sexta-feira, 6 de março de 2009

Ma Voyage á Paris Cap. 2


Terça Feira 30 de Abril de 1996.

Chegou o dia do jogo, ainda não tinha bilhete e estava com pouco dinheiro no bolso, tinha que passar pelo banco.

Estes gajos não dormem nem deixam dormir, toda a noite há imenso movimento( transito) nas ruas, talvez sejam os custos de estar em pleno centro, apesar de tudo isto ser um grande centro. Recordo-me que quando passei pela primeira vez em Paris, foi de camioneta, ia a caminho da Alemanha, quando passei na auto-estrada eram 5h. era uma loucura o movimento aquela hora, agora pude comprovar isso mesmo.

Ás 7horas trazem o pequeno almoço ao quarto, hoje antes de tomar o petit dejeuner fui tomar um bom banho, quando vinha a sair do banho, todo descascado, entra a mulher no quarto para recolher o tabuleiro, que situação. Se ela ainda fosse nova … . Claro que não levou o tabuleiro, eu não estava a fazer regime alimentar.

Saí do hotel por volta das 8horas, procurei o Banco Espírito Santo, onde eu pensava existir, já não era ali. Como tinha levado o eurocheque e quando estive na Alemanha não tive o mínimo problema, pensei que por aqui também não iria ter, como eu estava enganado.

Nenhum banco me aceitou o dito cartão. Finalmente após muito ter andado pelas boulevard´s de Paris, encontrei um banco bem lusitano, o Banco Borges e Irmão. Como foi bom, todos os funcionários falavam a nossa língua, estava com as nossas gentes. Lá consegui levantar dinheiro , mas com o cartão visa, ninguém aceita o eurocheque, pelo menos foi visitar Paris. Fiquei com mais alguns francos no bolso, pouca coisa.

Como diz o povão, não há fome que não dê fartura, assim foi , tive imensas dificuldades em encontrar um banco português, depois do primeiro apareceram quase todos , só o Banco Espirito Santo continuava “escondido”. Se já tinha dinheiro no bolso, tinha que começar a investir. Fui á Maison de la Comedie Francaise , por ali tinha muita coisa alusiva ao teatro. Comprei dois pins para oferecer á Isabel, um tinha o nome dela Isabelle o outro chama-se Leandre, toca qualquer coisa parecida com viola, como a Isabel toca viola na Tuna… .Por momentos pensei em comprar um pequeno quadro com uns versos, só que no fim da leitura achei por bem não oferecer aquilo.

Depois de umas voltas pelas redondezas, vi o edifício da ópera , o museu do Louvre e muitas mais coisas. Bem próximo do museu do Louvre , entrei num estabelecimento para comprar postais para escrever.

Quase que não aguentava estar lá , tinha um cheiro insuportável e intenso, de tal forma que me ardiam as narinas. Foi mesmo em frente ao museu do Louvre. Como já tinha postais faltavam os selos, andei á procura dos “Poste” , facilmente encontrei um, três francos foi quanto paguei por um selo para enviar os postais. Só me faltava escrever e meter no correio.

Quando andava a explorar mais um pouco de Paris, comecei a sentir alguma coisa que me estava a magoar o meu pé esquerdo, tinha que ir para o hotel, também já estava bem próximo das 15horas, tinha que comer qualquer coisa.

Quando cheguei ao hotel, fui para o quarto, tirei o sapato e fiquei a saber que o que me andava a magoar era a unha do “dedão” , finalmente tinha saído, saiu inteirinha, o dedo sem unha é que estava muito esquisito.

Aproveitei para escrever os postais, só eram dois, escrevi qualquer coisa só para preencher o papel. Abandonei o hotel logo de seguida , parar era morrer, tinha muita coisa para ver.

Meti os postais no correio quase em frente ao hotel, na Gare Saint Lazare.

Fui para a zona dos grandes armazéns, estão quase todos concentrados na mesma rua e seguidos. O movimento nesta zona é demais. Curiosamente nesta boulevard para além dos ditos armazéns , tem os vendedores que têm as suas bancas nos passeios. Julgo que tudo aquilo é legal, de tal forma que mesmo ali se pode pagar com multibanco e tem de tudo, tudo isto fica na Boulevard Haussman. Andei só a ver até agora nada comprei para além dos Pins para a Isabel.

Ando fascinado com as francesas. Nunca fui adepto das mulheres que usam cremes na cara, só que estas sabem arranjar, de forma a nada ficar em demasia, inclusivamente tenho visto algumas velhas com bastante charme, mas essas é só isso mesmo, as outras, bom as outras têm algo mais. Com tudo isso tenho feito muito exercício ao meu pescoço, de tanto mudar de direcção o meu olhar. Nestas ocasiões precisava de ter mais olhos.

No transito estes gajos são completamente diferentes de nós, muito mais perigosos a conduzir, são mesmo loucos, mas respeitam muito mais os peões. Já vi algumas situações que se fosse na nossa terrinha..., era uma autentica sinfonia de buzinas. Vi um reboque da policia chegar a uma rua com muito movimento, parar o transito e fazer as manobras necessárias para rebocar o automóvel, nem cinco minutos demorou, no entanto não ouvi uma única buzinadela. A Policia por aqui não tem contemplações, se o reboque passa na rua e está um carro mal estacionado, vai logo. Se calhar é por isso que ainda não vi nenhum engarrafamento.

Finalmente quando o ponteiro do relógio passava pelas 18horas(hora local) encontrei os gajos que também vieram para ver o jogo. Reconheci o guia , tinha visto aquela cara no aeroporto quando lá andava perdido, se calhar na altura ele também andava á minha procura. Fiquei a saber que telefonaram para a agência a perguntar se eu tinha embarcado, quando lhe confirmaram , ele pensou que se calhar eu tinha lá família á minha espera, e eu lá perdido. Mas como em tudo na vida também esse problema foi ultrapassado. Fiquei sem mais 6 contos, tinha que pagar o bilhete para o jogo.

Partimos para o estádio, passei pela primeira vez desde que aqui cheguei pela Torre Eiffel, bela como sempre. Chegamos ao estádio ainda era cedo, faltava cerca de hora e meia para o inicio do jogo, demos umas voltas pelas redondezas.

Estava na hora de entrar no estádio, para lá entrar fui revistado de uma forma que considero ser apalpado três vezes. Tudo feito sem atropelar ninguém, também a quantidade de policia que lá estava … .Faltavam cerca de cinco minutos para se iniciar o jogo quando finalmente me sentei na “minha” cadeira. Começou o jogo, estava rodeado de “avecs”, que para mim são os imigrantes que falam Português e Francês, tudo misturado. O Sporting a jogar e a marcar, o Porto a abrilhantar a festa, muito pensei nos seis contos que paguei pelo bilhete. Logo que terminou o jogo, abandonei o estádio, nem vi a entregar a taça. Era hora de regressar ao hotel e dormir para esquecer este fim de dia. Alguns foram para a noite parisiense( a maioria) , também me convidaram, não aceitei porque por aquilo que me apercebi durante o jogo, eles iam passar a noite em bares e putedo, eu não vim a Paris para ir ás putas.

De regresso ao hotel passei pelos dois locais mais conhecidos de Paris , a Torre Eiffel e o Arco do Triunfo. Como já era noite a torre estava toda iluminada, é belíssima. São locais que á noite têm uma enorme carga de romantismo, e eu só.

Chegado ao hotel fui para o meu quarto, liguei a televisão, vi alguns filmes e … adormeci com a televisão ligada.

1 comentário:

  1. Cidade Maravilhosa!!
    Com certeza também estavas maravilhado. para não sair á noite e para o sitio de ! gaja"hummmmmm
    Queres enganar os leitores...


    Bela Cidade!!

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