Algarve V

Quarta Feira, 24 de Fevereiro de 1999.

Estávamos a meio das férias, já começava a sentir o fim das mesmas, já estava a sentir saudades.

Para hoje estava a pensar em ir até Tavira, queria mostrar à MJ a minha praia em tempo de férias no Algarve.

Após o pequeno almoço e com as mulheres da limpeza já no apartamento a fazer as arrumações necessárias partimos em direcção a Tavira, naquele momento a MJ ainda não sabia para onde íamos. Desta vez fiz o caminho que devia ter feito no dia em que chegamos só que em sentido inverso, parei num posto de abastecimento da Galp, o carro também precisava de alimento para nos levar onde pretendíamos. Depois disso fomos para a estrada, pouco andei na famigerada 125, apesar de tolerância zero ainda se vê muita manobra mal efectuada e até manobras perigosas, pena é a policia não assistir a situações daquelas, eu é que tinha todo o cuidado e mesmo que por algum momento me esquecesse a MJ logo me lembrava para ter cuidado com o excesso de velocidade.

Quando entrei na via do Infante a preocupação com o excesso de velocidade foi esquecido, não que fosse a carregar no pedal, mas pelo menos ali já não se sentia a pressão de controlar a velocidade. Ao passar próximo das localidades mais conhecidas do Algarve eu ia dizendo à MJ como se chamava a localidade em causa. Ao chegar a Tavira saímos da Via do Infante e fomos de novo ao encontro da 125, eu não sabia bem como ir para Santa Luzia, assim se chama a zona onde tem o aldeamento Pedras D'el Rei, foi um aldeamento que esteve em mente quando estava a fazer a selecção do local onde passar férias mas a MJ não gostou da imagem que tinha no prospecto que vimos.

Entrei na 125 virado no sentido de Faro, andamos um pouco e apercebi-me que deveria voltar para trás, foi o que fiz, logo que cheguei a um local onde tinha segurança para fazer a inversão de marcha , fiz. Procurei a direcção da estação de Tavira, dali era mais fácil orientar-me para o aldeamento. Tinha de ir por ali pois estava em crer que não existem barcos nesta época do ano para a ilha de Tavira, então teria de ir até Pedras D'el Rei e ir até à praia a pé, no Verão costuma ter um pequeno comboio a transportar as pessoas até à praia , mas não acreditava que nesta época tal estivesse em funcionamento.

Encontrada a estrada que nos levaria até ao local pretendido fomos andando num ritmo bem baixo, afinal tínhamos todo o tempo do mundo.

Chegados junto ao aldeamento, era hora de preparar as coisas para ir até à praia, por ali também tinha alguns turistas e via alguns a fazerem o caminho até à praia a pé. Quando deixamos o carro eu olhei para trás e apercebi-me que a MJ tinha deixado os óculos em cima do tejadilho, devia ser a ânsia de conhecer a praia… .

Quando estávamos a atravessar a estreita ponte que só dá para pessoas, sobre o rio Gilão ou um canal do Ria Formosa, sinceramente não sei, vimos o pequeno comboio a chegar, fiquei surpreendido, não contava ver o comboio em funcionamento, mas ainda bem, assim poupamos a caminhada até à praia.

Pouca gente o comboio levava mas mesmo assim era mais do que aquilo que eu esperava que levasse nesta altura do ano, o tempo estava razoável, sol mas com algum vento, a viagem fica por 100 escudos só a ida, chegados junto à praia voltei a ficar surpreendido, o restaurante e café que existem ali estavam abertos.

Entramos no areal da praia do Barril e viramos para o lado direito, era a zona mais sossegada embora por ali estivesse muito pouca gente, deparamos logo por ali com um casal estendidos no areal a apanhar um solzinho, ela queria tostar integralmente já que estava a fazer nudismo.

Quando encontramos um local mais ou menos abrigado do vento decidimos montar a "tenda", estendemos as toalhas e começamos a trabalhar para o bronze.

O vento começou a ficar mais forte e começou a incomodar, o céu também começou a mudar de azul para um cinza escuro e o sol por vezes escondia-se por entre as escuras nuvens que estavam a começar a dominar o céu. Pouco depois decidimos abandonar a praia, o tempo estava a mudar e começava a prometer chuva.

Antes de abandonarmos a praia andei a mostrar à MJ a zona onde tem muitas ancoras, e mais algumas fotos eu tirei, assim como também a zona onde tem o restaurante e a discoteca, depois disso e como o comboio tinha chegado decidimos regressar a Santa Luzia, era a viagem de regresso para junto do carro, a praia não tinha sido proveitosa em termos de bronzeado.

Quando o comboio chegou ao fim da linha as poucas pessoas que fizeram esta viagem abandonaram o comboio, a MJ como simpatizou com o comboio queria tirar uma foto no lugar do maquinista , como o homem foi gentil e acedeu ao meu pedido a MJ entrou para o pequeno compartimento usado pelo maquinista e eu tirei mais umas fotos, outras se seguiram e inclusivamente ela também me tirou fotos junto do comboio.