segunda-feira, 2 de março de 2009

Férias 1996 - Açores - S.Miguel - A Minha Terra VII


7 de Setembro de 1996. Mais uma noite demasiado curta, mais um grande dia pela frente.
Tomei o pequeno almoço em casa da mãe do Luís, após o mesmo, saímos, como ia passar mais um dia com o Luís, não sabia se ia ser mais um dia de aventuras.
O primeiro local que recebeu a nossa visita , foi a Lagoa das Furnas, é enorme. Está com os mesmos problemas da Lagoa das Sete Cidades. Fui ao local onde fazem o famosíssimo cozido das Furnas, contrariamente ao que eu imaginava, está tudo devidamente organizado, já existem buracos feitos para se meter o cozido, inclusivamente tem um funcionário que toma conta daquilo. A pessoa chega( tem de ser cedo ) , entrega ao funcionário, ele mete num buraco , tapa e marca com uma placa numerada.
Como eu andava tão distante da realidade. Para mim qualquer pessoa chegava, abria um buraco e aí vai disto. No mesmo local existem mais caldeiras, no entanto não têm a mesma pujança das que eu já conhecia. Estas são para uso, as outras são para turista ver. Inclusivamente é neste local que cozem o vime, existe uma caldeira mesmo para isso, a diferença entre essa e as outras é notória, a água fica suja. Eu continuava a investir nas fotografias, os rolos começavam a acabar. Como sempre o Luís ia falando da história do local . Estávamos numa ponta da lagoa. Este é mais um local aprazível ( entre tantos ) para se passar um dia . Um pouco afastado daquele local fica o local de escoamento da água da lagoa. Do lado oposto ás caldeiras muito mais existe digno de ser visto. Existem por ali algumas “casinhas” , uma delas foi de um alemão dos tempos do nazismo. Um advogado mais tarde trabalhou bem de forma a ter a casa sem nada pagar, claro que não ficou totalmente de borla, gastou dinheiro na investigação que fez, mas ficou com a casa. Um pouco mais á frente termina o caminho, com o carro não dava para avançar mais, só a pé. Mais umas fotos, neste local ao que parece o Luís costuma organizar um churrasco com os amigos, este ano acho que não fez. Foi neste local, onde segundo ele, realizou uma profecia, não me disse qual, no entanto fiquei com a sensação que foi algo de importante na sua vida. Será que eu passando uns quinze dias ali realizava alguma das minhas? Não pedia todas, só uma e já ficava satisfeito.
De vez em quando um ou outro peixe salta na água, tem trutas e carpas.
Encobertos pela imensa vegetação, estão uns carvoeiros, são construções do tipo iglo, entrei dentro de um, para lá chegar foi preciso o Luís abrir caminho. Dentro do iglo a escuridão predomina , deu para ver alguma coisa devido á ténue luz de um isqueiro. A entrada é pequena, para entrar quase que é preciso gatinhar. Apesar de eu pretender fotografar um , não era possível, a vegetação camuflava completamente o carvoeiro.
Outro local extremamente belo, é um jardim particular, penso que se chama José do Canto, neste jardim, que fica em frente á casa, existe uma igreja, o estilo arquitectónico é todo ele alemão, mas o ex-libris quanto a mim é o chamado VALE DOS FETOS, é impossível descrever tal beleza, não sabia que os fetos cresciam daquela maneira, é um local ideal para mim , isolado. Continuava a sentir-me como já á muito não sentia, para mim todos os problemas estavam longe, estava numa outra vida, lamentavelmente não era para sempre. Existiam uns campistas selvagens junto ao jardim e á lagoa, campismo selvagem em nada ajuda esta zona. Talvez esta região das Furnas seja a mais bela região da Ilha, ou não fosse para mim o Vale Encantado. Fomos até junto de um retransmissor de televisão, a panorâmica que nos é oferecida, é de outro mundo, não dá para dizer o que se sente, julgo não existir adjectivo que qualifique toda aquela beleza. Os ponteiros do relógio andavam mais rápido que o desejável , ainda antes do almoço fomos ver uma zona em que as terras cederam á chuva no ultimo inverno, chegou a ameaçar as habitações. No regresso a casa passamos por uma zona que tem um moinho recuperado. Zona bonita , neste local existe uma casinha também ela recuperada, onde o Sr. João trabalha habilmente o vime. Na parede tinha um pequeno quadro, que pertencia ao Luís, tinha sido levado pelo irmão, o Paulo. O Luís recuperou o quadro e ofereceu-mo. Antes de visitarmos este local visitamos mais um jardim privado, enorme jardim.
Com tanta coisa já vista mas com muito mais para ver, fomos ao hotel Terra Nostra, é um hotel de umas insignificantes 3 estrelas, já vi hotéis com mais estrelas e inferiores a este, sinceramente não sei o que falta a este hotel ser considerado um hotel de 4 ou até de 5 estrelas. Na recepção deixamos o quadro, fomos até junto da famosa piscina do parque, no hotel também existe uma . Estava completa a primeira parte do dia, segui-se o almoço. Após o almoço fui com o Luís e a Nani visitar com mais calma e ver melhor o parque Terra Nostra, dá para passar um dia lá dentro, é um jardim paradisíaco, muito bem tratado, enfim receio repetir-me mas é tudo extraordinariamente belo, mais algumas (bastantes) fotos tirei por aqui. Algum tempo passado no parque , mas todo o tempo que aqui se passa , acaba por ser sempre pouco. Depois da visita ao parque fomos deixar a Nani em casa, a miúda estava a ficar cansada. Novamente as Caldeiras receberam a nossa visita, tinha que tirar uma foto junto aquela que me seduz, cheguei o mais perto possível , mas mantendo uma distância de segurança. Mais fotos gastei nas Caldeiras, são coisas que não vejo todos os dias. Apesar de ser sábado o movimento por aqui não era muito, andava-se bem. Bebi um pouco de água azeda.

1 comentário:

  1. Realmente tudo parece excelente!!!
    Está é uma parte além das outras, tive curiosidade em conhecer....
    Lindo!!
    Mais uns dias, e com toda a envolvencia tudo se tinha acabado por concretizar???? ( IOL)

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