Alentejo e Algarve - Oportunidades Perdidas cap.3 ( cont.)

Andei pela primeira vez na via do Infante, para ser uma auto estrada só lhe falta as portagens, ao passarmos ao largo de Portimão, vi a ponte sobre o arado, é igual á ponte do Guadiana, têm estética. Estávamos a atravessar toda a costa algarvia, felizmente não tivemos que ir pela nacional 125, se assim fosse o melhor seria ter ficado pelo caminho.

Abandonamos a via do Infante em Tavira, Tavira a minha terrinha no Algarve, não cheguei a entrar na cidade, quando abandonamos a via do Infante entramos na nacional 125. Nenhum de nós sabia onde ficava o parque de campismo, fomos andando.

Ao chegarmos a Vila Nova de Cacela, tivemos que moderar a velocidade e prestar atenção a ver se víamos uma placa com indicação do parque.

Estávamos nós quase a desistir quando vimos uma placa, era a placa que nos interessava. Entramos na Vila, a rua estava em obras, quase não se podia andar ali. Por alguns instantes não vimos mais nenhuma placa indicativa, seguimos um pouco pela minha intuição, felizmente não falhou, voltamos a encontrar mais placas indicativas, chega-mos ao parque. Fica muito afastado da estrada nacional e muitíssimo da praia, para ali só pode ir quem tem carro.

Eram 18h31m. quando fizemos a nossa inscrição no parque. Parque do Caliço, nunca estive neste parque, pareceu-me ser pequeno e com poucas sombras, no verão deve ser uma brasa.

Rapidamente escolhemos o local onde iríamos montar a nossa “casa”, eu tinha escolhido um local em que o solo estava coberto com uma verde erva, o Miranda disse que por ali poderiam aparecer cobras, até me arrepiei e mudei logo de sítio. Ficamos num local onde estávamos á vontade, pensava eu.

Casa montada era a hora de tomar um banho e preparar para o jantar.

O Miranda foi á casa de banho, eu fiquei a guardar a casa, pouco depois foi o contrário.

Quando eu entrei na casa de banho, entrou um puto, que aparentava ter cerca de 15 anos, levava uma revista qualquer debaixo do braço, achei normal, eu também costumo ler na casa de banho, desta vez levei o mapa para estudar o percurso a percorrer no dia seguinte.

Estava eu entretido a estudar o mapa, quando comecei a ouvir algo parecido com gemidos na casa de banho ao lado, era o chavalo que deveria estar a aquecer o chouriço (expressão que ouvi num filme), se calhar o que ele levava debaixo do braço era alguma revista erótica ou até mesmo pornográfica.

Quando eu abandonei a casa de banho ele continuava entretido.

Pouco depois de chegar junto á tenda, vejo uma rapariga com um corpo muito bem feito, inclusivamente comentei isso com o Miranda e foi nessa altura que eu soube que o namorado estava quase nas minhas costas, estavam acampados a cerca de 3 metros de nós. Não sei se o gajo ouviu, se ouviu paciência, também não disse nada de mais.

Fomos ao banho, estava pessoal á espera para a água quente, decidi não esperar e sacrifiquei-me com a água fria, o Miranda é que esperou pelo banho quente. Custou imenso mas acabei por tomar banho.

Após o banho vestimos a melhor roupinha que levamos, afinal íamos a um restaurante com um certo nível. Tínhamos combinado ir jantar a Tavira mais precisamente a Santa Luzia junto a Pedras D’el Rei, zona de um aldeamento turístico famoso por ali. O restaurante Baixamar, estava praticamente vazio quando lá chegamos, já a noite tinha caído, o empregado e patrão reconheceu o Miranda, tínhamos letra garantida.

Veio a ementa para a mesa, mas curiosamente fomos os dois para a mesma coisa, uma saladinha de polvo para entrada e depois um salmão grelhado, coisa fina, para acompanhar cerveja Super Bock.

Depois da salada de polvo e enquanto esperava pelo salmão decidi telefonar para casa, não estava ninguém, lembrei-me que os meus pais tinham ido jantar a casa da Fátima. Telefonei para a Ana Maria só para dizer que estava tudo bem.

Veio o salmão, o restaurante também já tinha mais pessoal, tinha pessoal que deveria ser do norte, pelo menos pela pronuncia. Uma rapariga que estava na mesa era portista, demonstrava claramente, pena era não ser grande coisa.

A conversa entre nós estava animada, eu ferrei o meu lábio inferior inadvertidamente, claro. Tudo começou quando se começou a falar da rapariga de bikini verde que tinha visto na praia em Lagos, sujei um guardanapo com sangue.

Numa mesa ao lado da nossa, estava a jantar uma família queque, eu e o Miranda chegamos a fazer um comentário em simultâneo sobre um gajo que estava todo vestido de vermelho, uma gaja casada parece que se sentia comprometida quando fazia qualquer coisa, estava constantemente a olhar para a nossa mesa, não sei o que ela queria, pelo menos nós nada queríamos com ela.

O jantar estava a ser longo, por vezes o empregado vinha á mesa sugerir alguma coisa, pretendia que o pessoal investisse, mas não queríamos. Na hora da sobremesa ele sugeriu-me uma mousse de ananás, gostei. Com toda esta brincadeira o jantar ficou por 6 800$00, dava 3 400$00 a cada um.

Chegou a hora de regressar ao parque, já eram aproximadamente 22h30, passava pouco. Se pretendíamos meter o carro no parque tínhamos que lá estar até ás 23horas, começava a ser tarde para isso.

Quando saímos do restaurante , que fica em frente á minha tão querida praia, fomos em direcção a Tavira, calmamente. Já em pleno centro da cidade vimos três raparigas, duas não sei o que valiam nem reparamos, reparamos na que ia no meio, era uma mulher dos diabos, tinha um corpo fenomenal, fez com que invertêssemos o sentido de marcha, mas perdemos de vista, então decidimos regressar ao parque, tínhamos sensivelmente 15 minutos, era preciso carregar no pedal.

Ao chegarmos á nacional 125 foi o que fizemos, pedal no fundo, tinha que dar.

E deu, entramos no parque eram precisamente 23horas, mas sem que antes e já bem próximo do parque tivéssemos que aplicar o travão a fundo, já íamos seguir em frente quando devíamos virar á direita.

Chegados ao parque , pouco tínhamos que fazer senão dormir, afinal eu até tinha um ferimento nos lábios.