domingo, 29 de março de 2009

Tossa De Mar - Encontros e Desencontros VI

Quarta Feira, 6 de Agosto de 1997.

Tinha chegado um dos dias desejados destas férias, a visita a Barcelona.

Cumprimos a rotina diária, banho e pequeno almoço. Como sempre encontramos o velhote no pequeno almoço, ele tomava café com leite, como aquilo era self service, ele desperdiçava mais do que aproveitava, devido a isso a chávena dele estava sempre suja. Ficamos a saber que eles também tinham uma viagem programada, iam a Perpignan, dei umas dicas sobre o caminho que deviam seguir, não sei se ele ia por ali ou não, problema dele. O nosso caminho era Barcelona. À partida o carro tinha 57 713 km., já tínhamos andado desde que partimos de casa 1978 km. era muito km. em tão pouco tempo.

Fomos apanhar a já nossa conhecida estrada NII, prevíamos ir nela até Barcelona, o movimento era razoável por ali. Algures, próximo de Lloret vimos prostitutas na estrada, lá como cá, ou não fosse a profissão mais antiga do mundo, e lá como cá eram autênticos terrores. Alguns km. à frente vimos uma indicação de auto estrada para Barcelona, não era a A7, era A19, como não a conhecíamos, aproveitamos para a conhecer. Também ficamos a saber que nas auto estrada eles roubam mais do que nós, em meia dúzia de km. apanhamos com três portagens. Nesta auto estrada existem túneis como em muito lado, mas a numeração deles não termina no 1 mas sim no zero. Também existem uns painéis electrónicos, são uns painéis informativos e que desejam boa viagem em castelhano e em catalão, para eles é “Bon Viatge”. Quanto mais nos aproximávamos de Barcelona mais transito havia na auto estrada.

Chegamos a Barcelona, não tínhamos nem um mapa para nos orientarmos, prevíamos complicações. No hotel o velhote falava na avenida Diagonal, segundo ele é uma avenida que atravessa a cidade. Logo que entramos na cidade vimos os picos do edifício da sagrada família, como era um edifício que queríamos ver, começamos a orientar-nos pelos picos, fomos na sua direcção. Rapidamente nos apercebemos que aquela cidade é uma grande cidade, eu já tinha passado por aqui, mas foi sempre a andar, fez precisamente este ano uma década, foi na viagem a Viena.

Chegados ao edifício, contornamos o mesmo em busca de um lugar para estacionar, arranjamos um mesmo junto ao edifício, não é nada barato, mas tinha de ser assim. Muitos turistas andavam por ali, inclusivamente portugueses. Não fomos visitar o edifício, tinha demasiada gente na fila de espera para entrar e ainda por cima paga-se. Demos uma volta pelo exterior, tirei algumas fotos, o Miranda filmou e já estava, estávamos prontos a partir para outra. Tal como tinha visto na minha última viagem a Paris, aqui eles também têm um autocarro turístico, é um autocarro que percorre os principais pontos da cidade, é algo que nos faz falta no Porto. O edifício ao que parece nunca foi acabado, talvez por isso se vejam obras e uma enorme grua, o que não abona nada em favor de tanta beleza.

Em frente ao edifício tem um pequeno posto de turismo, fomos lá para arranjar um mapa da cidade. Estava um casal a ser atendido, eram portugueses, depois deles avançou o Miranda com o seu espanhol de Costa Cabral. Quando o Miranda perguntou onde ficavam os principais pontos de interesse, ela perguntou quantos dias tínhamos disponíveis, disse dois, ela fez um roteiro para esses dois dias. Um dos pontos obrigatórios para ela era o estádio do Barça, o “ Nou Camp, estadi del Barça”, disse ela. Claro que não era preciso ela dizer nada, esse era um dos locais que pretendíamos visitar.

Partimos em direcção ao estádio, fomos pela tal avenida Diagonal, para eles avenida é “Avinguda", rua é “Carrer”. O Catalão nada tem a ver com o espanhol que todos ou quase todos compreendemos quase na totalidade, o catalão é o contrário, não se percebe quase nada. A tal avinguda diagonal é uma enorme avenida e muito larga. Para nos facilitar um pouco a vida o transito nem era muito.

Ia eu de mapa na mão, quando nos apercebemos que devíamos ter virado para o estádio, dessa avenida consegue-se avistar o mesmo, fica distanciado dessa avenida uma centena de metros. Como tínhamos feito asneira seguimos em frente. O antigo estádio do Espanhol também fica naquela zona, éramos para ir até lá, afinal é um estádio que vai desaparecer, na altura já tinham começado as obras de demolição. Logo que nos foi possível viramos à direita, queríamos voltar para trás, andamos um pouco à deriva, já não tínhamos a certeza de nada, mas nada de preocupações. Como com calma tudo se faz, nós lá demos com o caminho. Deparamos com o enorme estádio do Barcelona, tinha pena de não haver nada por ali, a equipa estava para fora.

Estacionamos o carro em frente ao estádio. Antes de se entrar no recinto devidamente vedado, tem uns vendedores com umas bancas a vender imensas coisas relacionadas com futebol, claro que em maioria estão artigos do Barcelona e artigos oficiais.

Entramos no recinto do estádio, logo na frente tem a “Botiga del Barça”, é a loja oficial do clube, ali pode-se comprar tudo ou quase tudo que diga respeito ao clube, também é ali que se compram os bilhetes para visitar o estádio e o museu, por 450 pesetas pode-se visitar as duas coisas, ou uma só, o preço é o mesmo. Em Espanha tudo se paga, não se visita nada sem se pagar.

Pedi ao segurança para rasgar só um cantinho, eles como devem estar fartos de lidar com situações deste tipo, quase nem rasgou o bilhete. A entrada para o museu é a mesma que se usa para o estádio, fica debaixo das bancadas do mesmo. Claro que o primeiro local que visitamos foi o estádio, esse era para nós o principal objectivo daquela visita.

De facto é um enorme estádio, mas visto na televisão e com ele cheio parece muito maior, não direi que ficamos desiludidos, nada disso, mas achava que era muito maior. Tirei algumas fotos apesar das condições de luz não serem adequadas, mas bem ou mal sempre fica alguma coisa para recordar. As cadeiras, pelo menos naquela zona do estádio, estavam todas sujas e bastante degradadas, os degraus eram irregulares, nesse aspecto fiquei desiludido, é desagradável à vista. Deixamos as bancadas e fomos visitar o museu, ali pode-se ver toda a historia do Barça, todos os troféus, enfim é um museu. Ao que parece é o museu que mais visitas recebe em Barcelona. Está bem arranjado, é agradável visitar um espaço como aquele. Tem lá um painel com todos os nomes dos jogadores estrangeiros que passaram ou estão ao serviço do Barcelona, já lá constam os nomes dos nossos ilustres imigrantes, fotos é que não, só tem de alguns já antigos, o destaque vai para o Maradona.

Descemos a escadaria, estava terminada a visita, estava na hora das compras. Tinha-me comprometido com o Alberto comprar um boné do Barcelona. Tinha um boné exposto na vitrina, era todo azul, era bonito, só que lá dentro não tinha e aquele não vendiam. Escolhi outro, ficava pela módica quantia de 2200 pesetas, daria qualquer coisa como 2600 escudos. Comprei três bonés, um para o Alberto, outro para o Miguel e finalmente um para mim.

A loja tem muita coisa, mas precisava de ter mais espaço e de estar mais arranjada, as coisas estão um pouco a monte. A empregada que me atendeu era uma rapariga baixa, até falei nisso ao Miranda, era feia e como se isso não bastasse tinha daquelas coisas que nem sei se se pode chamar brincos, nos lábios. Deve ser esquisito dar uns beijos assim.

Partimos, mais um local que estava “riscado” do nosso mapa, tínhamos muitos mais para “riscar”.

O Miranda queria ir à praça de Espanha, é um local que deve existir em todas as cidades espanholas. Com mais alguns enganos, lá chegamos. Eu ainda não conseguia ver bem o mapa, andava um pouco perdido.


1 comentário:

  1. Claro , primeiríssimo o Futebol ....
    Não fossem vocês homens .....

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