quarta-feira, 1 de abril de 2009

Fuzelhas e Sanxenxo

Sexta Feira , 22 de Agosto de 1997.

Estava a chegar ao fim uma semana difícil, era a primeira semana em que estava completamente só em casa. Depois de um dia de trabalho combinei com a Joana encontrarmo-nos no bar onde ela costuma parar, o Fuselhas na praia de Leça.

Falei com o Miranda, ele estava disponível, combinamos aparecer lá os dois. Ficou combinado o Miranda passar por minha casa por volta das 22 horas, depois de minha casa íamos a casa da irmã dele , para deixar lá o carro dele. Como é costume no Miranda, chegou por volta das 23 horas, é normal nele, fomos a casa da irmã, ele ainda tinha que dar alguma coisa de comer à cadela, durante duas semanas ele era a “ama” da cadela, a irmã tinha partido para férias, ele ficou incumbido daquela missão.

Quando saímos de casa da irmã já o relógio andava perto de dar inicio a novo dia, para atrasar mais, não fomos logo para Leça, ainda fomos a casa do Miranda.

No dia seguinte estava programada uma viagem a Sanxenxo, estava decidido que era o meu carro que ia, dessa forma ia andar um bocado, só lhe fazia bem. Também pensamos que o melhor seria levar o vídeo para filmar alguma coisa, daí que tivemos de ir a casa dele.

O relógio não parava, já passava um bom bocado da meia noite quando finalmente partimos para o dito bar. Eu tinha uma ideia da localização do bar, embora conheça mal aquilo, não costumo parar por ali.

Quando chegamos junto do farol de Leça, entramos numa rua mesmo junto à marginal, o Miranda dizia que havia ali alguma coisa, de facto havia, tinha muitos carros estacionados, alguns até tinham jornais nos vidros … !, ao fundo dessa rua tem um restaurante, não era ali, eu também tinha dito que não devia ser ali, ele insistiu que havia qualquer coisa… . Voltamos à rua principal, um pouco mais à frente começo a ver bandeiras, as tais que a Joana tinha falado, e lá estava uma placa com o nome, não restavam dúvidas era ali. Passamos devagar, não via o carro da Joana, fomos andando até junto da piscina, aí voltamos para trás, continuamos a andar devagar, do carro da Joana nem sinal, pensei que já tivesse ido embora. O Miranda perguntou se ficávamos ali ou íamos a outro, uma vez que ali estávamos, íamos ver o bar de que a Joana “tanto” fala.

Tinha que prestar atenção a todos os detalhes negativos, só dessa forma é que podia “implicar” com ela, claro que para quem me conhece, saberia logo que tinha que criticar pela negativa, enfim é a minha forma de ser, gosto de “provocar” as pessoas.

Era aproximadamente 1 hora quando ali chegámos, nesta altura já era o Miranda que levava o carro, queria que ele se adaptasse ao carro porque no dia seguinte era ele quem o ia conduzir, eu não o queria levar.

Carro estacionado, atravessamos a rua, íamos na direcção da placa que indicava o bar, quando já estava do outro lado da rua e quando já nos encaminhávamos para o local que pensava eu ser a entrada, quase em simultâneo o Miranda me disse “ … olha deve ser a tua amiga!” e ouvi a voz da Joana a chamar por mim.

Ela estava com um top preto e uma calças que julga serem azuis, não tenho a certeza quanto a esse ponto, estava um pouco à fresca para o tempo que fazia, eu que acho a Joana uma rapariga friorenta, estava ela vestida assim. Até eu achava que tinha ido com pouca roupa, levava vestida uma camisa bem fresca, e lá estava nevoeiro e uma brisa fresquinha.

A entrada para o bar não era a que eu pensava, é pela placa que indica o acesso à praia. Junto à escadaria de acesso ao bar tinha algumas motorizadas, daquelas que são usadas pelos betos de biberão, era o primeiro ponto para pegar com a Joana, bar de betos. Descemos as poucas escadas que dão acesso ao bar. Contrariamente ao que a Joana tinha dito, não era difícil arranjar mesa, tinha algumas livres. Apesar de ela nos convidar a juntar à mesa onde estava um enorme grupo, recusamos,, não nos sentiríamos à vontade, optamos por ir para uma mesa quase logo atrás da mesa do grupo da Joana. Ela fez-nos companhia durante um pouco, falou-se fundamentalmente do pessoal da Regindustria, o Miranda conhecia o pai da Joana. Apesar da brisa e do nevoeiro, pedimos duas cervejas, a Joana não queria nada, não gostei da cerveja, era servida em copos de plástico e era fraca, parecia que estava a beber uma caña em Espanha, era mais um ponto negativo para “pegar” com a Joana. Algum tempo depois ela voltou para a mesa do grupo dela, fiquei eu e o Miranda sozinhos na mesa. A cerveja tinha desaparecido, pedimos uma nova rodada de bebidas, só que desta vez eu pedi uma cola, mais quatrocentos escudos pelas duas bebidas, o Miranda disse que ali era tudo chapa 4, se calhar um copo de água também custa duzentos paus!.

A nossa conversa versou vários temas, um dos quais foi inevitavelmente a Joana, tudo porque um gajo da mesa dela, desde que ali chegamos não deixava de nos fazer marcação cerrada, eu não observei tal facto, quem me alertou para isso foi o Miranda. Suspeitamos que seria o namorado da Joana, e ficava pelas suspeitas pois ela nunca tinha falado em namorado, se calhar nem era, mas que achamos muito estranha aquela atitude, achamos, e eu não gosto de estar em locais onde me sinto vigiado, gosto de me sentir livre. Este sim era um ponto negativo, todos os outros eram um pretexto para “implicar” com a Joana, mas este era verdadeiro, detesto situações destas. Seria algo que talvez fosse esclarecido na segunda feira, e digo talvez pois não sabia se a ia importunar com aquilo, só que foi algo que marcou pela negativa o grupo de amigos que estavam com ela.

Os empregados começaram a arrumar as coisas, estavam a “mandar” o pessoal para casa, o pessoal correspondeu, foi abandonando o local, nós fizemos o mesmo, à saída do bar despedimo-nos da Joana. Eram sensivelmente duas horas, começava a ficar um pouco tarde, tínhamos combinado partir para Sanxenxo por volta das 8h30m.

Cheguei a casa já pouco faltava para as três da madrugada, tinha “pressa” em adormecer, só que o sono não aparecia.

Sábado, 23 de Agosto de 1997.

Levantei-me cedo, pouco dormi, mas curiosamente não tinha sono, era a ansiedade de viajar.

O Miranda ficou de estar em minha casa com a Paula quando fossem 8h.30m., apareceu com quase uma hora de atraso, meteu o carro da Paula em minha casa e partimos de imediato, ainda tínhamos que passar no Mindelo para apanhar o Mino e a Xana.

Chegamos lá eram quase 10 horas, o Mino estava danado, pelos vistos tinha ligado inúmeras vezes para o telemóvel do Miranda e ele não atendia. Antes de reiniciarmos a viagem fomos a um café, o Miranda e a Paula não tinham tomado o pequeno almoço, o Miranda lento com é a tomar o dito, mais contribuiu para o nosso já longo atraso.

O movimento na estrada já era significativo, por vezes formava-se uma ou outra fila de transito, tudo porque ou havia feira ou alguma festa, festas que proliferam nesta altura do ano. Durante a viagem a indisposição do Mino passou, e era ele que dava o mote para a boa disposição de todos. A Xana dizia que tinha de dar uma voltas comigo no carro para puxar por ele, a Paula era a que menos falava.

Já em Tui paramos num posto de combustível, no primeiro não tinha gasolina 95, atravessamos a rua e fomos a um outro, esse sim já tinha. Enquanto estávamos a atestar o depósito, a Xana e a Paula foram à casa de banho vestir os respectivos bikinis.

Passamos por uma enorme comitiva de carros, era um casamento, o carro da noiva ia cheio de balões, mais alguns e levantava voo, para além de tirar a visibilidade ao motorista, depois os acidentes acontecem. Nós é que continuamos a nossa viagem com a maior das calmas.

Chegados a Sanxenxo, fomos para a praia, estava um bom dia para a praia, não estava demasiado calor, tivemos a sorte de arranjar um bom lugar para estacionar o carro, ficou à sombra enquanto nós íamos apanhar um pouco de sol.

Ao descer para a praia, vimos um grupo de raparigas a fazer topless, a maioria delas não eram de deitar fora, eram portuguesas e o Mino conhecia a maioria delas, segundo ele eram uma “meninas” queques e muito púdicas, ali estavam a mostrar parte dos seus atributos, e que atributos algumas tinham!. Por sugestão do Mino fomos para um local um pouco afastado dali.

Estendemos as toalhas e começamos a apanhar um pouco de sol, o Miranda estava com vontade de jogar, já durante as férias ele levou umas raquetes para passarmos um pouco de tempo na praia, só que praia quase não fizemos e ali ele tinha mais pessoal, as hipóteses eram maiores, só que continuava com azar, ninguém queria jogar.

Como não jogava decidiu ir ao banho, o Mino foi com ele, fiquei eu com a Paula e a Xana.

O calor apertava a fome também começava a dar sinais da sua existência, para tentar aniquilar todas essas sensações fui com as duas ao banho, quando me levantei ia só para lhes fazer companhia, não tinha grande vontade de tomar banho, só que elas foram convincentes e daí ter tomado o meu maior banho até ao momento, claro que durante este ano, molhei-me até ao pescoço!. A água estava muito agradável, estivemos por ali um bocado, quando regressamos ao local onde tínhamos deixado as nossas coisas já eles lá estavam e logo atrás de nós estavam as “amigas” do Mino, vieram para bem próximo de nós.

Começamos a delinear locais possíveis de visitar, só que alguns deles não estavam dispostos a visitas queriam comer, o Miranda ficou um pouco irritado, dizia ele que não têm espírito para viajar, é verdade, não servem para nos acompanhar nas nossas viagens, são uns empatas.

Como estavam com fome, fomos até Portonovo, local contíguo a Sanxenxo, existem muitos restaurantes ali, a especialidade é o marisco, mas estava tudo ou quase tudo fechado, os que estavam abertos não serviam nada aquela hora, voltamos a Sanxenxo, fomos até junto da marina, ali também existem uns restaurantes, nesta altura até eu já queira comer.

Encontramos um restaurante aberto e mais importante do que isso servia o que fosse preciso. Primeiro pedimos logo umas boas cervejas bem frescas, estávamos cheios de sede, cerveja para os homens, cerveja sem alcoól para a Paula e um sumo para a Xana. Fizemos aquilo que para mim já não é nada estranho, almoço lanche e jantar ao mesmo tempo, é que já andávamos próximos das 17h. 30m. Para comer pedimos umas “tapas” de camarão, polvo, tortilla, depois vieram os pratos propriamente ditos, foi comer até ficar sem vontade de jantar, tudo isso acompanhado com muito pão e cerveja.

Demos uma volta pelo centro de Sanxenxo, algumas fotos, poucas, para recordação da nossa passagem por ali. Fomos a uma casa de gelados, pedi um que tinha uma cobertura de chocolate, foi o suficiente para ficar todo sujo, também estava na hora de iniciar a viagem de regresso a casa.

Desta vez não viemos apanhar logo a auto estrada, fomos pela estrada marginal que liga Sanxenxo a Pontevedra, é bonito ver aquilo, quando chegamos a Pontevedra entramos na auto estrada até Vigo. Chegados a Vigo, continuamos a viagem, e estava previsto ser uma viagem directa, mas a Xana queria parar num supermercado para comprar qualquer coisa, foi o que fizemos, paramos logo à saída de Vigo no supermercado “Alcampo”. Estava na hora do fecho do supermercado, ainda bem, assim não perdemos lá muito tempo. Quando saímos do supermercado já era noite cerrada. Logo que entramos em Portugal, começamos a ter problemas com o transito até passarmos Viana do Castelo, era dia de festa.

Depois disso mais um ou outro problema de transito, todos devido a festas, mas de fácil resolução. Chegamos a casa da Xana no Mindelo, ficaram os dois primeiros turistas em casa, os próximos éramos nós, o que veio a acontecer pouco depois. E assim estava terminada uma viagem, a primeira que o meu carro fez e logo por terras espanholas.



1 comentário:

  1. Não fazes por menos,
    Zona também muito bonita!!!Lá a noite também tem interesse

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