terça-feira, 21 de abril de 2009

Genéve - A Estadia I

Quinta Feira, 13 de Abril de 2000.

Embora tivéssemos chegado na véspera, este seria o nosso primeiro dia a sério por estas caras terras da confederação helvética.

Não nos levantamos muito cedo, a noite para nós também foi curta, tínhamos ficado muito tempo acordados , e também não tínhamos pressa nenhuma, tínhamos todo o tempo do mundo.

Depois de abandonar o hotel começamos a explorar a cidade, andamos pela estação, ficava perto do hotel, curiosamente eu achava que as pessoas tinham aspecto de atrofiadas e mais tarde a MJ deu-me razão.

Rapidamente nos adaptamos ao ambiente da cidade, de tal forma que o que na véspera eu tinha dito à MJ sobre o atravessar as ruas ficou sem efeito, ali os peões podendo atravessar, atravessam com sinal verde ou vermelho, nesse aspecto era caso para dizer que estávamos em casa.

Estava na hora de alimentar o corpo. Após percorrer algumas artérias da movimentada cidade escolhemos um local numa pequena rua, a “Pl. Kleber”, hesitamos entre uma casa de hamburgers e uma de sandes, fomos a esta última, a “Le Cristallina II”. Bebemos coca cola e duas sandwich com presunto, estava bom, embora aquilo não fosse uma alimentação normal, só o que o nível de vida ali assim nos exigia, no fim a MJ tomou o seu sempre viciante café, só que para não vir uma banheira de café , falou-se com a simpática empregada e provavelmente proprietária que pretendíamos um café curto, ao que ela falou no café “ristreto” tipicamente italiano. De facto era aquilo que a MJ pretendia, era um café curtinho.

O café como tudo naquele país é caro, só que o café lá traz sempre a acompanhar uma pequeníssima dose de leite, e um também pequeno chocolate, o chocolate a MJ tinha sempre a gentileza de me oferecer, assim como eu também provava um pouco do café antes de ela juntar o leite. Esta pequena refeição, ficou pelo barato em termos de francos suíços, mas transpondo para o frágil escudo já não ficou tão barato assim, andou na ordem dos 2 200$00.

Prosseguimos a nossa caminhada pela cidade, começamos a fazer aquilo que nós designamos por trocar os olhos com os elevados preços das coisas expostas nas vitrinas. O que por lá se vê imenso são relojoarias e casas de chocolate, mas o forte mesmo são as relojoarias e ourivesarias, vimos coisas deslumbrantes, mas os números a indicar o preço ainda eram mais deslumbrantes. E fiquei com vontade de comprar um relógio, só que tinha de ver um que fosse acessível à minha depauperada carteira, talvez fosse pedir demasiado, mas quem sabe não apareceria uma verdadeira pechincha ?

Gostei quando avistei pela primeira vez o ex- libris da cidade, o Geiser, com os seus imponentes 140 metros de altura que atinge o jacto de água, teria de tirar umas fotos, afinal ir lá e não tirar umas fotos ali seria o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa.

O dia não deu para grandes caminhadas, embora tivéssemos andado um bom bocado, mas mais teríamos andado e visto se a MJ estivesse em condições de andar, infelizmente não estava e o melhor era não forçar. E ainda tínhamos mais uns dias para andar por lá, não precisávamos de ver tudo a correr. Regressamos ao hotel, descansar um pouco e voltaríamos a sair para jantar, hoje teríamos de ir a um restaurante para nos alimentarmos devidamente.

Eu esperava que o restaurante não ficasse muito longe do hotel, é que a MJ não estava para grandes caminhadas devido ao problema que tinha num dos pés, fomos andando em ritmo de passeio, mas andamos, andamos e nem sinal do restaurante, acabamos por andar muito mais do que eu tinha imaginado.

Demos a volta quase toda a uma enorme praça e decidimos que quando encontrássemos um restaurante que agradasse entravamos para jantar. A MJ francês não percebia, mas quando via os preços dizia muitas vezes que o restaurante não agradava.

Nesse capitulo dos preços, ali tudo é caro. Embora digam que o dinheiro não dá felicidade, pode-se dizer que sim ,não dá, mas ajuda e muito, no entanto com todas as minhas limitações acho que nos estávamos a divertir e isso era o fundamental.

Entramos num restaurante, aquilo tinha mais aspecto de bar do que restaurante, no entanto eu achava ser um local agradável, a MJ pareceu um pouco incomodada pois disse-me ser a única mulher no local.

Para jantar escolhemos bifes à café Paris, as minhas limitações no francês começam a ser imensas, tudo devido à falta de contacto mais frequente com tal língua, no entanto lá me fiz entender com o empregado. Enquanto esperávamos pelo bife fomos bebendo água, água que na opinião da MJ era um pouco salgada, eu confesso que notava de facto um sabor anormal tendo em conta a água que por cá costumo beber, mas .... bebia bem esta. Antes dos bifes também nos trouxeram uns pratinhos com alface e tomate, a alface tinha um molho, eu pouco comi, como estava demasiado tenso, quase nem tinha apetite e então com aquele molho por cima da alface ... , não comia mesmo.

Vieram os enormes pratos com os bifes, era um bom bife com batata frita, por cima do bife tinha um produto amarelado que se derretia sobre o bife e ficava em molho. Atacamos a nossa refeição, estava bom.

Devido ao meu gosto, ou falta dele, arrumei quase todo o molho de cima do bife, ele até era saboroso no entanto preferia não arriscar a comer aquilo, podia dar mau resultado. Terminado o jantar decidimos andar um pouco pela cidade a ver um pouco mais daquela zona, passamos por locais bonitos, locais que provavelmente terão mais encanto de noite do que de dia.

Fomos vendo o que mais tínhamos feito desde a nossa chegada a esta bonita cidade, montras.

Regressados ao hotel, ficamos mais uns escassos minutos no bar para a MJ tomar o café , e folheamos o jornal que ali tinha, feito isso subimos para o quarto, este era um dia que estava a terminar e outro nos aguardava.



1 comentário:

  1. Empregadas simpáticas!!! e que tal como são??
    Claro que andar a pé pela cidade é a melhor força de conhecer , quer a cultura , os hábitos ....as pessoas....mas é cansativo.. mas como se diz cansaço saudável...

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