terça-feira, 17 de março de 2009

Alentejo e Algarve - Oportunidades Perdidas cap.3


Sábado, 29 de Março de 1997.
Estávamos sensivelmente a meio destas mini férias, estávamos de abalada( como dizem por aqui no sul) para o Algarve.
No parque tínhamos uns vizinhos muito chatos, quem mandava era a mulher, mulher velha. Era pessoal de Setúbal. A mulher empregava alguns termos esquisitos, ela mandou os putos vestir quebra vento, não sei o que era e fiquei sem saber.
Depois de nos levantarmos fomos ao banho, banho de água quente, sabe bem. Demorei um pouco no banho, depois do banho e já vestido, fui escovar os dentes, caiu um pouco de pasta dos dentes nos calções e logo num local que poderia indiciar outra coisa qualquer, tive que depois disso trocar de calções.
Estávamos prontos a abandonar o parque, faltava desmontar a “casa” e pagar , coisas simples e rápidas. Logo que desmontamos a “casa”, metemos as coisas no carro e dirigimo-nos para a saída, paramos junto á recepção. Na recepção estava uma rapariga muito sardenta e muito branca, apesar de todo aquele sol, elas por lá ficam brancas, tinha um vestido de ganga cavado e sem soutien, daí que andava a mostras as maminhas pequeninas mas muito bem feitas.
Iniciamos a viagem, seria curta pois íamos parar para tomar o pequeno almoço, escolhemos um café já á saída de Vila Nova de Milfontes, a decoração era desagradável, mesas verdes e com muitas coisas alusivas ao Benfica. Comi um pão com fiambre e bebi uma fanta de laranja, o Miranda foi para o costume, leite, torrada e café.
Eram 10h10m. estávamos nós de partida, tínhamos 94km pela frente até chegar a Lagos. Quase não existia movimento naquela estrada, podíamos andar á vontade. Ao passarmos junto a Zambujeira do Mar saímos da estrada e fomos até lá ver aquilo, eu já lá tinha passado uma vez, era um regresso. Fica afastado da estrada 7km, a estrada piora um pouco. Quando lá chegamos não nos demoramos muito, também não havia muito para ver. A praia é bonita mas pequena, tem uma enorme escarpa, tirei algumas fotos e partimos, não prevíamos mais nenhuma paragem até chegar a Lagos.
Passei por Aljezur, é uma vila que fica numa encosta, é bonita mas nem parámos, foi sempre a andar.
Era meio dia quando chegamos a Lagos. Percorremos a avenida da marginal, estava muito diferente do que eu conheci em tempos, também já não passava por lá fazia anos.
Seguimos em direcção a Sagres, mas pouco andamos, um pouco á frente viramos para a praia, zona de praias famosas dali, tais como a praia D.Ana e Porto de Mós. Primeiro fomos á praia de Porto de Mós. Passamos por um parque de campismo que me pareceu ser muito bom, é o Imulagos, junto ao parque existe um motel que também me agradou imenso, nunca estive em nenhum motel mas tenho uma vontade de lá passar pelo menos uma noite.
Quando começamos a descer para a praia , rua em paralelo, passamos por uma vivenda de luxo que tinha algo escrito em árabe, logicamente não percebi nada, também não devia ser nada de importante.
Quando chegámos á praia, ficamos desiludidos, estava degradada, areal com areia quase não existia, tinha muitas pedras, não dava para estender a toalha ali. Voltamos a subir, fomos á Ponta da Piedade. Ali não tem praias, mas tem-se uma bela panorâmica da zona, tirei algumas fotos por ali, inclusivamente uma ao farol. O que se podia fazer por ali era um passeio de barco pelas grutas, nem pensamos em ver preços, o tempo não era muito e devia ser caro. Para irmos até aos barcos tínhamos que descer muitas escadas, o que não era grave, grave era ter de subir quando viéssemos embora. Para evitar essas coisas nem descemos.
Estávamos ansiosos por estender a toalha e trabalhar para o bronze, logo que abandonámos a Ponta da Piedade e não longe dali fica uma praia que o Miranda já conhecia, a praia do Camilo. Os caminhos de acesso estavam muito melhores, segundo ele. Estacionamos o carro e descemos a longa escadaria de acesso ao areal. A praia está dividida em duas por uma enorme rocha, a ligação entre as duas faz-se por um túnel cavado na rocha, túnel que quase dá para passar de pé, mas em alguns locais é preciso baixar um pouco a cabeça.
Passamos por esse túnel, fomos para a praia que é um pouco reservada, de tal forma que existe quem faça nudismo por ali.
Ficamos logo na entrada, estendi a minha toalha e comecei a ler mais umas folhas do meu livro.
Como de costume dei uma batida visual da zona e da minha vizinhança, fiquei sem vontade de ler mais o meu livro. Quase á minha frente tinha duas raparigas, uma estava a fazer topless, de bikini preto e um chapéu verde. Era uma rapariga magra, com uma maminhas pequeninas mas agradáveis e uma cara bonita, a outra tinha um bikini verde, não fazia topless e tinha um corpo maravilhoso.
Eram cerca de 13h30m. quando tudo isto se passou, estava a abrir o “apetite”.
Os meus lábios começaram a ficar demasiado secos, e o pior é que tinha deixado o creme protector dos lábios em casa. Como estavam uma gajas a fazer nudismo o Miranda disse que com aquilo desapareciam os meus problemas com os lábios, não sei se desapareciam ou se agravavam, não valiam nada, pouco depois chegou uma que essa sim, valia a pena, assim como a que estava de bikini verde, eram como se costuma dizer muito boas.
Continuava entretido na minha leitura, estava a ler o livro e a recordar coisas dos Açores, eram momentos nostálgicos, para me alegrar um pouco olhava para as minhas vizinhas.
As minhas vizinhas numa determinada altura estavam a falar de nós, e pouco tempo depois a que estava a fazer topless veio falar comigo, ela não sabia se eu era português, eu também não ajudava, esperava que ela falasse alguma coisa, até que começou a falar em Inglês e eu falei que era português, facilitou tudo. Pediu-me se lhe poderia tirar uma foto a ela e á amiga, tudo bem se elas quisessem tirava-lhes mais alguma coisa. A que veio falar comigo colocou o soutien para não ficar daquela maneira na foto, foi pena. Depois da foto voltou tudo ao normal. Na altura da foto fiquei desiludido com a que estava a fazer topless, antes da foto ela estava com um chapéu, para a foto tirou o chapéu e mostrou o seu longo cabelo preto, acho que piorou muito a imagem dela, uma rapariga bonita como ela é fica bem com o cabelo curto, com o cabelo comprido realça demasiado a “estrutura óssea” dela, acho que é muito magra para ter o cabelo assim comprido, fica muito melhor de cabelo curto, são gostos.
A maré começou a subir, quem estava junto á água começou a subir também, daí que o areal disponível começou a ser muito pouco.
Estava lá um gajo preto, que desde que eu cheguei se mantinha deitado ao sol a dormir, estava com calças de ganga e tronco nu, devia estar a curar alguma ressaca.
As minhas vizinhas foram-se embora, eu gostava de ir com elas. Também estava a chegar a hora de nos irmos.
Antes de irmos embora chegou uma rapariga á praia que nos deslumbrou, a mim nem tanto, eu tinha ficado com a minha vizinha, chegou cheia de calor de tal forma que tirou a roupa toda. Era só mais uma a fazer nudismo, é bronze integral, assim é que é.
Decidimos vir embora, já chegava de sol por hoje, tínhamos que subir a longa e cansativa escadaria, isso é que custava, mas tinha que ser.
Quando chegamos ao cimo da escadaria, estávamos estoirados, como tinha um bar mesmo ali, o bar do Camilo, fomos reabastecer o corpo. Sentámo-nos na esplanada, como não vinha nenhum empregado fui eu ter com ele, cheguei ao balcão e pedi um hamburger no pão sem queijo e uma super bock, para o Miranda tive de perguntar o que eles arranjavam, acabou por ser uma sandes mista e uma super bock.
Estávamos nós entretidos com o nosso lanche, quando reparei nalguns indivíduos no topo das escarpas a tirar fotos da zona onde estavam algumas pessoas a fazer nudismo, eu vi logo que aquilo eram “pestaninhas” que andavam por ali, para o Miranda eram gajos que andavam a fazer roteiros turísticos, ao fim de algum tempo acabou por me dar razão.
Perguntei ao empregado do bar a que horas é que jogava Portugal na Irlanda, fiquei a saber que o jogo já estava no intervalo e pensávamos nós que o jogo seria á noite, estavam empatados a zero.
Depois do lanche, comemos um gelado cada um, estava na hora de pagar e partir.
Antes de partir batemos mais umas fotos.
Partimos, com calma, fomos até á praia de D.Ana, fica próximo da praia do Camilo, o Miranda nem saiu do carro, eu só fui dar uma espreitadela, nem um minuto demorei, achei que é uma praia que não dá para mim, é muito movimentada.
Regressamos á cidade de Lagos, ou melhor ao centro da cidade, andamos por ruas muito estreitas. Paramos na avenida da marginal. Construíram uma marina, estava bem preenchida com barcos, alguns deles eram umas bombas! Tiramos mais uma foto aqui bem juntinho á marina. Gostávamos de passar por ali um pouco mais de tempo, mas pelo menos desta vez íamos executar aquilo que estava estipulado , ou seja íamos para o sotavento.
Eram 16h30m. quando iniciamos a nossa viagem, ficou a promessa que voltaria a Lagos, talvez nas férias.

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