domingo, 15 de março de 2009

Alentejo e Algarve - Oportunidades Perdidas cap.1


Quinta feira , 27 de Março de 1997.
Aguardava um dia cheio de acontecimentos, era dia de receber o carro que comprei como também era o dia da minha partida para um fim de semana prolongado que me levaria ás quentes terras do Sul.
Foi um dia bastante agitado, o certificado provisório do seguro do carro não estava bem, foi preciso o Pedro falar com o amigo para rectificar as datas de validade, na empresa a corrente estabilizada nos armazéns e tecelagem estava constantemente a ir a baixo, andei nisto todo o dia. Telefonei para Lisboa a marcar quarto para passar lá a noite, a residencial foi aconselhada pelo Ferreira e pelo Paulo Moniz, de seu nome Estrela de Arganil.
Quando finalmente cheguei ao fim do dia de trabalho estava ansioso por ver o carro assim como também estava ansioso por partir para as mini férias. Quando cheguei a casa ainda o meu pai não tinha chegado com o carro, chegou pouco depois, estava toda a gente satisfeita com o carro, eu não tinha tempo para dar uma volta com ele. A minha primeira preocupação foi ver como se sintonizavam as emissoras de rádio.
Tive que telefonar ao vendedor pois não sabia do duplicado da chave, estava no cinzeiro.
Assinei os papeis para o registo de propriedade do veículo e nada mais tinha a fazer com o carro para já. Agora só a viagem me preocupava.
Tinha previsto partir por volta das 20horas, mas já passavam alguns minutos quando o Miranda me telefonou a dizer que estava atrasado, só lá por volta das nove é que estaria em minha casa, tudo bem.
Eram 21h23 minutos quando finalmente ele chegou a minha casa, carreguei os sacos e depois de uma rápida vista de olhos que ele deu no meu carro demos inicio á nossa longa viagem.
Pouco tinha andado quando me lembrei que me faltavam os calções para a praia, era uma peça importantíssima, voltamos a minha casa, começava mal a viagem, mas o atraso foi de alguns escassos minutos, facilmente recuperáveis.
Ás 21h50m. estávamos nós na portagem dos Carvalhos. Cerca de meia hora depois já estávamos em Antuã, não demoramos muito, apenas o necessário para o Miranda tomar um café, eu fiquei a seco, não me apetecia nada.
Aquela hora havia muito movimento na auto estrada, mais no sentido sul/norte do que no sentido contrário, para nós era bom.
A viagem estava a ser animada, o fundo musical era dos Delfins com quase todas as músicas do último disco.
Estava a decorrer normalmente a viagem, sem carregar muito no pedal lá íamos nós para as terras da capital, a hora não nos preocupava, tínhamos quarto marcado na residencial, o pior talvez fosse encontrar a dita cuja.
Quanto mais nos aproximávamos de Lisboa, maior era o volume de tráfego, por momentos ainda chegamos a pensar que talvez não tivesse sido má ideia continuar a viagem até ao Algarve, mas agora nada adiantava, o quarto já estava marcado e dessa forma poderíamos descansar um pouco.
Eram 00h45m. quando pisamos solo lisboeta, começaram os problemas, primeiro passámos demasiado rápido no local onde deveríamos virar, resultado tivemos que seguir na segunda circular e logo que nos foi possível fazer a inversão de marcha. Foi um aviso para moderarmos a velocidade, assim fizemos. Eu de mapa na mão fui dando as indicações das ruas, não falhou, pouco depois estávamos nós na residencial. O movimento na cidade era diminuto, andava-se muito bem.
Quem estava na residencial era uma senhora de uma idade respeitável, eu fui lá perguntar onde podíamos estacionar o carro, não tínhamos problema, podíamos estacionar em cima do passeio. Levamos os sacos para o quarto e preenchemos a ficha. O Miranda tinha fome, a senhora indicou-nos um restaurante/snack bar que fica a cem metros da residencial, fomos até lá.
Portugália, assim se chama o dito estabelecimento comercial, a entrada estava bem guardada, tinha dois policias. Achamos aquilo um pouco estranho, mas … . Eu ia na frente, quando me preparava para entrar, cruzei-me na porta da entrada com duas putas do mais reles que existe, não enganavam ninguém, fiquei logo com uma má impressão do local, impressão que foi confirmada mal acabei de transpor a porta, o ambiente lá dentro era do pesado, ali eu não ficava, daí que nem um minuto estive lá dentro, pirei-me logo para a rua.
A mulher que estava na recepção da residencial tinha falado numa outra um pouco mais acima, subimos um pouco mais a avenida, nada vimos a não ser um estabelecimento que ficava numa cave, estava a entrar pessoal para lá mas com um aspecto no mínimo duvidoso, claro está que não fomos ver o que era. Nada mais encontramos por ali aberto, decidimos voltar á residencial e dormir, pelo menos dormir dizem que é meio sustento. Quando começamos a descer a avenida, já a mesma estava “povoada” com algumas prostitutas, no entanto tinham muito melhor aspecto do que as duas primeiras com quem me cruzei na Portugália.
Quando chegamos á residencial a mulher disse que fomos rápidos, estava ela longe de saber que não comemos nada e ficou sem saber, pois apenas confirmamos que fomos rápidos, recolhemos ao quarto.
O quarto tinha duas camas, tal como eu tinha pedido na reserva, uma de casal que ficou para o Miranda e outra de solteiro que ficou para mim. Tinha telefone que não usamos, uma casa de banho pequena mas com tudo o que é necessário e televisão via satélite. Comecei com o zapping a ver o que estava a dar, entre vários canais já meus conhecidos estava a dar um que eu não conhecia , era um canal pornográfico, estivemos a ver um pouco mas os filmes que davam eram de baixa qualidade, se é que neste tipo de produção existe boa qualidade. Estivemos a ver um pouco, até que decidimos dormir, programei a televisão com o sleeper e virei-me para dormir, não sei que horas eram mas uma coisa sabia, era bem tarde.
Sexta Feira, 28 de Março de 1997.
Sexta feira santa, feriado nacional. Acordamos por volta das 9horas, já passava mesmo um pouco, tínhamos um longo dia pela frente. Após um retemperador banho de água quente, abandonamos o quarto e fomos pagar. Quem estava na recepção era o indivíduo com quem eu falei quando reservei o quarto, não foi caro, ficou a noite por 5500$00 , era um preço bem acessível.
Quando chegamos ao carro, guardamos os sacos e partimos de imediato. Descemos a avenida que vai dar até á Praça da Figueira, por aqui já havia algum movimento de pessoal nas ruas, apesar de a grande maioria dos estabelecimentos comerciais estarem fechados. Continuamos até á Praça do Comercio, deixamos o carro e fomos um busca de um local para tomar o pequeno almoço.
O local escolhido foi um café que fica numa transversal da Rua Augusta. Tinha pouca gente, numa mesa estavam umas raparigas que deveriam ter cerca de 20 anos, uma delas era uma miúda bem gira, no entanto suspeitei daquele ambiente, estavam com um gajo de mau aspecto, já quarentão a preencher uns papeis, suspeitei daquilo, mas como para mim em Lisboa tudo é suspeito… .
Bebi uma fanta de laranja e comi dois bolos, o Miranda foi para o leitinho, uma torrada e no fim tomou um café. Estávamos nós no nosso pequeno almoço, quando entrou no dito café um casal de turistas espanhóis, pediram um prato de peixe grelhado, a empregada estava surpreendida e o gajo inclusivamente pediu uma garrafa de vinho.
Na hora de pagar a conta a empregada demonstrou ter uma certa dificuldade em fazer as contas, teve que pedir ajuda a um empregado que estava ao balcão.

1 comentário:

  1. Isto é que qualidade de vida , nem se tem tempo para ver o carro novo..

    Ver os dois aquele tipo de filme???? claro existem coisas que são são precisas ser ditas.....

    Bela Vida....

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