quinta-feira, 9 de abril de 2009

Madeira - A Pérola do Atlântico IV

Terça Feira, 09 de Junho de 1998.

Hoje era dia inteirinho para passeio. Levantamo-nos às 7h45m, estava marcado para as 8h30m passarem junto ao hotel para nos apanharem.

Após o pequeno almoço, saimos para o exterior do hotel, cá fora o tempo estava bom e o movimento de turistas já era razoável, muita gente para os passeios que as agências programam, mas da nossa, ali, só nós mesmos, o resto também era tudo estrangeiros.

Pouco passava das 8h30m quando chegou uma camioneta pequena e com aspecto de estar a precisar de ser renovada, vi logo que era a nossa, também no vidro da frente tinha uma placa a identificar a agência.

Partimos em direcção aos outros hoteis, eles fazem a recolha do pessoal nos hoteis, poucos mais entraram. A comitiva era formada na grande maioria por portugueses, só lá tinha um casal de franceses.

O motorista tinha nome de indio, Jerónimo enquanto o guia se chamava Madureira

Após ter a comitiva completa partimos para uma jornada toda ela dedicada a conhecer a ilha. O ponto alto do passeio era Porto Moniz, aliás era lá que iamos almoçar. Para mim o local já era conhecido.

O primeiro local a visitar foi o Pico da Torre, dali avista-se Camara de Lobos, fomos chamados à atenção para vermos como a agricultura funciona ali. As culturas são feitas por niveis, no nivel mais baixo fica a bananeira, mais lá para cima ficam as videiras.

Prosseguimos a nossa viagem pela antiga estrada, por momentos pensei que ainda iamos passar no Cabo Girão, mas não, seguimos em direcção a Ribeira Brava, local onde curiosamente também não paramos.

Todo o percurso até ali efectuado já não me era desconhecido, mas foi a partir dali. Em vez de nos internarmos no interior da ilha continuamos junto ao litoral.

Um pouco mais à frente paramos em Ponta do Sol, é a terra que viu nascer uma ilustre figura nacional, o famoso "Max". Chegamos lá eram 10h10m. Local pequeno mas engraçado.

Ali existem algumas casas contruidas em locais um pouco assustadores, se calha de haver alguma derrocada de uma montanha, pode acontecer o que aconteceu nos Açores na Ribeira Quente, é um pouco assustador. Uma dessas casas é o posto local da P.S.P.

Num local de reduzidas dimensões pouco existe para ver, daí que pouco depois nos colocamos novamente em marcha, prossegimos a nossa viagem sempre acompanhando a costa. O nosso guia, era uma pessoa que deixava algo a desejar nas explicações que dava, então quando tinha que fazer a respectiva tradução para francês era uma desgraça, mas lá nos fomos acomodando á situação.

Durante o caminho ele foi contando uma história do tempo em que Portugal ainda era um reino, foi uma daquelas histórias com um fim trágico, culminou com náufragos.

Com algumas histórias e algumas piadas à mistura chegamos á Calheta, ali fomos a uma fábrica provar um Bolo de Mel que é uma especialidade da zona e uma bebida também tradicional, a Pocha, é uma bebida um pouco doce mas com alcool. Comprei um bolo, aquilo é mesmo delicioso, só o cheiro cativa. Comprei um para trazer para casa, mas a tentação de o comer antes seria enorme certamente, não sabia se iria resistir.

A fábrica onde provamos as delicias e comprei o bolo não estava em periodo de laboração, só tinha a loja de vendas aberta. No entanto fizemos uma visita ás instalações e fiquei impressionado com tudo aquilo, a maquinaria usada é demasiado velha, por vezes ficava com a sensação que estava a visitar um museu.

Visita efectuada, era hora de partir. O que mais se notava em qualquer local que se visitava era a simpatia das pessoas, sem dúvida fazem jus ao que se diz sobre o nosso povo.

Começamos a penetrar no interior da ilha pelo menos assim pensava eu , como tal começamos a subir imenso, por vezes tinha duvidas se a camioneta conseguia efectuar tão ingreme subida, mas com muito custo lá ia.

Apesar de estarmos já numa altitude consideravel continuamos a caminhar junto á costa.

Próximo a Ponta do Pargo fomos novamente até bem junto da costa só que em altitude. Ali existe um complexo hoteleiro com um aspecto magnifico, está muito bem situado em termos paisagisticos, só que muito afastado da cidade do Funchal. Após algumas fotos, regressei à camioneta e pouco depois partimos.

Nova paragem no centro da Ponta do Pargo, enquanto alguns foram tomar alguma coisa num café ali bem junto da praça central eu fiquei sentado a contemplar a beleza da paisagem. Também ali naquela praça existe uma pequena igreja e com uma decoração interior belissima.

Pese embora a ilha seja pequena , ali tudo parece estar bem longe da cidade do Funchal, as pessoas vivem com um outro ritmo . De tal forma parece estar afastado que vi também naquela pequena praça uma carrinha que é uma biblioteca movel, achei interessante e acho que só faz bem, dessa forma toda a gente tem hipotese de ter livros para se poder instruir.

Já com toda a gente na camioneta, fomos até junto do farol daquela localidade, mais algumas fotos. O vento por ali era muito e algo fresco.

Retomamos o nosso caminho para Porto Moniz. Durante o percurso o guia ia falando, por vezes dizia coisas um pouco contraditórias em relação ao que tinha dito anteriormente.

O que viamos muito era um sistema de canalização de água, aquelas canalizações a céu aberto seguem muitas vezes a estrada e com toda aquela verdura envolvente dá uma enorme sensação de frescura, é bonito.

Finalmente avistamos Porto Moniz, estavamos no alto da montanha, agora era necessário descer. Ainda durante a descida paramos por algumas vezes para o pessoal filmar ou bater umas fotos.

Quando já estávamos junto ao mar e junto ao restaurante, fomos fazer aquilo que eu já começava a sentir falta, comer.

O restaurante era agradável, ficava bem junto ao mar e ás piscinas naturais de Porto Moniz.

O sistema de funcionamento daqueles restaurantes para mim já não era estranho, quem estranhou um pouco o funcionamento foi o meu pai. O pessoal entra e vai sendo encaminhado para as mesas que foram previamente marcadas, depois tem dois pratos à escolha, um de carne e um de peixe

A nossa mesa ficou preenchida com pessoal que não era de muitas falas, tal como eu, numa mesa logo ao lado era o contraste total da nossa, falavam por eles e por muitos mais, faziam imenso barulho, nessa mesa estava incluído um velhote e era o velhote quase sempre o centro das atenção da dita mesa.

O almoço estava bom e soube a pouco, assim como o serviço deixou um pouco a desejar, talvez por entrar demasiada gente de uma vez só, o pessoal não tenha capacidade de resposta para tão elevado numero de clientes em simultâneo, de tal forma estava o serviço que alguns incluindo o meu pai tomou o café ao balcão , enquanto eles tomavam café eu fui à casa de banho, que tal como as restantes instalações do restaurante eram de qualidade, bem arranjadas e limpas, gostei daquilo, pena era a quantidade da refeição ser escassa.



1 comentário:

  1. Deve ser realmente de uma beldade sem tamanho...
    Só mesmo sentindo,!!???

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