quinta-feira, 23 de abril de 2009

Genéve - A Estadia III

Sábado, 15 de Abril de 2000.

As férias agora começavam a caminhar para o fim, embora ainda faltassem uns dias, já se começava a notar o fim das mesmas.

Depois de um dia como o da véspera, seria talvez pedir demasiado ter um dia igual.

O dia de hoje seria para tentar ver o edifício da ONU, ficava um pouco afastado do hotel .

Abandonamos o hotel e seguimos por caminhos nunca antes explorados por nós.

Paramos num jardim, a MJ como andava feliz decidiu brincar um pouco comigo num baloiço e depois de mais algumas fotos prosseguimos a nossa caminhada. Andávamos por locais diferentes dos outros já por nós conhecidos, aqui era mais uma zona habitacional, não existia aquela febre dos estabelecimentos comercias. Passamos junto do que julgamos ser a central dos correios da cidade e também junto de algum local de rádio ou televisão pois tinha retransmissores.

Atravessamos a linha férrea por um túnel e depois já começaram a aparecer alguns estabelecimentos comercias, poucos e quase todos fechados.

Nova paragem fizemos, desta vez junto a um edifício que era rodeado por um pequeno lago, ali no fundo do mesmo tinha depositado muitas moedas e algum lixo à mistura, aquilo mais parecia ser um local onde as pessoas depositam uma moeda e formulam um desejo, aproveitamos para fazer os nossos desejos, e atiramos as moedas para um local onde estava mais limpo. O momento do lançamento das moedas e do pedido do desejo foi acompanhado por silêncio da nossa parte, eu pelo menos e creio que a MJ também quando formula desejos é convicta de que eles se venham a realizar. Mas isso só Deus sabe.

Foi um momento curto, depois de abandonar o local em jeito de brincadeira eu perguntava à MJ qual tinha sido o desejo dela, mas obviamente que ela não disse absolutamente nada, e lá prosseguimos nós a nossa caminhada por caminhos nunca dantes calcorreados por nós.

Passamos junto a um edifício das nações unidas, o palácio Wilson , mas não era aquele edifício que eu pretendia ver no entanto era um sinal que andaria próximo.

Andávamos junto à margem do lago, um enorme jardim existia ali , mais fotos para a nossa já longa colecção. Uma delas foi junto a um cavalo , a MJ como é apaixonada por cavalos tinha de ter uma tirada ali e muitas outras se seguiram, o jardim era enorme e belo, muitas flores davam um belo colorido, eu nunca tinha visto tantas tulipas como naquela cidade, tinha tulipas de imensas cores e tudo aquilo era belo demais.

Entre imensas e belas coisas que existe por lá, vimos um esquilo e tentei fotografar, estávamos a passar um belo dia, um dia relaxante e belo. O cenário era idílico.

Fomos percorrendo lentamente o grande e belo parque, fomos fotografando muitos canteiros de flores e entramos numa zona do parque que tem alguns animais.

No sector onde tinha algumas aves a MJ engraçou com um papagaio e falou do papagaio que ela tem em casa o Louro, tinha alguns turistas por ali que achavam piada embora nada entendessem do que a MJ falava com o Louro do parque. Prosseguimos a nossa batida geral pelo parque, entramos num pequeno edifício onde existem algumas aves de países tropicais, confesso que de inicio entrei um pouco a medo e fiz uma analise o mais rápida possível do que eu poderia encontrar por ali, tinha receio de encontrar alguma cobra, felizmente vi que só existiam mesmo pássaros, belos pássaros pois a MJ tinha vontade de me pregar um susto, mas desta vez não tinha hipótese.

A temperatura no interior deste pequeno edifício era elevada, era mesmo de clima tropical. Perto dali existia um outro edifício mas de plantas e claro que o fomos visitar. Aqui tinha plantas de climas tropicais e várias delas eram originárias das terras dela. Passamos ali alguns minutos e nesses minutos passados ela conseguiu o que não tinha conseguido nos pássaros, assustar-me, tinha lá uma pequena borracha para segurar uma planta que me assustou, pensei ser uma cobra, ela tinha realizado o que pretendia.

Depois desta visita começamos a encaminharmo-nos para a saída, mas pelo caminho fomos vendo ainda outras belas coisas que existem no parque, é um parque grande e bonito, merece bem a pena o tempo que por lá se passa , além de ser gratuito.

Já no exterior do parque fomos tentar ver o edifício das nações unidas e tinha de facto ali um bem perto só que não era ainda aquele o principal edifício e a visita ficou adiada para uma outra visita a esta bela cidade, hoje já tínhamos andado bastante a eram horas de comer alguma coisa.

Começamos a percorrer calmamente uma longa avenida que nos traria de novo até junto da estação e ali iriamos ao nosso restaurante do costume já que o dinheiro não daria para mais.

Nessa avenida fomos observando que existiam muitos estabelecimentos portugueses, restaurantes , companhias de seguros e bancos, deveria ser a zona mais portuguesa de Genéve. E por ter restaurantes portugueses pensamos que provavelmente viríamos jantar a um deles um destes poucos dias que nos restavam, mas não seria agora ao almoço, isso já tinha local definido, o Mc Donalds bem perto da estação, fomos para o menu do costume.

Já com o estômago mais recomposto entramos num pequeno centro comercial onde está inserido o mc donalds, demos uma pequena batida geral, entramos em sapatarias e vimos algumas coisas interessantes pena era o dinheiro estar demasiado curto, caso contrário teríamos comprado alguma coisa. Também decorria ali um pequeno concurso para a miudagem, quem acertasse na cor onde uma roleta parava tinha direito a ir almoçar gratuitamente ao mc donalds. Num pequeno e bonito café a MJ tomou o seu indispensável café.

Regressamos ao hotel e por lá nos mantivemos um bom bocado para descansar da longa mas bela e proveitosa caminhada.

Depois de mais um bom bocado passado no hotel a descansar saímos para jantar e decidimos ir a um dos restaurante portugueses por onde tínhamos passado esta tarde. A MJ, ao pescoço levava um lenço e tinha vestido um casaco de malha bege meu, ficava-lhe bem.

O restaurante onde fomos não era o que eu tinha visto na viagem de regresso do passeio da manhã, mas como também era português entramos.

Era um restaurante muito pequenino, mas notava-se claramente os traços lusitanos, o ambiente era tipicamente português, inclusivamente estava ali um grupo de 4 ou 5 pessoas todas elas portuguesas. O empregado e provavelmente patrão era português, dava para falar na nossa língua, sempre facilitava a nossa tarefa, ou melhor dizendo a minha tarefa.

Estava quase na hora de dar o jogo Santa Clara dos Açores contra o Porto, a MJ ficou de frente para a televisão que estava sintonizada na RTP Internacional, é o canal de televisão que liga os emigrantes a Portugal.

Não podíamos ter escolhido melhor local para jantar no dia de hoje, a MJ pediu um prato de carne que estava simplesmente delicioso, eu provei um pouco e era de fazer água na boca, para mim veio uma dourada grelhada, para acompanhar o nosso fantástico jantar veio a já saudosa super bock, como sabia bem beber super bock tão longe de casa. Sobre a super bock vi um tipo na “Rue du marchê “ aquando da nossa visita com uma super bock na mão e chamei a MJ à atenção para tal detalhe.

O Porto ganhou ao Santa Clara com golos de Capucho e Jardel, o jantar foi delicioso, a MJ tomou um café como ela gosta, era caso para dizer que mais não se podia pedir.

O empregado e hipotético patrão quando lhe perguntei como se apanhava o teleférico para a montanha disse que aquilo já era França e deu-nos uma indicação sobre um passeio que deveria ser fabuloso, teríamos de apanhar o comboio até Nyon e depois para St. Cergue. Já tínhamos programa para o dia seguinte, era lá que iriamos.

Tal como nos dias anteriores não deixamos gorjeta, pois o que para eles era pouco para nós era muito, daí nada termos deixado, era melhor assim.

Abandonamos o restaurante para regressar ao hotel e descansar, estava a terminar mais um belo dia, que bom que seria ser sempre assim, andar sempre em viagem.

Tinha chegado ao fim mais um dia fantástico desta curta, cara e bela estadia em terras helvéticas.



1 comentário:

  1. Deve ser magnifico, pela descrição..
    O importante de tudo é viver bons momentos é cenários diferentes... e esses cenários fazem toda a diferença nas vivências..Sem stress, sem problemas.... isso é também é magnifico...

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