quinta-feira, 5 de março de 2009

Ma Voyage á Paris Cap. 1


Domingo 28 de Abril de 1996.
É a véspera da minha partida para Paris, o meu estado de ansiedade é elevado, quero partir o mais depressa possível. Estou de tal forma excitado com a viagem que nem dei importância á derrota do Porto hoje para o campeonato com o Guimarães. Já tenho tudo preparado para partir, além da roupa e da minha inseparável máquina fotográfica e um livro do António Nobre, o titulo é muito sugestivo e enquadra-se nesta fase, chama-se “Só”.
Segunda Feira 29 de Abril de 1996.
Este foi um daqueles dias grandes e um grande dia, tal o volume de situações que vivi.
Levantei-me por volta das 8horas. O meu pai levou-me ao aeroporto, no caminho passei na fábrica mas não parei. Cheguei ao aeroporto por volta das 9h30m. era muito cedo para o voo, esse tinha hora marcada para as 11h55m. como se imagina grande seca eu levei.
Quando o ponteiro do relógio tinha acabado de passar pelas 10horas fui fazer o Check In. O meu lugar era o 11C, imaginei logo que não daria janela. Como não tinha nada para fazer e ainda faltava bastante tempo para o avião, decidi telefonar para a fábrica , estava na hora do intervalo, resolvi falar para a malta para dar um adeus até breve . Falei com o Alberto e o J. C. .
Estava a chegar a hora da partida.
O avião levantou passavam 13 minutos do meio dia, minuto 13, não costumo ligar muito a superstições, no entanto desta vez fui pensando se seria um minuto de sorte ou de azar.. Novamente tive o prazer de sentir aquele gostinho de sentir o avião perder o contacto com o solo, é uma sensação maravilhosa.
As minhas companheiras de viagem eram duas mulheres do tipo virgens de 50 anos, dá para imaginar o tipo?, eu posso nem ser um gajo fixe, mas também acho que não merecia tamanho castigo .
O avião levava muitos imigrantes, iam carregados de coisas.
Quando levava uma hora e 50 minutos de voo, cheguei a Paris, nesta altura do campeonato estava longe de imaginar o que seriam as horas que se seguiriam.
Quando eu marquei a viagem , paguei a passagem aérea, o hotel e o transfere do aeroporto para o hotel e do hotel para o aeroporto, mas nunca ficou nada marcado com a agência que me encontraria com eles no aeroporto ainda no Porto. Como tal quando cheguei ao aeroporto do Porto fiz o Check In e quando pude embarcar , embarquei, nunca imaginei que aquela hora já andavam á minha procura, tudo porque iam mais alguns gajos e a agência pretendia que fossemos todos juntos, o que facilitaria o trabalho á chegada a Paris. Quando cheguei a Paris eram 14h52m, hora local, menos uma em Portugal, começou uma pequena aventura e sofri as consequências de não me ter encontrado com os outros indivíduos que faziam parte do grupo. Mal saí do avião entrei num túnel que ligava o avião á gare. Até aqui tudo bem, o problema surgiu logo de seguida, ou seja, desembarcamos no primeiro piso, as bagagens estavam no r/chão , eu segui o caminho, quando lá cheguei era uma enorme confusão, de tal forma que não vi ninguém com nada relativo á agência. Esperei um pouco, comecei a ficar cheio da espera e decidi voltar ao piso superior, nada vi, voltei para baixo , continuei sem nada ver. Andei entretido com isto mais de uma hora, quando finalmente decidi terminar com tudo aquilo e partir para o hotel. Só que não sabia se estava longe ou perto. Ainda no aeroporto dirigi-me a um posto de turismo que existe por lá, aquilo é mais um posto de ajuda. Fui atendido por uma boa Francesa ou uma Francesa boa, como se queira. Aqui tive que pegar mais cedo no meu francês do que tinha previsto, ela perguntou-me de onde era, ela não falava Português, com tanto emigrante em França e esta Francesa não sabia Português. Começou a falar em espanhol, só que o espanhol que ela falava, não dava para perceber quase nada, então eu pedi para ela falar na sua língua de origem, pelo menos compreendia alguma coisa. Ao fim de várias explicações e com a ajuda de um mapa que ela teve a amabilidade de me oferecer, fiquei a saber que estava bem longe do hotel. Tinha transportes até á porta do hotel, só que tinha que mudar várias vezes de metro, complicou a situação, vai daí decidi ir de táxi. Ela disse que a viagem de táxi nunca ficaria por menos do que duzentos francos, fiz logo as minhas contas, a 30 escudos o franco, dava seis contos , mas tinha de ser assim. Assim foi, com a indicação dela fiquei a saber que não devia apanhar nenhum dos que estavam no primeiro parque , esses eram de luxo, era bem capaz de me ficar pelo dobro do preço.
Apanhei o táxi para Paris, o taxista disse que devia ficar entre 180 a 200 francos.
A viagem durou cerca de 30 minutos, o taxista falava muito devagar para eu compreender, eu já não falava francês á muito tempo , algumas coisas não percebia. Fiquei a saber que o homem tinha uma filha a viver em Lisboa, mas mais não me disse, eu também não estava interessado. Quando finalmente cheguei ao hotel, tive que desembolsar 180 francos, foi uma despesa extra. Mas fiquei a saber que não fui levado no preço.
Durante o percurso fui vendo alguma coisa da cidade, o movimento nas ruas é de loucos. Imenso transito.
Quando entrei no hotel fiquei a saber que os outros já lá tinham estado e saído. Eu acabava de chegar. Fui para o meu quarto. Pouco demorei, foi só o tempo de me instalar e arrumar algumas coisas.
A recepcionista do hotel era de longe bem pior que a do aeroporto, tinha uma cara esquisita, quanto ao corpo nem por isso.
Saí para o meu primeiro passeio pela grande cidade, seria curto, o dia começava a chegar ao fim. Bati a zona do hotel. Passei numa rua paralela á do hotel e nas traseiras do mesmo, é um grande mercado de sexo. Tem vários Sex-Shop´s, bares e vi uma coisa que deixou surpreendido, vi uma carrinha ( julgo que era Fiat Ducato, ou algo parecido) estacionada. Na frente tinha uma mulher aí com uns 40 anos sentada e com as mamas á vista de quem quisesse ver. Por aquilo que me apercebi ela era a “caixa”, na parte de trás entrava uma pessoa de cada vez e com alguns minutos de intervalo… . Não vi o que se passava lá dentro mas dava para imaginar. Até na prostituição estas francesas são loucas. Rua Budapeste é o nome da rua, foi a primeira rua que fiquei a conhecer.
O dia estava no fim, sentia-me cansado, queria dormir.

1 comentário:

  1. Paris! Paris!!!

    "Perder- nos" num que país que não o nosso não deve ser fácil. mas tudo de arranja!! Claro PARIS!!
    Nada como conhecer logo de inicio aquilo que gostamos mais Com que então - francesas loucas??!??!!? pois !!! pois!!! o resto nem pergunto !!

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