sábado, 21 de março de 2009

Um Périplo pelo Douro e Tua II


O almoço estava a correr bem, estava animado, as postas iam desaparecendo dos pratos, o vinho também. No fim para a sobremesa eu pedi melão, veio uma boa fatia em quantidade mas não em qualidade, era verde. Terminado o almoço , nós continuávamos a nossa viagem. O Caminho que íamos levar, já eu conhecia. De Moncorvo íamos até ao Pocinho para depois subirmos até Vila Nova de Foz Côa, é actualmente um lugar em foco, devido ás gravuras rupestres, até então pouca gente deveria conhecer aquele lugar. Eu estou farto de lá passar mas nunca fui ver as gravuras, geralmente é local de passagem nas nossas digressões.

O Calor apertava, depois de almoçar e com o tempo que se fazia sentir, só apetecia dormir. O Fernando não podia adormecer, não dava jeito nenhum porque era ele que ia a conduzir, eu também não costumo adormecer quando vou junto ao motorista, o resto do pessoal parece que não se importava muito de perder as belezas paisagísticas por onde passávamos, de tal forma que atrás só o António não adormeceu.

A estrada piorou logo que entramos na estrada que vai para S. João da Pesqueira, é um martírio até lá chegar, depois disso melhora um pouco.

Quando chegamos a S. João da Pesqueira, paramos, abastecemos a carrinha e fomos beber uns refrigerantes, bem frescos. Numa sala contígua tinha umas mesas com matrecos, cheios de pó e algumas teias de aranha à mistura, aproveitamos para tirar um pouco de ferrugem aos bonecos, deu para jogar umas três partidas, depois disso era hora de continuar o nosso caminho.

O pessoal parecia não ter grande vontade de partir, como tal o Fernando gozou um pouco com o António e o vizinho, quando eles estavam quase a alcançar a carrinha, o Fernando arrancava, fez isto umas três a quatro vezes, até que finalmente os deixou entrar.

Seguimos viagem, direcção Régua com passagem pelo Pinhão. Esta zona por onde andava é uma região de cariz vinícola, ou não fosse a região do Vinho do Porto. Aquelas montanhas cheias de socalcos e bastante verdes da vinha , embelezam a paisagem, é extraordinariamente belo. Passamos por enormes vinhas, é este o cenário durante km. e km. de estrada.

Quanto mais nos aproximamos das margens do Douro mais se intensifica a quantidade de vinhas. Lamentavelmente ou talvez não, muitas quintas estão em mãos estrangeiras, talvez se estivessem em mãos nacionais estariam abandalhadas à boa maneira nacional.

Começamos a ter o Douro como companhia, como é agradável viajar por ali, calma, beleza, e um ar puro. São coisas que não tenho diariamente.

Como a estrada era muito boa, tem piso novo, andamos em boa velocidade até pararmos na barragem junto à Régua. Tinha algumas pessoas aglomeradas a espreitar para baixo, pensamos que estaria alguma barco a passar, mas não, tinha era vários barcos pequenos à espera do barco grande para apanharem boleia e passarem ao mesmo tempo. Gostava de ter visto, é algo que nunca vi ao vivo e deve ser bonito, acho curioso como um barco passa de um nível inferior para um nível superior ou vice versa, acaba por ser um elevador.

Como não se previa nos próximos minutos acontecer a passagem, ainda não se avistava o barco grande, partimos. Passamos na Régua e não paramos. A nova ponte da Régua está bem adiantada, fica é bem alta e ainda por cima faz curva.

Ao passarmos na Régua recordamos o dia em que ali estivemos e ficamos a dormir em S. Marta de Penaguião, S. Marta onde chegamos alguns, poucos, minutos depois.

Ao entrar na freguesia, vimos um grupo de pessoas que estavam a jogar malhas na rua, tiveram que se arrumar para passarmos, apenas conhecíamos uma pessoa, o Zeca. Fomos para casa pai do Domingos, estavam lá algumas pessoas entre as quais o pai do Domingos, a mãe, o filho do Domingos, o Nuno, outras pessoas que eu não conhecia mas do Domingos nem sinal. Saímos da carrinha e entretemo-nos um pouco com aquele pessoal, até que finalmente chegou o homem que queríamos, o Domingos.

Fomos para a adega do pai do Domingos, como de costume bebemos umas pingas. O vinho que ele tem é muito bom, inclusivamente o vinho do Porto. Eu bebi meio copo de vinho branco, não dava para beber mais. O tempo estava a andar demasiado rápido para o desejado. Fomos até casa do Daniel, ele tinha umas Tshirt´s para o Fernando trazer, são para estampar com vista ás eleições autárquicas. Algum tempo demoramos por ali, inclusivamente estivemos a observar um Fiat Uno de um deles que teimava em não pegar a não ser de empurrão. Quando tudo ficou definido, viemos até casa do Fernando , ele só foi cumprimentar os pais e partimos de imediato.

Descemos para a Régua, o pessoal vinha sossegado, levamos o caminho normal quando ali vamos, viramos para Mesão Frio. Por vezes dava alguns aguaceiros bem fortes, tinha pena das pessoas que se encontram junto à estrada a vender fruta. Algumas dessas pessoas já eram de idade, quase sempre mulheres.

Quando chegamos novamente ao “Cavalinho”, paramos, mais uma rodada de panados, desta vez foi o Fernando que não comeu. O António foi em dois, devia estar com bastante fome. Aproveitei para telefonar para casa a dizer que ia chegar mais tarde do que inicialmente previsto.

O panado foi regado com duas colas, desapareceu tudo muito rápido. Depois de tudo comido e bebido, nada mais tínhamos a fazer por ali, então partimos. Fomos apanhar bem próximo dali a IP4, e depois entramos na auto estrada, nada de significativo durante o percurso aconteceu a não ser o pessoal a começar a alinhavar a nossa digressão ao Alentejo, embora não se tenha definido datas.

Quando chegamos à portagem de Ermesinde paramos ao lado de um Renault Clio que tinha no seu interior duas mulheres, e que mulheres. O António ainda lhes começou a acenar elas deram troco só que tivemos que arrancar e perdemo-las.

Fomos até casa do António deixar o dito mais o vizinho, eu nem da carrinha saí, depois viemos a Gueifães deixar o Zé e por último o Fernando deixou-me em casa. Tinha terminado mais uma curta viagem por este bocado de terra a que chamam Portugal.

1 comentário:

  1. è o que digo, o isco não esta em mar , mas bem em terra...
    E por terras visitadas são realmente magnificas.. todas as vezes são poucas para as visitar...

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