domingo, 22 de março de 2009

Vila Nova de Milfontes - Os Mirones


Sábado, 12 de Julho de 1997.

Chegou o dia da nossa digressão por terras alentejanas. Aguardava um fim de semana em beleza. Durante a semana o tempo ameaçava não colaborar, mas a esperança costuma ser a última coisa a morrer.

A partida estava agendada para as 5 horas, na véspera preparei o saco com as coisas que levaria na viagem, não consegui encontrar o saco onde meteria as coisas da higiene pessoal, tive que meter a escova de dentes e as outras coisas em sacos plásticos. O saco ficou bem cheio, quase não conseguia fechar, como medida de precaução levei também o saco cama. Deitei-me cedo o relógio andava a rondar as 22 horas, liguei o despertador para as 4 horas, Já estava a dormir quando comecei a ouvir bater à porta, era a Ana Maria que estava a chegar, sei que já passava da meia noite, parecia que já tinha dormido uma eternidade, mas apenas tinha dormido cerca de uma hora e meia, tinha muito mais tempo para estar na cama, rapidamente voltei a adormecer, até que acordei quando eram 3 horas e meia, acordei um pouco assustado pois pensava que tinha adormecido e já tinha passado a hora combinada. O susto desapareceu logo de seguida, pois tinha acordado meia hora mais cedo do que o previsto. Como era cedo não me levantei mas também não adormeci, estive na cama a fazer horas e a pensar ou a sonhar com o futuro.

Essa meia hora passou depressa, mas só me levantei quando já passavam 15 minutos das 4 horas, fui tomar um bom banho de água quente, estava com algumas dores de cabeça, era muito mau começar um dia destes daquela maneira, mas nada podia fazer. Após o banho acabei de meter as coisas no saco e estava pronto para partir, faltavam cerca de 10 minutos para as cinco horas, pensava que o Fernando estaria a chegar, para adiantar serviço lavei uma maçã e vim para a rua esperar o Fernando. Comi a maçã, foi o meu pequeno almoço. O Fernando chegou quando só faltavam 4 minutos para as cinco horas, ainda era noite. Mas o dia já estava a nascer.

Para não fazer muito barulho meti os sacos na frente, passariam para a mala em casa do António. Casa do António onde chegamos pouco depois, fomos os primeiros como de costume. O António não demorou, nem foi preciso tocar á campainha, faltava o Rui e o Zé, aguardávamos calmamente a chegada deles. Chegaram quando já passavam 20 minutos das cinco, partimos de imediato, tínhamos umas centenas de Km. para fazer.

Decidimos partir cedo, para podermos ir pela estrada nacional, assim poupávamos as portagens o que daria para o gasóleo.

Já não me lembrava de fazer uma viagem por muitos locais da nacional 1, que agora tem outro nome, IC2. O piso não está em mau estado. Por vezes passávamos por carrinhas carregadas, davam indicações de serem feirantes. Confirmamos isso quando chegámos a Águeda, era dia de feira. Prosseguimos o caminho, queríamos tomar o pequeno almoço só que estava tudo fechado, era muito cedo nem 7 horas eram, fomos andando, andando até que chegamos a Coimbra, a cidade ainda dormia. É uma cidade que me atrai, não sei dizer porquê, apenas sei que me sinto atraído por ela. Passamos junto ao Portugal dos pequeninos, decidimos parar num café que existe logo ali, só que a nossa intenção teve que ser adiada por mais alguns km, estava tudo fechado.

Encontramos um já tínhamos deixado Coimbra para trás e já estávamos próximos de Pombal, era o primeiro local aberto, não sei que horas eram, neste caso são pormenores sem a mínima importância. Importância tem a temperatura do café, eu nem gosto dele quente mas também não gosto dele frio como estava. Tomamos o café e comemos uns pasteis de Tentúgal, um para cada um. Paguei e continuamos a nossa viagem num ritmo calmo, tínhamos muito tempo e não era preciso ir na “brasa”, poupávamos combustível. Fomos ganhando km. , algumas histórias iam sendo contadas, umas com piada outras nem por isso, mas são essas coisas que preenchem o tempo e animam as viagens. Eu não estava nada animado tinha umas dores de cabeça que me preocupavam.

Já próximo de Leiria passei junto a um Motel, que sempre me despertou um certo desejo de ali pernoitar num fim de semana, posso mesmo dizer que é um sonho que tem anos, sempre que ali passo tenho esse desejo. Certamente não seria desta vez.

O Rui não sabia ao certo para onde íamos, nem tão pouco queria saber; dizia ele para o surpreendermos, mas aos poucos o pessoal foi dizendo tudo.

Quando chegamos a Aveiras entramos na auto estrada, era por pouco tempo, logo à frente em Vila Franca de Xira a abandonaríamos, foi o que veio a acontecer, apesar de por momentos se ter colocado a hipótese de ir por Lisboa; foi algo que caiu rapidamente por terra, não tínhamos grande vontade de ir a Lisboa.

Quando abandonamos a auto estrada, o movimento na estrada era considerável de tal forma que fomos em fila compacta durante uns bons km. Fomos assim até Pegões, local onde paramos para o Zé tomar um café, ele queria quebrar um pouco a força que o sono estava a exercer sobre ele, eu nada tomei e as dores de cabeça estavam a dar sinal de ficar por terra, ainda bem.

Quando partimos, o que aconteceu 10 minutos depois de termos chegado o trânsito tinha diminuído imenso, foi bom para nós, continuamos a ganhar km. com calma. Suspeitava que quando chegássemos à Marateca tudo se iria complicar, mas não, continuou tudo normal, com fila mas nem se parava. Nesta altura andávamos por terras desconhecidas ao Fernando.

Ao passarmos em Alcácer do Sal começamos a avistar Cegonhas nas chaminés, é bonito ver aquilo.

Estávamos a chegar ao local onde entraríamos numa outra estrada, íamos deixar a estrada que vai para o Algarve e íamos apanhar a que vai para Sines. Essa estrada está em bom estado e é uma boa alternativa para quem quer fugir à movimentadíssima estrada IP1. No nosso caso não era com intenção de fugir ao movimento, era mesmo aquela estrada que deveríamos apanhar. O movimento era diminuto. Passamos perto de locais bonitos, Santiago do Cacem, Melides e Troia, não fomos até nenhum desses, fomos direitinhos a Sines, já por lá tinha passado mas nunca tinha entrado na vila, julgo ser vila.

Aquele era o local escolhido para almoçar.

O Fernando como confia nos policias, talvez em demasia, perguntou a dois policias que passavam a pé na estrada, onde se comia bem e barato ali, indicaram um restaurante que se chama “ Varanda do Oceano”, nome bonito e adequado ao restaurante. Tem uma bela vista para o mar, daí o nome Varanda. Não gostei foi de um quadro com uma fotografia do Sporting, o empregado apercebeu-se, dizia ele que a casa é Verde mas os empregados são vermelhos, eu até lhe disse que já não me ia saber bem o almoço.

Para almoçar pedi peixe Imperador no forno, pedi este peixe porque nos Açores havia peixe com este nome, mas só o nome pois no resto nada tinha a ver, era bem melhor o Açoreano.

O Zé definitivamente não tem sorte quando pede bacalhau, desta vez pediu bacalhau assado na brasa, e uma posta do lombo, efectivamente veio, só que estava todo espalmadinho, teve azar, quem teve sorte foi o Rui pediu um peixão, grande Robalo o que ele tinha pedido, por fim o António e o Fernando dividiram o arroz de marisco, não parecia ser mau, no entanto eles não me davam razão. Para acompanhar veio um maduro branco da casa, bem fresco mas muito fraco. Fraca não foi a conta, andou pelos 13 mil escudos.

Talvez houvesse algo melhor por ali, mas seguimos a sugestão do policia, se bem que ainda tenhamos batido a zona em redor do restaurante e nada vimos.

O Almoço já tinha ido, o calor apertava, começava a saber bem uma praia para esticar a toalha e trabalhar um pouco para o bronze. Decidimos partir para Milfontes.

1 comentário:

  1. sempre em Férias?!!Sempre a rodar, loca bem bonito, mar/ e rio muito bonito..
    mas claro ficarias era pelo caminho, pois Motel, ...

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