quarta-feira, 6 de maio de 2009

Férias 2003 - Capitulo Final


São Jacinto era a próxima e derradeira etapa, tinha terminado a fase de Sevilla, estavam as nossas férias a caminhar rapidamente para o fim e isso por si só era motivo mais do que suficiente para começar a sentir alguma nostalgia.

Acordei cedo, a MJ ainda dormia, deixei-a a dormir tranquilamente e fui tomar um bom banho, estava convencido que ela acordaria com o barulho da água, mas não, só acordou após eu estar vertido e fazer uma nova consulta ao mapa , para me certificar do itinerário a seguir.

Saímos de Setúbal relativamente cedo, os ponteiros do relógio deviam andar perto das 9 horas. Saindo do hotel fomos um pouco para sul, até à Marateca, ali viramos para á esquerda , apanhamos a estrada nacional n. 10, estrada essa que nos levaria até Vila Franca de Xira.

Antes de chegarmos a Vila Franca , fizemos uma pequena paragem em Pegões, fomos tomar um café, o café matinal. Entramos num pão quente e estava convencido que por isso iria ter alguma coisa para comer, uns bolos ou algo semelhante, mas nada, por isso apenas tomamos um café e voltamos para a estrada.

Chegados a Vila Franca de Xira, seguimos o caminho pela estrada nacional n. 1, tínhamos o dia todo para chegar a S. Jacinto, e além disso os tempos eram de austeridade, como tal era necessário economizar.

Gostei de passar em Alenquer, tem uma placa que diz Alenquer vila presépio e de facto aquilo é bonito, não sei se é só aquilo, mas vi algumas casas todas brancas metidas na encosta de um monte, achei bonito.

Não sei bem como se chama o local, mas era perto do meio dia quando passamos junto a um grande restaurante de seu nome “ O bigodes”, por ser perto do meio dia, saí da estrada e entrei no parque, de uma forma rápido tentei ver nos vidros da porta se tinha o símbolo do visa, não tinha , isso já era motivo para não parar ali, no entanto perguntei à MJ se ela tinha fome e queria comer, ela respondeu negativamente, assim voltei à estrada, a próxima tentativa seria no Pombal, previa estar lá por volta das 13 horas, ali quase de certeza aceitavam visa.

Passamos na Batalha, mais uma vez não ia dar para parar, já ali passei algumas vezes com a MJ e nunca parei, terei de parar um dia, quero-lhe mostrar aquele belo monumento nacional .

Dito e feito, estavam quase a ser 13 horas quando chegamos ao S. Sebastião bem perto do Pombal, que diferença de tempos não distantes, nos meus tempos da claque do F.C,Porto sempre que nos deslocávamos ao sul , ali era paragem obrigatória, nesses tempos o forte eram sandes de panado, acompanhado com uma cerveja, sabia bem, mas hoje não íamos para isso, nem sei se ainda fazem isso, desta vez íamos mesmo ao restaurante. A sala estava quase vazia, mais dois clientes numa mesa e um outro só numa outra. Mal nos sentamos , uma moça veio logo com várias entradas, comemos algumas coisas , mas não provamos de tudo. Para almoçar a MJ foi num bife e eu nuns calamares.

Ambas as doses estavam muito bem servidas, o bife da MJ era grande e vinha com arroz e batata frita, o tradicional, o meu prato, vinha com batatas cortadas em pequenos cubos, com delicias do mar, mais parecia a tradicional salada russa, estava bom. Para beber fui na água, como tinha de conduzir tinha de beber água. Durante o almoço falamos um pouco, embora eu sentisse alguma insatisfação destas férias e isso deixava-me num estado de ansiedade e de alguma melancolia. A insatisfação das férias devia-se ao facto de eu achar que andamos demasiado de carro e por via disso não nos divertimos tanto quanto devíamos e podíamos, mas também se aprende com os erros, se é que neste caso se pode falar em erros, eu creio que não, pois foi uma opção por nós assumida, mas isso não impedia que me sentisse insatisfeito, queria mais , muito mais, por isso começava já a ficar ansioso pelas próximas.

A temperatura já não era nada parecida com a que tínhamos apanhado nestes últimos dias, agora já se notava um ar bem mais fresco. Neste aspecto o país apesar de ser bem pequeno está claramente dividido em dois.

Ao meio da tarde chegamos a S. Jacinto, o parque estava praticamente vazio, na recepção do parque estava uma jovem rapariga, achei-a simpática , mas apenas isso, um pouco forte, não digo gorda que não era, mas forte, a inscrição foi feita de forma manual, quando o processo estava feito, fomos procurar um bom lugar. A MJ sugeriu um local, mas achei não ser boa ideia, pois o terreno estava um pouco inclinado e fomos à procura de um outro, mas sempre junto da casa de banho, encontrado o local era hora de montar a que seria a nossa casa para o resto do dia e parte do dia seguinte.

Depois de tudo montado e arrumado, decidi fazer uma caminhada até à praia, precisava de andar e descomprimir um pouco.

A MJ decidiu ir comigo, eu fui ao pequeno café do parque comprar uma garrafa de água e aproveitei para comprar dois croissants, é que o meu almoço tinha sido peixe e como diz o provérbio, peixe não puxa carroça, é verdade o que diz o provérbio.

Na praia estavam apenas dois pescadores, sobre um não ficavam dúvidas de que era um homem, o outro tinha momentos em que parecia uma mulher mas noutros momentos parecia um velhote, também não desfizemos as dúvidas, ficamos com elas.

Andamos no passatempo preferido da MJ na praia, andar a apanhar conchas, no carro já tinha uma saca quase cheia que ela apanhou em Tavira.

Que diferença havia na temperatura do ar e da água, aqui molhei as unhas dos pés, como costumo dizer, e até me arrepiei, no Algarve sentava-me junto à água e ali ficava, pois a temperatura da água era boa, a temperatura do ar também era bem mais fresca aqui.

Depois do pouco tempo que passamos na praia, decidimos regressar ao parque, começava a chegar a hora do jantar, pela primeira vez nestas férias almoçávamos e jantávamos de faca e garfo, embora eu não pensasse nisso este seria o nosso jantar de despedida destas férias, por isso nada melhor do que ir a um local que seria do agrado da MJ e meu também.

Normalmente quando vou ao restaurante “ Peixaria “ com a MJ comemos carapau grelhado e lulas grelhadas, desta vez não fugimos à regra.

Chegados ao restaurante , entramos e sentamo-nos, hoje não havia dificuldade em mesa, tinha algumas apesar de serem poucas as livres, várias delas estavam ocupadas por soldados pára-quedistas cujo quartel fica quase ao lado do restaurante.

Tal como já disse o menu foi o previsto, quando pedi uma dose de cada ao empregado ele disse que talvez fosse demais, mas eu expliquei que iríamos dividir os pratos e dessa forma acho que o convenci, e a nossa ideia era mesmo essa , era comermos os dois carapaus e lulas.

Desta vez abri uma excepção, para beber pedi uma cerveja e uma cola, iria misturar e beber as duas bebidas juntas, a MJ simplificava as coisas, bebia só cerveja.

Enquanto esperávamos pela comida fomos conversando, comendo boroa, pão, azeitonas , patê de sardinha e bebendo as frescas bebidas.

Quando veio a comida o apetite já não era o mesmo, mas mesmo assim atiramo-nos primeiro às lulas, estavam boas, foram todas, de seguida fomos para os carapaus, eram uns 5 ou 6, não conseguimos comer tudo, deixamos um carapau, mas não fizemos má figura, comemos quase tudo, por isso se tivéssemos pedido meia dose de cada, talvez não chegasse.

A noite até estava agradável, mas optamos por regressar ao parque, talvez seja da idade, mas sentia-me um pouco cansado. Este dia estava no fim, estas férias para mim ficavam marcadas como férias de km na estrada em demasia, talvez esteja errado, mas é essa a sensação com que fico e por isso fica um certo sabor amargo. Talvez as próximas sejam melhores, talvez sejam mais estruturadas e também mais recheadas de euros, a falta deles condicionou em muito estas férias, desejo que não condicionem as próximas.


3 comentários:

  1. Tudo na vida é uma questão de opção...umas certas outras erradas!!! o problemas é quando as erradas são em demasia!!!! pode ser um sinal!!!!

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  2. Nada como outras férias não resolva!!
    e o até lá???

    Bela zona de S. jacinto.

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