quarta-feira, 22 de abril de 2009

Genéve - A Estadia II

Sexta Feira, 14 de Abril de 2000.

Este dia marcava o meio das nossas curtas mas fantásticas férias até ao momento.

Do nosso programa de visitas para hoje constava conhecer o famoso relógio das flores , por isso o nosso percurso já estava mais ou menos definido, mas antes de fazer isso fomos até ao Mc Donalds almoçar, infelizmente o dinheiro não permitia ir almoçar de faca e garfo.

O dia estava bonito, estava um dia de sol, por isso ficamos na esplanada a comer o nosso lauto almoço e também a assistir a todo aquele ambiente que caracteriza aquela cidade, é um ambiente um pouco estranho, e a MJ concordava comigo. Não sei se o ambiente estranho se deve ao facto de ser uma cidade multiracial e por isso ser uma enorme mistura de culturas , ou se é devido a outros factores por mim desconhecidos, mas isso para nós pouco ou nada interessava, o que nos interessava era passar estes dias na perfeição.

Depois de estar a descansar um pouco, decidimos partir à procura do famoso relógio. Fomos andando no nosso ritmo de passeio, devagar, a ver a grande maioria das montras que nos apareciam e também como dizíamos a trocar os olhos com as pequenas placas indicativas dos preços, apesar dos preços eu ansiava comprar um relógio mas que fosse acessível, claro que o acessível para mim rondaria entre os 15 e os 20 mil escudos.

Junto aos cais dos barcos do lago Leman , fiquei por momentos a ver os percursos , horários e preços dos passeios de barco, pensei em fazermos um, só que no momento não havia nenhum previsto para tão cedo por isso atravessamos a ponte para passar para o outro lado do lago e ir ver o relógio.

Do outro lado do lago a animação junto aos cais era muita, tinha um pequeno comboio de turismo, para mostrar aos turistas alguns pontos da cidade. Nós prosseguimos a nossa procura do relógio e entre algumas fotos junto a alguns locais bonitos para mais tarde recordarmos analisei que o relógio já estava para trás, embora perto, por isso fomos até onde achava que estava o relógio e eis ele todo florido. Eu gostei a MJ embora tivesse gostado, creio não ter gostado tanto quanto ela pensava que iria gostar, e isso deveu-se ao facto de fotografias que ela tinha visto em postais, só que as flores que decoravam o relógio, neste momento eram diferentes e talvez aí residisse a desilusão dela, se é que se pode falar em desilusão.

Tiramos naquele jardim algumas fotos e estivemos por ali alguns minutos, depois fomos andando sempre junto à marginal do lago e em direcção a um jardim que eu queria ver , é um jardim onde existem imensas rosas, claro que neste época do ano seria difícil encontrar rosas abertas, mas sempre poderíamos ver o jardim.

A MJ não estava com grande vontade de andar, a dor no pé ainda não tinha passado.

Paramos numa esplanada junto à marginal, bebemos alguma coisa para refrescar e matar a sede, o dia estava belo e o jardim que eu pretendia ver ficava quase em frente ao local onde nos encontrávamos.

O jardim era enorme, tinha imensas coisas para ver e muitas fotos para tirar, estava encontrado o local onde passaríamos a nossa tarde .

Encontramos uma família de portugueses deveriam andar como nós a fazer turismo. Tal como previa as rosas não estavam floridas, mas imaginei que quando eles estão floridas deve dar uma bela mistura de cores, deve ficar muito bonito. O que também por ali e não só ali existe são zonas relvadas onde as pessoas descansam, uns a ler outros a namorar, outros a descansar, enfim cada um aproveita o tempo da melhor maneira. Nós estávamos a aproveitar o nosso, estávamos a explorar tudo o que podíamos e a fotografar muita coisa para ficarmos com recordações destas férias.

Começamos a tomar a direcção da saída, mas antes de abandonarmos o belo parque das “Eaux Vives” ficamos por alguns momentos a contemplar a bela paisagem que se desfruta dali, tem uma vista fabulosa do lago, de parte da cidade de Genebra e as montanhas cobertas de neve nos picos a resguardar a cidade, era um cenário idílico, e por ser um cenário idílico tiramos mais algumas fotos.

Por ali existem algumas aves, uma delas, tipo melro só que maior, pousou numa arvore bem próximo de nós , a MJ como queria uma foto daquela ave, foi para perto da arvore a ver se ela , ave, levantava voo de forma a eu poder registar na máquina, de facto ela conseguiu que a ave levantasse voo, só que na direcção errada, de qualquer forma eu bati a foto, só que não ficará como era pretendido.

Estava terminada a nossa visita ao parque, este dia até ao momento tinha sido quando a mim o melhor dia que tínhamos passado nestas férias, e ainda faltavam umas horas para terminar o dia , por isso o final do dia prometia.

Começamos a caminhar por uma rua interior em direcção ao centro. Num determinado local entramos para ver uma loja com artigos da India, mas nada compramos, apenas demos uma vista de olhos, ou seja fizemos o que era nosso costume, já que comprar nem pensar.

Chegamos a uma praça, ali iniciam duas ruas com imenso comércio, a “Rue du Rhône” talvez a mais famosa e a “Rue du Marché”, são ambas ruas como imenso comercio , só que na primeira estão concentradas as grandes marcas de vestuário e de relojoaria, na segunda rua as coisas tornam-se mais acessíveis embora para o nosso caso continuem a ser caras.

Optamos por uma delas e sem saber entramos na “Rue du Marché”, fomos vendo as montras dos estabelecimentos e ficando loucos com os preços, é tudo demasiado caro ou como eu dizia , nós é que ganhamos muito pouco.

Quando vimos um pouco da catedral da cidade decidimos dar um saltinho até lá para a ver, não podíamos regressar sem ver a catedral, abandonamos a rua e começamos a levar a direcção da catedral, antes porém fizemos uma pequena paragem num café para a MJ tomar o seu cafezinho. Ali bem junto tinha uma pequena tenda de venda ambulante, demos uma pequena volta a ver o que por lá tinha, a MJ engraçou com uns tapetes muito fofinhos, mas nada compramos o dinheiro era escasso. Subimos uma pequena rua e fomos dar a uma pequena praça, uma praça tipicamente suíça e com algumas esplanadas, nós continuamos o nosso caminho e logo à frente entramos numa rua que estava toda engalanada com bandeiras da cidade e do país, era uma foto obrigatória, tenho visto imensas vezes na televisão aquele tipo de coisas, acho que as ruas ficam bonitas e registamos aquele momento. Chegados à catedral tiramos mais algumas fotos, mas fotos trabalhadas de tal forma que se elas ficaram bem darão a ideia que estávamos a segurar na cúpula da catedral. Não chegamos a entrar na catedral, sinceramente nem sei se ela estava aberta para ser visitada, fomos foi tirando fotos pelo caminho de regresso até chegarmos às principais ruas do centro. Voltamos a entrar na “Rue du Marché” , voltamos a entrar num centro comercial que já tínhamos visitado , e ali estivemos a ver vários tipos de óculos para eu ter uma ideia dos meus futuros óculos.

Um pouco mais à frente tinha uns tipos a tocar o que julgo ser batuque, o ritmo era meio brasileiro de tal forma que por escassos segundos a MJ quando o tipo estendeu o chapéu para depositarmos uma moeda começou a dançar, eu nunca tinha visto a MJ dançar, ali de uma forma espontânea dançou, foram escassos segundos é certo mas dançou.

Começava a aproximar-se a hora do jantar e decidimos que não valia a pena ir ao hotel e voltar a sair para ir jantar, por isso ficamos por ali a fazer horas, vimos mais algumas montras e por fim sentamo-nos nuns bancos sobre uma das pontes que existem sobre o lago, a MJ aproveitou para cortar as unhas.

Embora tenha placas a indicar a proibição de pescar , vimos uma pessoa a transgredir essas indicações e isso vem um pouco contra aquela ideia que nós temos dos suíços, de que são muito metódicas e muito respeitadoras, afinal nestes poucos dias vimos que nada disso se confirma, se tem coisas em que confirmam tem outras em que contrariam totalmente .

Hoje fomos ao Latitude, era o restaurante que procuramos na véspera, na “Place du Cirque” , é um restaurante brasileiro. Ainda era cedo para jantar no entanto entramos para tomar uma bebida e conversarmos.

O ambiente que se vivia lá dentro era tipicamente latino, mas ela não gostou, para ela aquilo mais parecia um local onde as pessoas se encontram para terem qualquer tipo de relacionamento, ela falou num nome e diz que no Brasil existem várias casas daquele tipo, mas já não me lembro. Sei é que ela não se sentia à vontade ali, e jantar ali ficou fora de cogitação, se ela não se sentia bem para quê jantar ali ? não fazia sentido, por isso bebemos a nossa bebida para refrescar e abandonamos o local. Ela não gostou do local de tal forma que estava aflita por ia à casa de banho e nem isso ela fez ali.

Antes de chegarmos ao restaurante onde iriamos jantar a MJ passou por uma casa de banho à saída de um parque de estacionamento, aqui foi preciso meter moedinha para fazer o xixi que a estava a atrapalhar, enquanto ela se aliviava eu fiquei no átrio a ver os cartazes que ali tinha e também a verificar que a zona é bem controlada, para aquele pequeno átrio tinha duas câmaras de vídeo, eu espero ter ficado bem nas filmagens.

O local para jantar foi o mesmo da véspera, foi como eu disse no meu fraco e limitado francês à MJ, “La même table, la même chair” ou seja já que era no mesmo local e o mesmo prato, também fomos para a mesma mesa e as mesmas cadeiras, era a reedição do dia anterior.

Mudamos um pouco foi nos líquidos, hoje para festejar tão belo dia fomos para a cerveja. Tal como na véspera o bife estava uma delicia, de tal forma que hoje também já comi o bife com um pouco do molho que o cobria, não todo, mas um pequeno bocado, neste tipo de dias eu costumo dizer que são os melhores dias para se morrer, morre-se feliz, mas eu não pensava nisso, bem pelo contrário, queria viver muitos mais dias como este.

Depois de terminado o jantar e ter pago a respectiva conta a MJ pretendia ir à casa de banho, ficava no andar superior e só nessa altura é que vi uma placa a indicar que o restaurante ficava situado no piso superior, por isso é que na sala da entrada nós éramos os únicos que jantavam, todos os outros tomavam umas bebidas, aquilo funcionava mais como bar. E hoje numa mesa ao lado da nossa estava um grupo formado por 3 homens e uma mulher, bebiam muito, mas eu nem ligava pois quando abandonamos o restaurante eu pensei que eles ainda lá estavam todos e a MJ é que me disse que a mulher já tinha saído.

Junto à entrada do restaurante tinha um aquário com alguns, poucos, mas belos peixes e distribuído pela sala tinha uns tubos com água e em todos eles tinha um peixe, foi a MJ que me chamou a atenção para esse detalhe, inicialmente ainda pensei que se tratavam de peixes artificiais, mas estava enganado, eram peixes reais. Nesta nossa ida aos restaurantes não dava para deixar gratificações, é que o que para eles deve ser insulto, para nós é dinheiro e sendo assim optei por não deixar nada, sempre era melhor nada do que eles acharem que os estava a tratar mal.

Encetamos o caminho de regresso ao hotel, estava a caminhar a passos largos para o fim o melhor dia até ao momento destas férias.

1 comentário:

  1. Ainda melhor quando se esta bem!!!!
    Esses momentos deveriam ser eternos!!!
    Deve ser bonito!! tantas flores de várias cores...

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