quinta-feira, 26 de março de 2009

S. Jacinto - Aveiro - Recordar o Passado


Sábado, 26 de Julho de 1997.

Chegou o dia do churrasco em casa do Rui Brites. O dia estava fabuloso. Ainda estava na ressaca do dia anterior.

O Fernando telefonou-me de manhã, queria saber como era, tinham combinado ir até à base de S. Jacinto, eu gostava de ir mas não sabia se ia dar, fiquei de ligar até por volta das 13 horas a dizer se ia ou não.

Por volta do meio dia decidi que dava para ir até S. Jacinto, telefonei para o Fernando a confirmar a minha ida, o António Augusto passava por minha casa quando fossem aproximadamente 14 horas.

Após o almoço arranjei-me para a ida e o churrasco, nada tinha comprado nem sabia o que tinha de levar.

O António apareceu em minha casa eram sensivelmente 14h 30m., estávamos atrasados para a hora combinada. O Zé vinha com o António. Fomos para casa do Fernando, que já estava à janela a ver quando vínhamos ou então a ver alguma vizinha, problema dele. O António deixou ficar o carro dele e fomos todos na carrinha do Fernando. Fomos para casa do Rui, deixamos as coisas em casa dele, ele não estava em casa.

Estava daqueles dias muito quentes, fomos para S. Jacinto. Tinha muito movimento na estrada, o pessoal procurava ficar próximo da água. Quando chegamos a Ovar, o calor já não era tanto, talvez devido à ria e ao mar, talvez.

O António estava cheio de sede, mas só parávamos na base, o Fernando conhecia um tenente que estava de oficial de dia. Quando lá chegamos fomos à porta de armas e o Fernando pediu para chamar o Tenente ou então indicarem o caminho. Após a identificação do Fernando e quando o tenente já vinha ao nosso encontro, pudemos entrar nas instalações da base.

O Tenente era o nosso guia, era um homem novo mas bastante entroncado. Fiquei surpreendido com as instalações.

O António estava a seco, fomos até ao bar da base, bar dos sargentos, o dos oficiais estava fechado, todos beberam, eu bebi aquilo que eles chamam traçado, ou seja cerveja com Seven Up, até o copo estava gelado. Todos foram numa rodada dupla, para secar um pouco, alguns comeram tiras de milho, eu comi.

Durante este tempo o tenente contava aventuras que tinha tido na tropa e recordava algumas coisas com o Fernando, afinal eles tinham-se conhecido lá.

O soldado que estava no bar, estava a beber licor beirão, o tenente mandou uma boca, perguntou desde quando o soldado bebia licor beirão sem pagar, julgo que a boca foi na brincadeira no entanto o soldado não pensou o mesmo e deitou o que ainda tinha no cálice fora. O tenente pagou a conta e saímos, continuamos a nossa voltinha pela base. O Fernando estava a recordar tempos passados e eu também, então o momento que recordei foi quando entramos no local onde eles hoje guardam os camiões, eu tinha estado ali e na altura tinha lá aviões, hoje nada disso existe. Tinham-se passado mais de vinte anos, estive lá andava eu na escola primária.

Gostei de ver uns jipes, que só via na televisão e em filmes, são parecidos com os Buggys.

Demos uma batida geral às instalações, por ser fim de semana muitas delas estavam fechadas e não foi possível visitar. Tem lá alguns locais agradáveis, e estava tudo muito bem arranjado. A visita caminhava para o fim, a hora também começava a dizer para regressar a casa do Rui. Despedimo-nos do tenente e viemos a um restaurante/bar que existe próximo do parque de campismo, o Francês como é conhecido por toda a gente, mas que oficialmente se chama Chez Eduard.

Pedimos umas bebidas, eu continuei no traçado, para acompanhar vieram uns rissóis de carne. Estivemos por ali um bocadinho, é um local agradável. Agradável não ia ser a conta, o empregado, distraído ou não, meteu uma rodada de bebidas a mais, foi o António que pagou e achou estranho ser tão caro, após uma confirmação do que se comeu e bebeu, rapidamente se chegou à conclusão que o empregado se tinha enganado. Chamamos o empregado e pedimos para conferir o talão, reconheceu o erro, sempre eram mais 500$00.

Na Torreira junto à estrada tem muitas bancas a vender marisco, o Fernando estava com a ideia no camarão, mas era o único, mais ninguém estava com essa ideia, no entanto paramos junto a uma banca, o Fernando ainda comeu um camarão, eram muito pequeninos, voltamos à estrada. Nada mais houve de significativo até chegarmos a casa do Rui.

Quando lá chegamos o Adélio estava no carro dele à espera que chegasse o resto do pessoal, dessa forma chegamos todos juntos. O Rui já estava em casa.

A casa do Rui fica no 1º andar, mas tem nas traseiras um bocadinho de terreno que está muito bem aproveitado, tem lá um fogareiro, dá para fazer uns bons grelhados, grelhados era o que constava o menu para hoje.

Começamos, ou melhor eles começaram por grelhar umas coisas tipo salsichas que o António comprou, enquanto aquilo grelhava, estivemos a comer melão com presunto e a beber um bom vinho maduro branco de S. Marta, não era da cooperativa era do Domingos, quem levou o vinho foi o Zé.

O convívio estava óptimo, o que tínhamos para comer também. As ditas salsichas estavam prontas a serem devoradas por nós, estávamos entretidos com aquilo quando o Rui colocou no grelhador umas postas de bacalhau, estava a cumprir o que tinha prometido ao Zé.

A mulher do Rui também estava a ter trabalho, estava a arranjar umas batatas para acompanhar o bacalhau. Estava uma delicia, de tal forma que a enorme travessa ficou limpa.

Depois do jantar era a hora da sobremesa, nisso eu não fui, não gostava do que havia, tinha muito leite.

O pessoal já estava com um ritmo, que dava para entrar pela noite, depois da mesa arrumada fomos para uma “suecada “, o meu parceiro era o Fernando, o Zé com o António e o Rui com o Adélio, a equipa mais fraca era claramente a minha, como tal deixamos serem primeiro os outros a jogar, eu até só jogo para dar equipas certas, caso contrário nem jogava.

Durante o jogo com a noite já adiantada e o pessoal sempre a molhar a garganta, eu estava já há muito a beber refrigerantes, o Rui decidiu reacender o fogareiro para grelhar uma fêveras. Ninguém queria, mas ninguém o conseguia convencer a desligar aquilo, ele já estava um pouco alcoolizado, já não é o Rui de outrora, facilmente fica de rastos.

Como o Rui já estava daquela maneira e como já estávamos na segunda parte da noite, terminamos o jogo e regressamos ás nossas casas.

Eu estava bastante cansado, quando cheguei a casa adormeci facilmente, também não tinha cometido exageros nas bebidas, posso mesmo dizer que quase não bebi álcool.

Este jantar serviu quase como uma despedida antes de férias, eu ia na semana seguinte.




Foto de Vânia Rodrigues

1 comentário:

  1. Sempre capofonia.......
    O importante é mesmo ser feliz, e ter bons momentos......

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