domingo, 12 de abril de 2009

Madeira - A Pérola do Atlântico VII

Sexta Feira, 12 de Junho de 1998.

Eis que tinha chegado o último dia de estadia nesta bela ilha, iriamos estar por aqui até ao inicio da tarde e depois partíamos rumo a Lisboa no avião por volta das 15 horas.

O dia começou bem cedo, não que tivéssemos algum passeio a fazer, mas sim porque tínhamos de ir ao banco reclamar o cartão que tinha ficado preso na caixa multibanco, assim como eu também queria saber o que se passava com o meu cartão que estava a ser recusado para efectuar diversos pagamentos.

Quando chegamos à dependência do BES mais próxima, ela ainda estava fechada, a agência fica situada num belo edifício e na zona dos hotéis de luxo entre o Funchal e o Lido.

Quando a agência abriu as portas fomos dos primeiros clientes a entrar e como tal rapidamente fomos atendidos, quanto ao cartão do meu pai, ficou a garantia que ele seria enviado para casa e quanto à minha reclamação fiquei sem explicação já que eles não detectaram nenhuma anomalia, mas de qualquer forma lavrei o meu protesto, visto pagar um cartão e afinal de contas ele ser recusado para efectuar pagamentos.

Depois de resolvida a questão do banco, e como ainda era cedo, demos mais uma pequena volta pela zona do Lido, eram as nossas despedidas.

Fomos ao Pingo Doce comprar pão para o almoço e regressamos ao hotel, tínhamos de arrumar as coisas , almoçar e estar prontos para partir quando nos viessem buscar para nos levar ao aeroporto.

Era meio dia quando abandonamos o centro comercial do Lido e regressamos ao hotel.

Depois do ligeiro almoço e de termos os sacos prontos para a partida , descemos as coisas para junto da recepção do hotel e aguardamos que nos viessem buscar. Devido à inexperiência do meu pai nestes casos ele estava preocupado se eles falhassem, eu estava calmo porque nestas situações a agência se falha tem de se responsabilizar.

Mas nisto eles nunca falham, por isso quando passavam escassos minutos da hora marcada chegou uma carrinha para nos levar até ao aeroporto de Santa Catarina no Funchal.

Partimos do hotel e fomos directos ao centro da cidade do Funchal, pensei que íamos apanhar mais passageiros e de facto acertei, só que nunca pensei que fosse uma cara conhecida, era o velhote do restaurante de Porto Moniz, lá ele estava com um grupo, mas aqui estava sozinho. Fomos os únicos passageiros que o motorista levou até ao aeroporto.

Chegados ao aeroporto, aproveitamos para fazer logo o check in, como ainda era cedo e tinha pouca gente podíamos ter acesso a um bom lugar no avião.

Ai como detesto ter de esperar muito tempo, e o problema é que nada podia fazer para atenuar a espera para a partida do avião, faltavam cerca de duas longas horas. Andamos de um lado para o outro a derreter a paciência e a queimar os minutos, fomos para a sala de embarque e juntamo-nos aos muitos passageiros que também já ali aguardavam o avião.

Finalmente chamaram os passageiros para embarcar, começava a chegar a hora da partida, começava a ver uma semana de férias a pertencer ao passado.

O avião contrariamente ao que eu pensava não era um Boeing 737 mas sim um Airbus A319 que tinha sido baptizado com o nome de Calouste Gulbenkian .

Apesar das viagens que já fiz, desta vez aconteceu o que nunca me tinha acontecido, enganei-me no lugar, e só me apercebi quando uma mulher loira me chamou à atenção de que eu estava no lugar que lhe pertencia, pedi as minhas desculpas e fui para o meu lugar que era na fila imediatamente à frente.

Pelo meu relógio o avião partiu um minuto mais cedo do que a hora marcada, mas nestes casos um minuto não é significativo.

Quando o avião começou a deslizar na pequena pista , recomeçaram as preocupações e medos do meu pai, eu tentei tranquiliza-lo só que o medo era mais forte. Ele fica muito tenso e só melhora quando o avião já está no ar completamente estabilizado, mas enquanto isso não acontece ele fica realmente muito tenso.

Pouco depois o cenário era repetitivo, sobrevoávamos o oceano atlântico mas só víamos nuvens. Para passar um pouco o tempo aproveitamos para ler os jornais que distribuem gratuitamente no avião. Isso deu para entreter durante a hora e meia de voo aproximadamente que demora a viagem da ilha da Madeira a Lisboa. Quando informaram que estávamos a aproximar de Lisboa comecei a tentar prestar mais atenção ao que via, o meu pai também parecia estar mais descontraído e isso era bom já que dessa forma tirava mais partido da viagem.

O avião começou a perder altitude e reconheci imensos locais da capital lusitana até que ele aterrou na pista do aeroporto da Portela em Lisboa, foi uma viagem excelente como todas as que tive oportunidade de efectuar até hoje.

A nossa viagem não terminava ali, de seguida tínhamos de apanhar um avião que nos levaria até ao aeroporto do Porto, as nossas bagagens seguiam directas para o Porto, sempre nos poupava o trabalho de as despachar de novo. Como tal fomos para a sala de embarque

Enquanto fazíamos horas para o avião, sensivelmente 1 hora era o tempo de espera, fui dando uma volta pelas imensas lojas que existem junto ás salas de embarque, mas nada comprei, e quando nada mais tinha para ver sentei-me a aguardar calmamente a hora do nosso voo. Enquanto estava na sala , ia vendo os aviões que aterravam e alguns que partiam, não sei porquê mas isso fascina-me, estava eu entretido nessa simples mas fascinante observação, quando vi um avião que estava a aterrar que efectuou uma aterragem em dois tempos, ou seja, aterrou, subiu escassos metros do solo e voltou a aterrar, imagino o que sentiram os passageiros lá dentro, foi durante o meu tempo de espera a única coisa fora do normal. Espera essa que se prolongou por mais 25 minutos do que estava previsto, anunciava uma voz feminina e simpática aos passageiros e apresentava as desculpas, tudo bem, desde que não atrasasse muito mais.

Finalmente chamaram os passageiros para embarque, aqui fiquei a saber que o destino final do avião era Barcelona, ele no Porto só fazia escala.

Airbus A312 Francisco D’Olanda, assim era o avião e a sua graça.

Antes de partir o meu pai ainda telefonou para a Ana Maria a dar conta do atraso, só que ela já estava no aeroporto à nossa espera, depois de partir também é uma questão de meia hora.

Devido à viagem não ser longa o avião voa a relativa baixa altitude, dá perfeitamente para reconhecer muita coisa por onde se passa. Para acompanhar essa localização e para reforçar a visão as hospedeiras serviram um gelado para refrescar o ambiente. Pouca gente vinha no avião, não vinha meio, dava para espraiar à vontade nos bancos.

Quando estávamos a sobrevoar a zona de Aveiro o avião começou a perder altitude estávamos a poucos km do Porto.

É de uma beleza indescritível o cenário que se nos deparou ao chegar ao Porto, lamentavelmente não me foi possível registar nenhum momento em nenhuma fotografia.

Tomamos o contacto com a pista, a viagem estava terminada e tudo tinha corrido da melhor forma, notava uma alegria quase incontida no rosto do meu pai, e mais feliz, ele ficou quando viu principalmente o João Pedro à nossa espera na sala do aeroporto. Para além do João Pedro estava lá o Miguel e a Ana Maria. Fomos para casa.

Chegados a casa, tiramos as malas e metemos as mesmas em casa e fomos para casa da Fátima, tal como na ida, jantávamos lá, mas desta vez a sobremesa tinha um toque madeirense, levei o bolo de mel que tinha comprado na Calheta, resisti sem comer o bolo até chegar a casa.

Toda a gente gostou do bolo e mais não foi porque além de só ter trazido um, ele era pequeno, depois do jantar regressamos a casa para desfazer as malas e descansar, tinha acabado uma semana extraordinária, mas agora tínhamos de continuar, o trabalho esperava por nós, mas ficou mais ou menos apalavrado com o meu pai que no próximo ano iriamos aos Açores, até lá .

1 comentário:

  1. Sempre a pior parte!!! o regresso por mais que corra bem , fica sempre o sentimento da despedida, e da vontade de mais e mais...

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