segunda-feira, 30 de março de 2009

Tossa De Mar - Encontros e Desencontros VIII


Sexta Feira, 8 de Agosto de 1997.

Eis que tinha chegado o último dia em Tossa, amanhã logo de manhã iniciávamos o regresso a casa, com passagem e dormida de sábado para domingo em Madrid, já tinham sido alterados os nossos planos iniciais, esses previam ir por França, entrar no país Basco e chegar até às Astúrias. Já nada disso se ia concretizar, íamos por Madrid, Madrid que sempre rejeitamos devido à possibilidade de atentados por parte de ETA.

Tomamos o pequeno almoço como sempre acompanhados pelo velhote, ficamos a saber das aventuras dele por terras gaulesas e Barcelona. A visita dele a França foi a Perpignan, finalmente ficamos a saber como eles se chamavam, teve de ser ele a dizer, nós nunca tínhamos perguntado e nunca iríamos perguntar, ele chama-se Henrique, ela Josefa, parece que as coisas lhes correram bem, só que chegaram tarde ao hotel, depois na visita a Barcelona, confirmamos o que prevíamos, eles tinham almoçado mais cedo, e não nos reconheceram quando passamos por eles de noite em Lloret, dizia o velhote, “ … a minha mulher ficou chateada comigo porque para me buzinarem tanto e darem tantos sinais de luzes, tinha feito grande asneira … “, depois ele viu que era uma matricula portuguesa, mas não pensou que fossemos nós.

Fomos até à praia de Tossa, durante uma semana ali, quase não tínhamos estado na praia, o tempo hoje também não seria muito. Na praia estava-se bem, estivemos por ali um pouco, ficamos junto ao posto de vigia, quem estava de serviço era uma mulher bem avantajada, era nova, devia ter cerca de 30 anos, mas era muito masculina, não me agradava. Rapidamente chegou a hora de regressar ao hotel, voltamos a passar pelas estreitas mas bonitas ruas de Tossa.

Antes ainda de chegar ao hotel entrei num estabelecimento e comprei uma pequena piscina para a Mariana e uma bóia para o João Pedro, estavam feitas as compras das férias, não tinha em mente comprar mais nada, desta vez só iria trazer coisas para os miúdos.

No hotel fiquei surpreendido com a recepcionista, quando me dirigia a ela para pedir a chave, antes de eu dizer qualquer coisa, disse ela “ 4 4 4”, já sabia o meu número de quarto, com tanta gente naquele hotel, estava cheio, ela fixou o meu número. Penso que tudo se devia à nossa “estratégia”, sempre que estava aquela loira na recepção era eu quem ia pedir a chave. Pena era estar a chegar ao fim, mais uns dias e podia dar alguma coisa.

Para almoço tinha anchovas, pelo menos o Miranda dizia ser esse o nome, estava gostoso, gostei da comida no hotel. Era a nossa penúltima refeição no hotel, ficamos a saber as aventuras dos velhotes em detalhe, ao pequeno almoço foi tudo rápido. O velhote não se conformava com o facto de em França na auto estrada, ter placas a indicar Barcelona e não Espanha! , como sempre dizia mal de tudo e todos, para ele nós portugueses somos os maiores.

Depois do almoço, subimos para o bar, fomos tomar um café, fomos convidados pelo velhote, era a começar a preparar as despedidas. Ao balcão estavam dois empregados, um homem e uma mulher, quem nos atendeu foi a mulher, pedimos quarto cafés. O café quando foi servido não agradou ao velhote, dizia ele á empregada que se servisse cafés assim em Portugal era presa, ela respondeu dizendo que estava na Catalunha. Os empregados já conheciam bem o velhote, ele por onde passa faz-se notar. Como fomos convidados pelo velhote, foi ele que pagou, fez questão que assim fosse, combinamos que à noite éramos nós a pagar.

Separamo-nos, nós subimos ao quarto, voltei a ir buscar a chave à “minha amiga”, estava toda sorridente, se calhar era por eu estar quase de partida, talvez.

Algumas coisas tínhamos previsto ver nesta derradeira tarde por ali, queríamos ir a Playa d’aro e Palamós, que é sitio bastante conhecido. Saímos do hotel e fomos directos a Playa d’aro, não paramos seguimos até Palamós. É mais uma vila ou cidade nem sei, pouco tempo estivemos ali, vimos que tem uma enorme praia, não ficamos por ali, regressamos a Playa d’aro, demos também uma rápida volta, quase do género para dizer que lá tínhamos estado, por acaso ali já. As visitas tinham terminado, fomos curtir uma praínha, voltamos à praia Sa Conca em Playa d’aro, foi ali que iniciamos a nossa época balnear na Catalunha era ali que terminava. Esperava é que não estivesse tanta gente como da outra vez. Estava bem melhor, muito menos pessoal.

Estivemos pouco mais de uma hora, não dava para muito mais. Logo à nossa frente estava um grupo de rapazes e raparigas, eram italianos, faziam muito barulho.

Quando chegou a hora de abandonar a praia, eu fui molhar os pés, queria ver como era a temperatura da água, apenas sensacional!, fiquei com pena de não ter tomado um único banho, era uma mancha na minha viagem.

Regressamos ao hotel, a recepcionista já não estava lá, agora era a preferida do Miranda, era totalmente diferente da minha, era mais fria, ou talvez aquela é que era normal, apenas cumpria as funções dela, mas a outra era simpática.

Tudo o que fazíamos começava a ter um sabor a despedida, começamos a preparar os sacos, não queríamos perder muito tempo de manhã, desejávamos partir logo após o pequeno almoço. Talvez tivéssemos os velhotes como companhia, não lhes dizíamos nada, mas não desejávamos ter companhia durante a viagem, gostamos de viajar sem mais ninguém, assim não é preciso controlar se atrasa se adianta, olhamos só por nós, é que eles também iam para Madrid.

O jantar foi fêveras de porco, a conversa foi a partida, o local onde ficar em Madrid, nós ainda não sabíamos onde ficar, talvez até nem chegássemos a Madrid, seria algo a discutir durante a viagem.

Tinha sido combinado e cumprimos, depois do jantar fomos a uma esplanada junto à praia tomar um café, pagamos nós. Enquanto eles foram indo para lá eu fui ao quarto buscar a minha máquina fotográfica, pensamos em tirar uma foto ao grupo. Encontrei-me com eles na cafetaria “Rem Vel”, falou-se de várias coisas, mas o tema predominante era a viagem de regresso.

Não era só para nós o último dia, havia muita gente no hotel que partia no dia seguinte, daí que no hotel decorresse um baile de despedida, nós não somos dançarinos, mas os velhotes foram, despediram-se de nós para o caso de não nos encontrar-mos ao pequeno almoço, deram-nos o contacto deles na Covilhã e disseram que quando fossemos à serra para os avisar. No hotel todas as noites havia algum espectáculo organizado, mas hoje era baile. Nós fomos bailar com umas cervejas no nosso bar, o bambu.

Depois da primeira rodada o Miranda lembrou-se de ir ao hotel telefonar para a namorada, eu fiquei com a minha cerveja e a ver o ambiente. Pouco tempo depois chegou o Miranda, não tinha conseguido falar com a Patrícia. Fomos numa segunda rodada de cerveja e última. No muro junto à praia estavam duas raparigas prontas para atacar, estavam vestidas de uma forma muito provocante, uma delas estava com um vestido vermelho, era demasiado curto de tal forma que ela sentada mostrava as cuecas brancas que vestia no momento , a outra só mudava a cor do vestido, era azul, o resto era igual, que bocado que se passava … !, mas não era para nós, estavam com um grupo de meia dúzia de pessoas.

Regressamos ao hotel, era o nosso último regresso ao hotel, pouco passava da meia noite, queríamos descansar e telefonar ao Firmino, ele tinha feito anos. Telefonema feito, deitamo-nos, desejávamos ter uma noite tranquila, o que não veio a acontecer. cerca das 3h30m. o telemóvel do Miranda tocou, era a Patrícia, como ele não atendeu , ela voltou a tentar, voltou a não atender. Para não se repetir a cena, pedi-lhe para desligar o telemóvel, ele assim o fez. Logo esta noite que queríamos dormir sossegados, veio a Patrícia incomodar.

1 comentário:

  1. Pois sim , isso ao telefone, porque e fosse tocar á porta, não se recusava ...

    As despedidas são sempre dolorosas.....

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