quarta-feira, 18 de março de 2009

Alentejo e Algarve - Oportunidades Perdidas cap.4


Domingo , 30 de Março de 1997, dia de Páscoa.

Acordámos bem próximo daquilo que julgávamos ser 9horas, julgávamos porque pouco depois ouvimos o sinal horário no rádio e eram 10horas, a hora tinha mudado e nós nem sabíamos.

Antes de irmos ao banho, decidimos arrumar as coisas todas e inclusivamente desmontar a tenda, assim evitava que nos sujássemos. Fomos ao banho, desta vez tinha que ser de água quente, a esta hora do dia tomar banho de água fria, só se fosse louco. Tomei um bom banho de água bem quentinha, como soube bem.

Guardámos as últimas coisas, fomos pagar e abandonámos o parque.

O caminho que escolhemos para vir para Vila Nova de Cacela, não foi o que já conhecíamos, foi um outro para nós totalmente desconhecido, de tal forma desconhecido que um pouco mais á frente a rua estava interrompida porque um lavrador para regar as terras atravessou uma mangueira na estrada e protegeu a mangueira com tábuas, resumindo ninguém passava. Como tal fomos por uma outra rua, mais volta menos volta fomos sair á estrada nacional, aqui houve um desencontro de opiniões entre o piloto da viatura e o navegador(eu). Para o Miranda a praia da Manta Rota ficava para a direita, para mim ficava para a esquerda. Como quem conduzia era o Miranda fomos para a direita, foi preciso chegarmos ás portas de Tavira para se aperceber que estava enganado, voltámos para trás.

Quando chegámos á praia da Manta Rota, já o ponteiro do relógio se apressava a caminhar para o meio dia, fomos a um café pequenino mas muito bem arranjado, todo decorado em tons de rosa tomar o pequeno almoço. Comi um pão com fiambre e bebi um sumol, não tinha fanta, o Miranda também foi para o costume, era hora de pôr as peles a tostar, por pouco tempo.

Quando chegámos ao extenso areal, estendemos as toalhas e voltei á minha leitura, mas desta vez tinha pouca vontade de ler.

Nas minhas imediações não tinha nada de jeito de tal forma que por um bocado de tempo estivemos a ver o super movimento aéreo da zona, passavam aviões seguidos e com a mesma rota, até parecia uma prova de perseguição.

O tempo estava a passar, começava a chegar a hora de iniciar o regresso o casa, por alguns instantes tive algumas saudades … , mas não podia parar para pensar, tínhamos decidido não pensar em nada que pudesse alterar a boa disposição, assim fiz.

Pouco antes de abandonarmos a praia, reparei num jovem casal que tinha acabado de chegar, ela tinha um corpo bem feito e estava de bikini amarelo, surgiram alguns problemas entre eles, quando ela decidiu fazer topless , parece que ele não pretendia, ele tentou colocar-lhe o soutien, mas ela era determinada e fez.

Já passava das 14horas quando abandonámos o imenso areal, tinha acabado a praia para nós, era hora de regressar a casa, tínhamos muitos Km. para fazer.

Iniciámos a viagem, foi curta, já á saída de Manta Rota paramos num snack bar para comer qualquer coisa, comi uma sandes de presunto e bebi uma super bock, para terminar tudo isto tomei um café. Estava imenso calor e ali não tinha garrafas de água de litro e meio para vender, só das pequenas.

Partimos, faltava cerca de meia hora para as 15horas.

Entramos na nacional 125, numa localidade que tem um nome curioso, “Altura” , entramos na via do Infante, fomos até bem próximo de Vila Real de Santo António, quando saímos da dita estrada já se avistava a Ponte Internacional do rio Guadiana. Entramos na estrada nacional 122, estrada que nos iria levar até Beja com passagem por Mértola.

Os primeiros Km. de estrada estavam com o piso num estado muito irregular, o movimento de automóveis era quase nulo. Tínhamos combinado encher o depósito do carro antes de entrarmos nesta estrada, mas esquecemo-nos, começamos a subir , era o carro a subir e o ponteiro do combustível a descer, comecei a ficar um pouco preocupado, o ponteiro estava a entrar na zona da reserva, o Miranda disse que tínhamos gasóleo para mais 50Km. para Mértola faltavam 85Km. se não houvesse um posto intermédio ficávamos numa situação complicada.

O Miranda adaptou a condução ás circunstâncias, reduzimos a velocidade, tínhamos que poupar combustível a todo o custo, nas descidas deixávamos o carro embalar para poupar um pouco na subida, enfim tempos de crise.

Estava o depósito quase vazio, já tínhamos andado os tais 50km que o Miranda tinha dito, quando apareceu a nossa salvação. Bem próximo de Alcoutim, perdida no meio daqueles montes cobertos com umas flores brancas, e despidos de árvores encontramos um posto Galp, nem sei o nome da Aldeia para o caso não interessava, interessava era atestar o depósito. Era o nosso dia de sorte, estávamos protegidos pelos deuses. Nós neste tipo de viagens somos dependentes dos cartões de crédito, daí que neste posto eles não devem conhecer que os cartões hoje em dia, são usados em quase tudo, neste posto o combustível tinha de ser pago em nota viva, para nós quase que era um problema, tivemos que juntar os trocos e deu para meter 4 mil escudos de combustível, ficamos com mil escudos no bolso cada um para qualquer emergência.

Nesta altura da viagem vínhamos a ouvir Delfins, era o tipo de música que tinha previsto ouvir durante esta viagem, adoro ouvir Delfins em viagem, adoro ouvir “Ao passar o Navio”, é uma música que mexe comigo.

Estávamos nós no posto da Galp, quando passou uma coluna de carros em direcção a Mértola, a fechar essa coluna, vinha um Lancia Y dos novos, a matricula era GF, era recente, a conduzir o dito vinha uma rapariga e era acompanhada por uma outra. Mal saímos do posto vimos em perseguição delas, mas ainda paramos no caminho para eu apanhar umas flores, queria trazer algumas flores das que cobriam os montes por ali. Quase que obriguei o Miranda a parar, mas não foi preciso insistir muito, apanhei a primeira e desisti de apanhar mais, toda a flor era coberta por uma substância viscosa, não me agradou, só trouxe uma para amostra. Meti no saco da máquina com muito cuidado e embrulhada em papel.

Retomamos a nossa perseguição, alguns km mais á frente começa-mos a apanhar alguns dos que faziam parte do grupo, fomos ultrapassando um a um até que chegámos junto das nossas “amigas”, nem letra demos logo que nos foi possível passamos para a frente e rapidamente elas deixaram de nos ver.

Ninguém nos detinha , estávamos a andar talvez demasiado rápido para as condições da estrada, que diga-se nem era má.

3 comentários:

  1. Será que era mesmo um café , cor de rosa??
    Seria uma aventura sem combustivel....

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  3. Fonix, lá está!!?? o que se diz e não diz, há quem chame tenda á sua casa, mas não é o que parece( iol), Vila galé, sim , sim

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