sábado, 21 de março de 2009

Um Périplo pelo Douro e Tua


Sábado, 21 de Junho de 1997. Como de costume esta viagem teve lugar num sábado.
Por volta das 7h. 10m, Já me decidi deixar a cama, tinha algum sono, na véspera estive a ver o filme 4 casamentos e um funeral. Após um bom banho, vesti-me e fui buscar a Fátima mais os pequenitos, eram aproximadamente 8 horas menos um quarto. Quando estava a chegar a casa da Fátima encontrei o Ricardo, aproveitou aquela meia dúzia de metros.
A Fátima já estava pronta, os pequenitos também, o João Pedro estava com carinha de sono, até tive pena do miúdo. Cheguei a casa por volta das 8 horas, estava na hora combinada com o Fernando.
Pouco depois ele chegou, ainda o fiz esperar dois minutos, foi pouco.
Partimos para casa do Zé, já ele estava na rua, não demoramos tempo nenhum, seguimos de imediato para casa do António. Aqui também não perdemos tempo, depois do Fernando ter tocado á campainha, o António e o vizinho apareceram logo de seguida. Estava a equipa completa, íamos os cinco, era uma equipa um pouco diferente do costume.
O Caminho era o do costume, fomos pela via rápida até à auto estrada, depois de nela entrarmos fomos até Amarante e entramos na IP4, entramos mas logo de seguida a deixamos, estava previsto irmos ao “Cavalinho” tomar a dose do costume. Quando lá chegamos eram 9h. 30m. .
Como de costume pedimos fêveras panadas e devido à hora pedi um sumo de laranja para mim, o pessoal não queria deixar, queriam que eu bebesse vinho, mas aquela hora nem pensar e ainda por cima estava em jejum.
O vizinho do António é que não comeu nada. O panado rapidamente desapareceu, o vinho que eles me deitaram no copo ficou todo, aquela hora não dava para eu beber. Como ainda tínhamos muito para andar, era hora de ganhar mais alguns metros na estrada .
Voltamos a entrar na IP4, nada se passava digno de registo, até que já bem próximo de Vila Real, os carros que circulavam em sentido contrário começaram a dar sinais de luzes, havia policia por perto, a nossa velocidade estava dentro dos limites, nada havia a temer. Alguns Km. à frente estava um carro mal estacionado na berma da estrada, era da policia, estava a esconder o radar. Muitos seriam apanhados, o local foi bem escolhido por eles, era uma descida e como o carro era um carro civil, muita gente não se iria aperceber. Nós continuamos o nosso caminho sossegadamente.
Depois de Vila Real andei num troço da IP4 no qual nunca tinha andado, nunca tinha passado de Vila Real, desta vez estava previsto ir até Mirandela ou bem próximo. Não chegamos até lá, um pouco antes deixamos a IP4, o nosso destino era Vila Flor. A estrada piorou imenso, o piso nada tinha a ver com o que tínhamos pisado na IP4.
Passamos por aldeias que parecem ter parado no tempo, locais com edifícios muito bonitos, antigos mas mal tratados, outros são o reflexo dos custos da imigração, os imigrantes construem a casa com as linhas da região onde trabalham ou trabalharam, depois resulta em autênticos abortos, era o que se passava com uma enorme casa numa dessas aldeias por que passamos.
Com muitas subidas e descidas lá continuávamos nós o nosso caminho, poucos Km. faltavam para Vila Flor, mas com o piso da estrada e as imensas curvas os poucos Km. que faltavam pareciam muitos mais. Finalmente chegámos a Vila Flor, local pequeno mas engraçado.
Paramos no centro, fomos a um café tomar qualquer coisa, como de costume nestas viagens costuma ser alguma coisa com algum teor alcoólico, desta vez não foi excepção, pedimos moscatel de favaios para todos, ou melhor para quase todos, o António não bebe. Favaios também não tinha, fomos num vinho do Porto normal, nada tinha a ver com o vinho que bebi em casa do pai do Alberto no baptizado do João, esse sim era um bom vinho do Porto. Mesmo assim bebemos. O local onde estávamos tinha bem marcado a sua cor clubista, nesse aspecto não poderíamos ter escolhido melhor, muito azul e branco.
Quando o vinho do Porto já se tinha evaporado dos copos, o António pagou, foi o “castigo” por não ter bebido, e partimos, mas não abandonamos Vila Flor. O António lembrou-se da senhora que faz pão em casa, local onde estivemos da última vez que por aqui passamos, tínhamos de lá ir e fomos.
Quando chegamos a casa estava uma fornada quase a sair, esperamos cerca de cinco minutos e o pão começou a sair. Muito pão a mulherzinha faz, esta fornada que estava a sair rapidamente desapareceu, mal acabou de tirar o pão do forno, voltou a pegar fogo, sinal que mais pão ia ser feito. Como já todos nós tínhamos feito as compras era mesmo hora de partir para Moncorvo.
Continuamos por estradas estreitas e piso mais que irregular. Bem longe dali no cimo de uma elevação lá estava Moncorvo, muito tínhamos de andar. Alguns Km. depois apanhamos uma estrada que dizem ser a IP2. Pelo menos o piso melhorou consideravelmente, quanto ao resto era uma estrada normal, com uma faixa de rodagem para cada lado.
Passamos junto ao local onde vão construir a barragem que vai substituir a de Foz Côa, é um local onde não vive ninguém e já fica muito próximo de Moncorvo. Moncorvo que aguardava por nós, estávamos perto, mais uma meia dúzia de Km. e estávamos lá. Assim foi, eram horas de almoçar, a fome começava a apertar, mas quando pensava na posta e fome já não era tanta assim.
O restaurante foi o mesmo onde tinha estado da minha última passagem por estas zonas, o Lagar. Só que desta vez não era a confusão que tinha sido da outra vez. Dessa vez o restaurante estava a abarrotar, felizmente para nós desta havia muitas mesas vazias, como tal não havia muito barulho.
Como previsto toda a gente pediu “Posta a Lagar”, mas para mim e o António era meia dose, não me estava a imaginar comer aquilo tudo sozinho, os outros sim. Para acompanhar a posta veio vinho tinto e branco, eu fui para o branco mas misturei com Seven Up. Não me sentia com “coragem” para beber o vinho simples, acho até que se o fizesse ficaria mal disposto.

Sem comentários:

Enviar um comentário