terça-feira, 24 de março de 2009

Vila Nova de Milfontes - Os Mirones IV


Domingo, 13 de Julho de 1997.

Quase que tinha acabado de chegar e já estava a chegar a hora do regresso a casa. Acordei um pouco antes das 7 horas, fui tomar um bom banho, o resto do pessoal ainda dormia, foram acordando aos poucos, menos o Rui, esse estava a dormir profundamente. Depois de eu ter tomado o sempre retemperador banho, foram os outros. Começamos a arrumar algumas coisas na caravana, tínhamos que a deixar ao meio dia, e pretendíamos ter tudo arranjado. O Fernando lavou alguma loiça que tinha ficado suja da noite anterior, eu arrumei.

Antes de ir para a praia, fomos até ao bar tomar o pequeno almoço, comi um croissant com chocolate e bebi um compal light. Com alguns jornais para ler, o Jornal de Noticias e o Jogo, passamos alguns minutos no bar.

Todos estavam prontos para rumar até à praia, já o relógio se aproximava das 8 e meia, só o Rui tinha ficado na caravana a dormir, que bonito dia ele estava a perder.

Não fomos para o mesmo local onde tínhamos estado no dia anterior, ficamos mesmo do lado de Milfontes e junto à foz do rio Mira. Mal chegamos ao areal começamos a dar uns chutos, por pouco tempo, tudo porque algum tempo depois chegou um grupo de mulheres idosas e ficaram quase junto a nós, se fossem novas…, mas essas afastam-se.

Como tivemos que parar de jogar, visto não pretendermos incomodar as senhoras, abandonamos o local, fomos para um local onde andavam algumas bem mais novas, embora nada de especial. Aos poucos a praia foi ficando composta de pessoal, talvez até em demasia para o meu gosto, como era domingo iam famílias em peso. De peso eram quatro raparigas que chegaram quando estávamos prestes a regressar ao parque, dizia o António que em determinado momento se apercebeu de estarem a falar de nós, foi pena não nos termos apercebido, valiam bem a pena, por mim até ficava lá, afinal não tinha problemas, no grupo sou o único solteiro. Mas outros poderes se levantavam e regressávamos, quando iniciamos o caminho de regresso ao parque, passamos por uma mulatinha que tinha um corpo soberbo, mais uma vez me apetecia ficar.

Como saímos um pouco mais cedo do que o previsto da praia, decidimos dar uma ligeira batida por aldeamentos que por ali existem, havia pessoal interessado em saber preços e condições, fomos a um em que o preço evitou saber as condições do local, era extremamente caro, de tal forma que nem fomos ver outros. A rua que nos levou até esse aldeamento terminava no mesmo, depois tinha um caminho em terra batida, o António disse que podíamos seguir pelo mesmo, segundo ele esse caminho ia dar à estrada, puro engano, andamos por ali ás voltas e um pouco perdidos até que decidimos voltar para trás, foi a melhor opção.

Chegados ao parque, encontramos o Rui ainda a dormir, só que o tempo dele tinha terminado, queríamos partir. Tomamos um bom banho, arrumamos as nossas coisas, bati as últimas fotos e foi dado o tiro de partida. Eram 11h 30m. Tínhamos muitos km. para fazer, convinha partir cedo.

O Zé desde o dia anterior dizia que gostava de conhecer Porto Covo, parecia ser o único apesar de ser eu o único a conhecer o local, mas como ele insistiu varias vezes, lá decidimos fazer a vontade ao “peitaças”, para ser mais rápido fomos por uma estrada quase junto ao litoral, além de ser mais perto a estrada é bem melhor da que vai pelo Cercal. Não fomos mesmo a Porto Covo, fomos ver a Ilha do Pessegueiro e também lhes mostrei o parque de campismo que tem o mesmo nome da ilha. O Parque tem umas casinhas que alugam, eles ficaram entusiasmados e paramos para se saber preços e condições, tínhamos pressa de partir, partimos em direcção a Sines.

Como estava quase na hora do almoço, começamos a falar em ir almoçar ao mesmo restaurante onde tínhamos almoçado na véspera , claro que era a dar “tanga” ao Zé. Passamos em Sines mas nem paramos, tinha sido combinado ir almoçar a Grândola, agradava-me a ideia, já passei imensas vezes na periferia da vila mas nunca lá tinha entrado, tudo indicava ser desta.

Apanhamos a estrada , tipo via rápida que liga Sines à IP1. Quando vimos uma placa a indicar a direcção de Grândola, seguimos a placa, nenhum de nós conhecia aquele caminho. Era tudo novo para todos nós. Não esperávamos ter uma estrada como aquela que tínhamos acabado de deixar, mas também não contávamos com uma estrada tão má, a primeira povoação, que fica junto à via rápida tem o nome de alguém que deve ter sido importante naquela zona, “João Mendes Cruz”, é no mínimo curioso. A paisagem é monótona, montes e carvalhos ou chaparros como se diz por ali, de vez em quando lá aparece um pequeno aglomerada de casas tipicamente alentejanas. O caminho começa a ser um martírio, é mau demais aquele piso, mas finalmente chegamos a Grândola. Entramos no interior da Vila morena como diz a canção do Zeca Afonso , quando nos cruzamos com o primeiro transeunte, perguntamos onde havia restaurantes por ali, como ele era alentejano receávamos que o tempo que ia demorar a explicação, ocupasse o tempo disponível para almoçar, mas não o homem era bem rápido a falar, com sotaque alentejano mas falava rápido. Seguimos mais ou menos as indicações do homem e fomos dar a uma praça que tinha dois restaurantes, o “Covas” e o “Grandolense”, após uma rápida analise à ementa de ambos, decidimos pelo “Covas”, não sei se foi ou não a melhor opção, sei é que almoçamos bem.

O Rui como pede diferente de todos, comeu chocos grelhados, eu e o António fomos em costeletas de novilho, o Fernando e o peitaças foram no bife. Desta vez os melhores pratos eram os das costeletas apesar de todos eles estarem bem servidos, mas que grandes costeletas, para banhar tudo aquilo, maduro branco de Almeirim, pela primeira vez bebíamos vinho em condições. Depois do almoço, decidimos tomar mesmo ali o café, alguns minutos antes alguém sugeriu que o fossemos tomar a uma esplanada por ali, só que como estávamos no Alentejo e era domingo, estava quase tudo fechado, ficamos mesmo por ali. Pedi um cheio para mim, o Rui foi descafeinado , os outros eram normais. Para acompanhar o café do Rui ele pediu bagaço, eu depois de ter tomado o meu, não sei o que me deu e bebi um bocado, fiquei cheio de calor.

Quando veio a dolorosa, começamos a fazer o acerto de contas, pagamos e partimos.

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