sexta-feira, 27 de março de 2009

Tossa De Mar - Encontros e Desencontros III


Domingo, 3 de Agosto de 1997.
Este dia era para ser passado pelas imediações de Tossa, pelo menos era o que estava previsto.
Devido à diferença horária entre Espanha e Portugal, o barulho do pessoal no hotel, notava-se cedo, assim quando eram sensivelmente 7h30m. acordei, o Miranda ainda dormia. Levantei-me e fui tomar um bom banho, como não estava em casa e não tinha que pagar a água, ficava um bocado a apanhar com os jactos de água quente, era relaxante.
Depois de tudo mais fresco, descemos para o pequeno almoço. Quando entramos na sala já lá estava o velhote, a mulher não, essa ainda dormia. Era um velhote muito falador, felizmente o Miranda falava com ele. Não demoramos muito tempo, saímos todos juntos. O velhote foi para a praia, lá ia ele com a toalhinha enrolada debaixo do braço, nós subimos para o quarto, pegamos nas toalhas de praia, e as respectivas máquinas e fomos nós em busca do desconhecido. Partimos em direcção a Playa D’Aro, nenhum de nós conhecia aquele local, decidimos ir até lá por sugestão do Eng.º Nuno.
Logo que deixamos Tossa, começamos a subir, cerca de dois km. depois tem um miradouro, paramos . Tirei algumas fotos, dali tínhamos uma vista soberba sobre Tossa, era qualquer coisa de fabuloso. Voltamos a partir, da estrada de vez em quando podia-se ver uma praia pequena, não paramos em nenhuma, mas despertou a curiosidade, tinha que ir a uma delas mas não necessariamente hoje. Fomos andando , os km. foram-se passando. Passamos em Canyet de Mar, é um local curioso, tem umas casas nas encostas dos montes, parece que foram cravadas ali, parecem estar presas por um fio à terra porque parte da casa está suspensa, curioso aquilo, depois são castanhas, o que confunde um pouco mais devido à vegetação. Depois disto voltam a aparecer mais praias, todas elas pequenas, mas continuamos a andar. Andamos até que apareceu a placa a dizer que estávamos a entrar em Sant Feliu de Guíxols. Era o local onde a Teresa, ex. Namorada do Miranda, estava ou vinha passar as férias este ano.
Da estrada tivemos uma vista sobre a cidade, era isso mesmo uma cidade, pequena, não interessava. Passamos na marginal, a praia tem pouco areal, os banhistas eram mais que as moscas, seguimos em frente. Fomos à praia de S. Agaró, fica logo depois de Sant Feliu de Guíxols. Nem a praia vimos, tudo porque não havia local disponível para estacionar o carro, voltamos à estrada. Pouco depois aparece a placa de Playa D’Aro e uma outra a indicar a praia Sa Conca, seguimos esta última. Tem uma pequena marina , mas alguns iates bem grandes.
Arranjamos um lugar bem bom para deixar o carro, apesar de ter muito carro por ali.
A praia era muito bonita, tinha era um pouco de gente a mais para aquilo que eu gosto, mas nada podia fazer. O calor também era demasiado, a areia até queimava. Estendi a toalha, tirei a roupa e fiquei ali um bocado a ver quem estava na praia. Tinha algumas mulheres que eram muito agradáveis à vista, também me apercebi que tinha muita gente dos países de Leste.
Cada vez chegava mais gente, cada vez tinha mais vontade de ir embora. O Miranda foi ao banho, por acaso a água estava convidativa, era limpinha e devia estar com uma temperatura agradável, mas não fui, recusava-me a pisar a areia descalço, queimava, tal era o calor. Vesti a roupa para me proteger do sol. O Miranda demorou um pouco no banho, a justificação que ele deu foi a temperatura da água, parece que estava mesmo boa. Estivemos ali só o tempo necessário a que os calções dele secassem.
A praia já estava completamente cheia de pessoal, o pessoal está todo junto, não há privacidade nenhuma. Pessoas que nada têm a ver umas com as outras tinham as toalhas que até se tocam, detesto estar em praias assim. Felizmente os calções secaram, já estávamos cercados de pessoas, algumas delas estavam a comer, com prato e talheres, já não me lembrava de ver aquilo numa praia.
Regressamos ao hotel, estava a chegar a nossa hora do almoço. Antes de descermos para almoçar, tomamos um banho para refrescar.
Quando chegamos ao restaurante lá estavam os velhotes.
A velhota pintava os lábios com uma cor esquisita e de uma forma esquisita, não pintava os lábios na sua totalidade nem como é costume as mulheres pintarem, pintava de tal forma que depois do almoço só ficava com alguns vestígios de baton.
O almoço não era mau, entre vários pratos como sempre, desta vez um deles era cabrito estufado, fui nisso, cerveja para acompanhar.
Desta vez já falamos mais com os velhotes, eram da serra, mais concretamente da Covilhã. Ele era todo Belenenses, ela era toda verde, sportinguista ferrenha, sabia de futebol mais do que qualquer um de nós e de desporto em geral. O velhote de futebol quase só sabia o nome dos cinco violinos. Não gostava do Domingos nem do João Vieira Pinto. A velhota ficava ao meu lado como tal eu falava mais com ela do que com o velhote, com o velhote falava mais o Miranda.
Depois do almoço, os velhotes foram à vida deles e nós fomos até uma espanada junto à praia. Tínhamos previsto ir até uma praia de tarde, mas era muito cedo, fazia mal àquela hora, daí que ficamos um bocado na esplanada a beber umas cervejinhas bem fresquinhas, para acompanhar as ditas, comemos com os olhos coisas muito boas. Por mero acaso ficamos em frente a um chuveiro que tinha no areal, de vez em quando para atenuar o calor que elas sentiam, algumas raparigas vinham-se refrescar ao dito chuveiro, e algumas delas como andavam a fazer topless … . O Miranda queira filmar aquele espectáculo, era gratuito e abria o apetite, desaconselhei, acho que era chato fazer aquilo. Bebemos duas cervejas cada um, estávamos no “Passeig del Mar”, no Bar “La Fragata”, estava-se bem. Os ponteiros do relógio já andavam por horas que davam para apanhar um pouco de sol, como tal deixamos a esplanada e as raparigas do duche, para nos atirarmos à estrada. Voltamos a passar em Sant Feliu de Guíxols, um pouco mais à frente viramos para o mar, fomos ter a uma praia muito boa e bonita, bonita como todas as que tinha visto até ao momento, chama-se Sant Pol. Pouco tempo ali estivemos, uma hora se tanto. O ambiente estava bom, bem ao nosso lado tinha uma rapariga francesa, estava com um bronze razoável, pelos vistos não costuma fazer topless, ali estava a fazer, com o corpo bronzeado e as mamas brancas, e com uns mamilos! … , meu deus há coisa tão boa. O sol começou a desaparecer, o pessoal também, regressamos ao hotel, como de costume àquela hora quem estava na recepção era a loira , pedi a chave do quarto 4 4 4 , devidamente soletrado para ela perceber.
Tomado o banho da ordem e um ligeiro descanso na varanda a ver as nossas vizinhas, descemos para o jantar. Não conseguíamos chegar primeiro que os velhotes.
Fui num peixe, sável , estava bom. Uma coisa que eu estava a gostar no hotel era da comida. Comi bem, de tal forma que repeti a dose, o pessoal na mesa ficou admirado, mal sabiam eles que eu estava a começar a ganhar embalagem e a voltar ao meu estado normal, sim porque até aqui tinha andado em adaptação.
Depois do jantar ficamos um pouco na sala de televisão do hotel, estava a dar um jogo do Barcelona contra uma equipa holandesa, ao intervalo deixamos o hotel e fomos para a marginal de Tossa, já era noite e queria tirar umas fotos nocturnas a toda aquela beleza, lamentavelmente não tinha levado o meu tripé, ia tentar fazer o melhor possível. Subimos ao castelo, ou melhor ao farol, dali tem-se uma vista maravilhosa, tirei algumas fotos, também tirei algumas cá em baixo. Depois da sessão fotográfica fomos beber umas cervejas, tínhamos que nos hidratar depois de tão árdua tarefa. Ficamos numa esplanada de um bar muito bonito, o seu nome “Bambu” a música também era muito boa Gipsy Kings, estava o ambiente perfeito para beber uma cerveja, ver o mar e as belezas que por ali passavam.
Quando eram quase 23 horas fomos ao parque que estava quase a “Cerrar” tirar o carro, esta noite íamos para a vida nocturna, voltamos a passar em Sant Feliux de Guíxols, jáo tinha perdido a conta das vezes que ali passava. Mas não ficamos por ali, apesar de haver festa continuamos e fomos ver como era o ambiente nocturno em Playa D’Aro. Era a primeira vez que chegávamos ao centro de Playa D’Aro, parecia Las Vegas, muitas luzes, muitas discotecas, muitos bares, muitas mulheres, estava tudo perfeito, não fosse termos uma viagem longa marcada para o dia seguinte, ficávamos ali , no entanto ficou a promessa que lá voltávamos ainda durante esta semana.
Voltamos para Sant Feliu de Guíxols. Como havia festa paramos. Estacionamos o carro num parque gratuito, coisa rara por aquelas zonas. Demos uma voltinha pela zona da festa. Havia um concerto no jardim, quando lá chegamos terminou, percorremos a avenida da marginal. Numa tenda que vendia só material alusivo a clubes, vi um cachecol do F.C. Porto, era a única equipa portuguesa representada na tenda e julgo que na festa, cruzamo-nos com portugueses. Estava a ficar tarde, regressamos ao hotel, local onde chegamos quando faltavam 10 minutos para as 2 horas, como um longo dia nos aguardava fomos para o quarto dormir.

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