segunda-feira, 30 de março de 2009

Tossa De Mar - Encontros e Desencontros IX ( II )


Depois da paragem ficamos muito melhor, dos velhotes é que não havia sinal, eu dizia ao Miranda que era impossível eles estarem para a frente, ele dizia que talvez estivessem, não acreditava.

Voltamos a parar, desta vez próximo de Guadalajara, fica relativamente próximo de Madrid, pouco tempo paramos, foi num posto de combustível, não foi por causa do carro foi por nossa causa. O Miranda queria ir à casinha e beber alguma coisa, eu só queria beber, tiramos umas colas na máquina que lá tinha.

Já se sentia o cheiro de Madrid, o movimento era intenso na estrada, um pouco antes de nós partiu do posto de gasolina um grupo de cinco Mercedes, eram só velhotes e tinham matricula belga. Ainda estávamos nós no posto quando chegou um Honda Civic com portugueses. Nós partimos, a velocidade era menor, o movimento era muito, aos poucos os montes e vales desprovidos de vegetação foram dando lugar a zonas residenciais, já estava à entrada de Madrid, víamos alguns aviões a levantar, vimos que íamos passar junto do aeroporto.

Estávamos bem próximo do aeroporto, quando vi um avião a levantar voo, estava a olhar para o avião, e a recordar as minhas viagens naquele meio de transporte, adoro o momento em que ele perde o contacto com o solo, quando as minhas recordações foram interrompidas pela voz meia atrapalhada do Miranda, dizia ele” olha um acidente!”, eu quase nada vi, aquilo ali era a Av. América, já estávamos em Madrid, a estrada é como uma auto estrada, tem três faixas de rodagem em cada sentido e a separar as faixas dos dois sentidos tem um pequeno muro de betão. O acidente era no sentido oposto, quando olhei quase que via uma acidente que não o que o Miranda tinha dito, e este seria no nosso sentido. Um gajo sai da faixa mais à esquerda e faz uma diagonal para poder sair logo mais à frente, fez uma tangente a um dos Mercedes que tinham partido à nossa frente e ali iam cheios de calma. Felizmente nada se passou, tudo isto foi muito rápido, de tal forma que quando olhei para o acidente a que o Miranda se referia ainda vi uma roda a saltar para a nossa faixa, estávamos distanciados do acidente cerca de duzentos metros. Não apanhou nenhum carro, se apanhasse não sei o que aconteceria. Os carros começaram logo a parar, nós apenas reduzimos a velocidade. Vimos pessoal de telemóvel a chamar os bombeiros, pelo menos assim pensamos.

Quando passamos junto ao local do acidente, vimos um carro encostado ao muro de betão totalmente destruído e parecia ter alguém lá dentro, cá fora tinha alguns carros todos amassados e bem juntos, tinha sido um choque em cadeia e aquele ficou ali entalado, estava também uma mulher em estado de choque, no nosso lado a estrada para além da roda estava cheia de destroços daquele ou dos outros carros, foi um acidente como costumo dizer de arrepiar os cabelos do cu.

Continuamos a nossa caminhada, como era sábado o movimento dentro da cidade não era muito, andávamos à vontade e perdidos. Demos várias voltas, nós queríamos ir para as Puertas del Sol, o pai do Miranda aconselhou-nos ficar aí, só que não víamos nada, nem um posto de turismo.

A única vez que tinha passado aqui tinha ficado com uma impressão negativa, isto só estava contribuir para reforçar essa mesma ideia. Comecei a ver umas placas azuis que diziam “VP Via Preferente”, achei que seriam os principais caminhos da cidade, o Miranda dizia que não, continuamos a dar voltas à cidade. Lembrei-me de ir ao Corte Inglês comprar um mapa da cidade, estávamos na avenida Princesa. O Miranda ficou no carro enquanto eu entrei no edifício, como tinha um objectivo bem definido, não me demorei, comprei o mapa e um livro com os parques de campismo franceses, era do ano de 1996, mas já servia e era muito mais barato que o de 1997. Paguei e saí de imediato. O Miranda tinha estacionado o carro mesmo à frente de uma limusina, parecia haver casamento numa pequena igreja que existe ali.

1 comentário:

  1. É o pior das viagens.....ma não sendo connosco, supera se

    è pena os do Mercedes serem velhotes......

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