domingo, 3 de maio de 2009

Adiós España, Olá Portugal

Senti-me realmente perdido, tinha delineado um programa e foi tudo abruptamente alterado, eu não sabia o porquê de tão radical e repentina mudança de ideias por parte da MJ e isso deixava-me um pouco aborrecido pois não tinha a minima explicação para tal mudança de atitude, mas nada havia a fazer. Tal como tinha acontecido até aqui o ritmo de viagem era calmo, e agora mais do que nunca teria de ser, o dia estava a chegar ao fim por isso a noite começava a cair e eu também nunca tinha passado naquela estrada, não tinha o mínimo conhecimento da mesma, por isso teria de ter toda a atenção.

O caminho nem é mau, a estrada tem bom piso por isso andava-se bem. Só que o ambiente estava talvez um pouco tenso, eu estava um pouco aborrecido pela situação provocada mas não estava chateado com a MJ, apesar dela pensar isso, estava sim aborrecido porque não tinha nenhum plano em mente e teria de pensar em algo rapidamente. Esse plano aos poucos foi formando corpo, assim pensei em vir dormir a Évora ao hotel Ibis e no dia seguinte seguiria para S. Jacinto, assim estaria já perto de casa, mas os meus planos iniciais constavam de após o jantar em Sevilla ir ao pub, sair de lá a meio da noite e vir tranquilamente até Fátima onde dormiríamos a noite de quinta para sexta num assim já não seria possível, uma vez que a noite em hotel seria esta e já não dava para mais, daí a minha opção por ir até S. Jacinto.

Fomos passando por algumas localidades espanholas, se eu tivesse dinheiro vivo talvez até desse para jantarmos e dormirmos por ali, mas como dinheiro vivo era escasso optei por não arriscar, assim seguimos o caminho até Badajoz. Era a primeira vez que passava em Badajoz, assim que lá chegamos a minha primeira preocupação foi abastecer o carro, apesar de ainda ter gasolina para bastantes km, mas queria entrar em Portugal com o depósito cheio. Encontrei um posto da Galp, só que era em pré pagamento, assim paguei 40 euros, sabia que não ia precisar de tanto, mas recebi em dinheiro a diferença, e dava jeito ter o dinheiro. Com o carro abastecido, era ocasião de abastecermos o nosso corpo. Ali bem perto tinha o “nosso” restaurante, felizmente ainda estava aberto, mas foi um pouco complicado chegar lá, tivemos de dar uma grande volta para encontrar o caminho certo.

Como não comemos ali, pedimos e levamos as coisas no carro para ir comendo pelo caminho, arrancamos quase de seguida, eu não sabia quando faltava para entrar em pátria lusa, mas observei que uns escassos metros nos separavam da fronteira, antes de entrar em Portugal passamos por uma operação stop da policia espanhola, a nós não afectou pois viramos e não passamos junto deles.

Uma das etapas estava realizada, a MJ queria regressar a Portugal e já estava onde queria, faltava chegar a Évora para descansar, confesso que me sentia cansado. O relógio andava um pouco à frente das 23 horas, queria ver se estava por volta da meia noite em Évora, sabia que isso seria possível se fosse pela auto-estrada, mas queria evitar isso e saí para a estrada nacional.

Ao passar ao lado de Elvas a MJ falou em cidade com a forma de estrela, confesso que nunca ali estive e desta vez continuava sem ver, pois apenas via luzes e o meu caminho não previa parar em Elvas, talvez um dia ali volte com tempo e veja a cidade.

O ritmo aumentou ligeiramente, não muito, mas começava a sentir alguma fadiga por isso queria chegar ao hotel o mais depressa possível e dormir um bocado.

A MJ desconhecia qual o meu destino, mas quando me viu a dirigir para Évora falou em parar por lá e arranjar um hotel, eu já tinha isso em mente.

Assim que chegamos a Évora fui directo ao hotel Ibis, o hotel tinha o parque de estacionamento cheio e como o hotel nem é grande encarei aquilo como um mau sinal, pensei que estaria cheio e infelizmente acertei, tinha apenas dois quartos de solteiro livres, perguntei se os quartos tinham 2 camas de solteiro, negativo, cada quarto tinha uma cama, dessa forma decidi procurar o hotel de Setúbal, poderia ter procurado algum hotel por ali, já que existem vários, mas naquele momento não pensei em nada disso, virei logo as agulhas para Setúbal.

Como a hora estava a avançar, decidi entrar na auto estrada para lá chegar o quanto antes, já era uma despesa extra orçamento, mas o fim justificava, paguei cerca de 6 euros. Caso tivesse ficado por Évora, no dia seguinte iria mostrar à MJ algumas das belezas da cidade assim não viu nada, talvez um dia voltemos lá. Chegados ao Ibis em Setúbal, fomos coroados com sucesso, tinha quartos livres , estacionei o carro, tiramos algumas coisas do carro, paguei e subimos ao quarto que ficava no 1º andar, é igualmente um hotel pequeno.

Após uma ligeira consulta ao mapa para analisar o itinerário que iria seguir para chegarmos a S. Jacinto , virei para um dos lados e adormeci. Estava cansado e um pouco tenso e também um pouco frustrado, o dia que eu previa ser um grande dia, foi claramente dividido em duas partes bem distintas, até ao fim da visita ao parque foi bom, depois do parque foi a desilusão do restaurante e do pub com a agravante de me alterar radicalmente os planos finais, não que me importe de alterar os planos, só que fica um pouco complicado alterar ao fim de um dia sem saber para onde ir, isso pode até tornar-se aliciante e talvez eu até encarasse isso como um bom desafio, desta vez não encarei devido a ser abruptamente alterado e sem a minima explicação da parte da MJ, acho que no minimo merecia uma explicação para tal atitude, mas não a deu. No minimo estranho.



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