quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ferreiros - Cinfães


Domingo, 31 de Agosto de 1997.

Era dia de cumprir algo que tinha prometido ao Alberto, finalmente ia a Ferreiros fazer-lhe uma visita.

A noite correu muito mal para mim, acordei por volta das 4 horas com umas dores terríveis nas costas, e com dificuldades respiratórias, por momentos pensei ir para o hospital, mas consegui resolver a situação.

O dia estava muito tristonho, inclusivamente prometia chuva, depois de um dia espectacular como foi o sábado, este dia prometia ser totalmente diferente.

Levantei-me cedo, tinha que apanhar o comboio em Ermesinde às 8h05m., saí de casa eram aproximadamente 7h30m., pensava eu ter tempo de sobra. Enquanto esperava pelo autocarro para a estação fui vendo pessoal que faz caminhadas para a S. Rita, eu também já fiz mais do que uma vez tal caminhada, mas para mim fica relativamente perto, passava gente que demonstrava já estar muito cansada, para eles valia o tempo estar fresco, estavam as condições ideais para tais tarefas.

O tempo a passar e do autocarro nem sinal, comecei a ver que não daria para apanhar o comboio que estava previsto, o pior é que o Alberto ficou de estar na estação às 9h30m. para me apanhar, para ela seria madrugar.

Finalmente apareceu um autocarro, só que este não passava na estação de Ermesinde, passava e terminava o percurso na estação de Valongo, também servia, de qualquer forma já não dava para apanhar o comboio que eu pretendia, eram neste momento 8 horas.

Como era domingo e como o tempo estava convidativo a ficar em casa, o movimento na estrada era diminuto, foi bom , pois assim o autocarro rapidamente chegou a Valongo, quando eu cheguei à estação estava a chegar um comboio especial para as praias de Espinho, com aquele tempo pouco deviam ir, fui calmamente para a bilheteira comprar o bilhete. Quando pedi o bilhete para Mosteirô, o homem perguntou-me se queria ir no comboio que estava para partir, afirmativo, fiquei admirado por o comboio ainda estar ali, assim ia dar para estar com o Alberto à hora marcada. Mal tive o bilhete na mão corri para apanhar o comboio, é que estava mesmo de partida, para complicar um pouco tive que entrar e voltar a sair do comboio com destino às praias, o comboio que eu queria estava na outra linha. Entrei logo na primeira porta nem reparei que classe era, depois acertava se houvesse algo a acertar.

Fiquei junto à porta, a carruagem estava cheia, nem tão pouco fui ver se havia lugares disponíveis, e além do mais havia muita animação naquela carruagem. Pouco depois chega o revisor, olha atentamente para o meu bilhete e diz que não posso ir naquela carruagem, aquela era reservada, tudo bem, por isso havia muita animação ali, de facto aquilo parecia um grupo excursionista. Passei para a carruagem atrás, não havia qualquer tipo de problema.

9h32m. em ponto estava o comboio a entrar na estação de Mosteirô, é a partir daqui que a viagem de comboio tem interesse, pois é a partir daqui que se começa a ter o rio como companhia. Ainda eu estava dentro do comboio, já o Alberto andava a espreitar para as carruagens a ver em qual eu estava, devia estar com receio que eu seguisse viagem. O tempo estava pior do que quando parti de casa. A primeira coisa que o Alberto me disse foi “ Então morreu a tua amiga!? “, eu não percebi o que ele queria dizer com aquilo, depois é que disse que tinha falecido a Diana, eu apenas disse “ Antes ela do que eu”, mas fiquei espantado, achava uma morte estranha até ele dizer como tinha sido.

Fomos para Cinfães, ele foi comprar o Jornal de Noticias e o Público, começou a chover, não muito mas dava para molhar. O dia estava mesmo mau, não ia dar para ver o que quer que fosse. Fomos para casa dele em Ferreiros. Quando lá chegamos a chuva já tinha passado, estava lá o Costa e a respectiva família. Estivemos um pouco na sala a ler os jornais, nada tinha de interessante, rapidamente os li. Literatura em dia, o Alberto andou a mostrar-me a “propriedade” já que quando foi o baptizado do João não tive oportunidade de ver quase nada.

Como o dia começou a melhorar e o Alberto tinha por ali uma mesa de ténis de mesa, jogamos umas partidas, pensava eu que ele era fraco naquilo, e de facto é, só que eu sou ainda mais fraco, não ganhei nenhum jogo, dos quatro jogos que jogamos perdi todos e com os parciais 21-16,21-13,21-10 e 21-13, fiquei cansado.

A hora do almoço estava a chegar mas antes disso fomos a um café um pouco abaixo dali, o Alberto foi tomar um café, fomos os dois mais a Francisca e a Sara. Como a inauguração tinha sido na véspera os cafés eram de borla.

Quando regressamos a casa fomos dar uns chutos, o piso como é relvado e estava molhado fiquei com os meus sapatos molhados e lavados.

O Costa tinha convidado um casal amigo para lá ir almoçar, quando eles chegaram foram servidos uns aperitivos, pouca coisa, é que o almoço estava pronto. Pouco depois foi servido o almoço. Quem cozinhou foi a Cristina, fez carne com massa folhada, estava bom, para sobremesa havia bolos e fruta, comi um pouco de bolo, para terminar tomei um café feito pelo Costa, não costumo tomar café mas hoje até ia.

Após o almoço o pessoal esteve a conversar um pouco, depois disso o Costa decidiu ir mostrar a zona aos convidados dele, também me convidou só que não aceitei, talvez não chegassem a tempo para eu apanhar o comboio das 18h30m., como tal fiquei.

Como não tinha ido com o Costa e para passar um pouco o tempo e também conhecer um pouco mais a região saí com o Alberto. Fomos dar uma pequena volta pelas redondezas. Apesar da casa dele estar numa encosta e se subir muito até lá chegar, ainda existem locais mais elevados e não muito afastados dali, subimos imenso. Passamos por algumas aldeias que estão por ali “perdidas”, não sei do que vive aquela gente nem o que faz, sei é que devem ter uma vida muito sossegada, ou talvez não!.

Durante o caminho passamos por um casal de namorados que levavam três vacas para o campo pastar, é uma forma original de namorar, por aqui vai-se ao cinema comer pipocas, a uma discoteca, sei lá tantas coisas que vejo fazer, ali não, vai-se para o campo com as vacas. Fomos a um local de onde se tem uma vista maravilhosa sobre o rio Douro, se o dia estivesse melhor daria para tirar excelentes fotografias, desta vez não tirei, é que também estava muito frio, só dentro do carro é que se estava bem. No caminho de regresso à “base” ainda fomos ver um monumento monolítico, está um pouco perdido no meio daqueles montes.

Estava a chegar a hora da partida, eram 18h 10m. , apesar de o comboio só ser às 18h30m. convinha chegar lá um pouco antes, foi o que fizemos.

Quando cheguei à estação estava lá muita gente, o bilhete ficou mais caro, também tirei até S. Bento. Chegou o comboio, já trazia cerca de cinco minutos de atraso, era enorme, tinha muitas carruagens, escolhi a última.

Sentei-me logo no primeiro lugar disponível, estava só uma rapariga, nada de interessante. Tal como na viagem de manhã, havia muita animação nesta carruagem, vinha um enorme grupo de rapazes e raparigas, estavam um bocado sujos, eram campistas, o que não justifica a sujidade. Dois rapazes tocavam razoavelmente viola, o resto cantava, foi assim a viagem até Ermesinde.

Estava em casa, cheguei eram 20h30m., estava no fim um bom fim de semana

1 comentário:

  1. Muito bem,,,.... no stop...

    isso é que é viajar, e companhia para todas as ocasiões e situações...
    Terra bem interessante e bonita...

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