinha de tirar mais algumas fotos, como tinha deixado a máquina no carro fui buscar a mesma, quando regressei ao local onde tinha deixado a MJ ela não estava, comecei a procurar e o que vi foi que ela estava junto a uma falésia, eu tenho medo de me aproximar em demasia porque um movimento em falso por vezes tem consequências trágicas, como tal nada como prevenir. Mas como ela estava lá em baixo eu com todo o cuidado, sempre a ver onde colocava os pés fui ter com ela, batemos mais umas fotos e subimos, sempre me sentia mais seguro junto à estrada.

Entramos no farol, demos uma batida geral e tirei uma foto a uma rocha que tinha uma base redonda com um espigão também em rocha no meio, o que parecia um pénis com testículos, pelo menos foi o que nos pareceu às nossas mentes quiçá perversas, e para mais tarde recordar tinha de tirar a foto que se pedia, assim fiz. E também deixamos ficar o farol para trás, iniciamos o caminho até à Fortaleza. Bem perto do farol tem uma muralha em que dentro das paredes da muralha parece ter um restaurante e também tem uma pequena capela, essa mesma capela já tem parte dela que está suspensa e mais dia menos dia cai ao mar, é pena que isso aconteça mas é o fim mais que previsível para tal edifício.

Junto à Fortaleza, a primeira coisa que me apercebi, foi o grande parque de estacionamento que existe, está bem arranjado o que antigamente era um enorme terreno baldio, agora sim está com bom aspecto, foi um bom arranjo para quem visita a Fortaleza, o mesmo não posso dizer do que fizeram à Fortaleza, quanto a mim destruíram a Fortaleza, primeiro pintaram as paredes de branco, bem que podiam deixar a cor da pedra original, apenas a podiam limpar. O segundo aspecto saliente era o preço da entrada, 300 escudos cada pessoa, se olhar para o caso espanhol não posso censurar o que se paga ali, por fim o pior de tudo são os dois edifícios de construção moderna que estão dentro da fortaleza , aquilo está completamente desenquadrado com o que por ali existe, é pena que se estrague assim o património.

Demos uma volta completa em redor da fortaleza, foi uma volta bem rápida, tudo porque o vento estava muito forte e tornava-se desagradável, eu estava inclusivamente a ficar com dores de cabeça. Durante a volta que estávamos a dar o António telefonou-me a dar novidades, estava previsto no sábado o pessoal fazer uma digressão à Serra da Estrela , no meu caso era quase chegar a casa e sair de novo, desta vez pensei em levar o meu pai connosco, sempre apanhava ar fresco.

Dentro da fortaleza existe um local que se torna perigoso se não se prestar a devida atenção, o que parece ser a entrada talvez para uma gruta é nada mais nada menos do que um precipício, eu nem me aproximei para ver bem .

Com mais algumas fotos tiradas estava terminada a nossa visita ao outro canto mais a sul deste pequeno e belo país, tinha mostrado à MJ os dois cantos do sul de Portugal, desta forma ela também se pôde aperceber de como Portugal é pequeno.

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