terça-feira, 31 de março de 2009

Tossa De Mar - Encontros e Desencontros X

Domingo, 10 de Agosto de 1997.

Apesar de a noite não ter sido bem passada, tudo devido ao acidente da véspera, tirou-me o sono, acordei durante a noite várias vezes, mas apesar disso e como o que é bom termina depressa, estas férias terminavam neste dia, estávamos na derradeira etapa. A manhã estava prevista ser passada nesta enorme e magnifica cidade, é uma cidade completamente diferente de Barcelona, cada uma ao seu estilo, Barcelona vive um ambiente mais louco, aqui é tudo “mais ajuizado”. Gostei imenso de ver as fontes em Madrid, é uma cidade interior, e toda aquela água a jorrar das muitas fontes da cidade dá um certo ar fresco, é agradável ver aquilo, Barcelona fica muito aquém nesse aspecto.

Fomos á plaza mayor, fotografar e filmar, estava o Miranda a filmar quando vi do lado oposto ao que ele filmava uma rapariga aparecer à janela em lingerie, abriu o apetite, já tinha tomado o pequeno almoço no hotel, tinha sido bolos e sumos de laranja, não daquilo, aquilo era bem melhor. Sugeri ao Miranda que filmasse, mas era tarde, ela recolheu aos seus aposentos.

Fomos à praça de Cibeles, magnifica fonte e com belas estátuas, depois fomos à praça de Colombo, outro local magnifico. Aqui tinha um homem com um cartaz a maltratar o regime cubano, andavam por ali uns tipo amarelos, não sei se chineses, japoneses, não interessa, ficaram a olhar para aquilo e fotografaram, nós fotografamos as belas coisas que ali existem. Depois fomos às portas de Alcalá, outro local bonito, e muito mais tínhamos para ver, o tempo é que não permitia. Estava quase no fim a nossa estadia aqui, mas claro que não podíamos partir sem visitar uma catedral, fomos ver a que existe junto ao palácio real, existe uma outra e fica perto dali, mas ficamos por esta. Filmamos e fotografamos o palácio real, faltava outro monumento de interesse o Santiago Barnabéu.

Quando chegamos ao palácio real, vínhamos da praça de Espanha, mais fotos gastei. Quando decidimos partir para o estádio do real, vimos que tínhamos estacionado o nosso carro quase ao lado do carro dos velhotes, não sabíamos se o carro deles já lá estava quando chegamos ou se chegaram depois, no entanto não os vimos.

Partimos, fomos para o estádio, estava fechado. Como estava fechado pensamos iniciar a viagem de regresso a casa. O tempo ameaçava chuva, já tínhamos apanhado alguma chuva quando estávamos na plaza mayor, molhei os meus cabelos.

Abandonamos Madrid, desta vez não nos enganamos no caminho, também não tinha que enganar, pensávamos que se desse tempo íamos visitar o Vale dos Caídos, é onde está sepultado o Franco, como o tempo piorou e começou a chover, a visita ficou adiada para outra oportunidade, falta saber quando será.

Entramos na estrada nacional, aproveitamos a auto estrada até onde era de borla, quando era a pagar, fomos para a estrada nacional. Em S. Rafael paramos para meter Gasóleo e não Diesel como é em quase toda a Espanha, também estávamos num posto da Galp.

Quando partimos de Madrid, o carro estava com 58990 km. e ainda ia fazer muito mais.

A chuva passou, e como não se via policia, deu para carregar um pouco mais no pedal. Vimos as placas de El Escorial, não dava para ir ao Vale dos Caídos, seguimos. Passamos em Villacastín, a próxima localidade com algum significado era Ávila. A paisagem nada tinha de especial, o tempo como estava convidava a andar, devorávamos km.

Chegados a Ávila pensamos que talvez tivesse interesse visitar aquilo, mas como andávamos pelo talvez continuamos a nossa caminhada até Salamanca, ali era certo que parávamos, a fome começava a aparecer.

A estrada era como sempre boa, o movimento não era nenhum, a policia não se via, mantínhamos a nossa velocidade. Já bem próximos de Salamanca víamos aves, não sei se eram Milhafres, se eram, não estavam feridos na asa, ou se eram águias, lá que eram grandes , lá isso eram. Houve um que fez um voo picado, veio à estrada apanhar algo, não vi o que foi, era bonito filmar aquilo, só que o homem das filmagens estava agarrado ao volante.

Chegamos a Salamanca, é uma cidade pequena e que fica a uma centena de km. da nossa ilustre pátria.

Portugueses abundam por estas paragens, já se tinha ido todo o encanto das férias.

Quando entramos na cidade, andamos a dar umas voltinhas à procura de um bom lugar para estacionar, estava difícil. Passamos na Praça de Espanha, deve existir em todas as cidades Espanholas, isso revela talvez um pouco falta de imaginação, são muito repetitivos.

Conseguimos arranjar um lugar para deixar a nossa viatura, ficava numa estreita rua do centro de Salamanca e à sombra, isso era importante, estava muito sol, um dia muito quente, era bom ficar à sombra.

Começamos a palmilhar o centro da cidade, é uma pequena cidade. Entramos num estabelecimento especializado em sandes, “Bocata World”. Estava quase vazio, também eram sensivelmente 16 horas. A rapariga que nos atendeu era muito interessante, trocava de boa vontade a sandes por ela. Voltei ás perguntas do costume, disse que não queria queijo, a sandes que eu tinha pedido por acaso levava, ela disse que tirava o queijo. Também tinha direito a sobremesa, só que das disponíveis eu não queira nenhuma, todas elas eram à base de leite, eram tipo iogurte, eu não queira mas ela “obrigou-me” a escolher uma, dizia ela para eu trazer porque estava pago, eu insistia que não queria, só o sorriso dela me convenceu, decidi trazer aquilo e depois deitar ao lixo.

Terminado o nosso almoço e lanche, demos uma volta pelas imediações. É uma pequena cidade mas interessante, merece uma visita mais cuidada e numa altura em que tem um ritmo de vida normal, desta vez pouca gente tinha, era Domingo.

Visitamos a Plaza Mayor lá do sítio, é uma praça grande, não como a de Madrid e muito degradada, aquilo com umas boas obras de restauro, ficava belíssimo. Tem ali um posto de turismo, não me podia vir embora sem trazer um mapa da cidade, o Miranda não quis nenhum.

Como o encanto das férias tinha terminado, agora quase que interessava chegar o mais depressa possível a casa, partimos de Salamanca quando o relógio passava pelas 16h30m.

O movimento na estrada começou a aumentar, voltamos a pensar nos velhotes. Os carros portugueses começavam a ser a maioria na estrada. Pouco depois deixamos Espanha para trás, abandonávamos a terra que nos acolheu nestas férias de 1997, agora talvez só no fim de semana da Páscoa, estamos a pensar passar uma semana em Sierra Nevada. Entramos neste cantinho à beira mar plantado como alguém se lembrou de dizer um dia.

Estávamos em Portugal, curiosamente e apesar de estarmos em terras bem conhecidas a condução tinha que ser diferente, é curioso mas é verdade, o civismo nas estradas espanholas existe, aqui não. Em Espanha pode-se fazer previsões quanto ao tempo de duração de uma viagem, aqui pode-se mas raramente dá certo.

Eram 18 horas quando passamos na Guarda, tentei tirar uma foto à cidade desde a estrada, e tirei só que nestes casos sou especialista em fotografar os postes, acho que apanhei um quando disparei. Voltamos a lembrar os velhotes, seria ali que eles deixavam a IP5, pensamos que seria aquele o caminho que eles levavam para regressar à Covilhã. Telefonei para casa, falei com a minha mãe, fiquei a saber que o meu pai estava doente.

Já tínhamos andado mais de três mil quilómetros, nunca tivemos nenhum problema, agora parecia que se estavam a juntar todos. A volta a Portugal tinha terminado, alguns carros de apoio das equipas estrangeiras passavam a grande velocidade no sentido contrário, no nosso não se andava assim, aquilo parecia um cortejo fúnebre.

Numa estrada daquelas por vezes aparecia um “domingueiro” que ia a baixa velocidade e a curtir a paisagem, formavam-se enormes filas. Aos poucos íamos passando, mas uma dessas ultrapassagens podia ter consequências trágicas, ao fazermos uma ultrapassagem ficamos quase de frente com uma moto, tentamos meter novamente na nossa faixa de rodagem, só que inexplicavelmente o gajo que seguia à nossa frente travou, porquê não sabemos, mas também logo que nos foi possível ultrapassar o gajo fizemos-lhe a vida negra.

Quando estávamos próximos de casa é que íamos ter problemas!. Foi um alivio quando deixamos a IP5 e entramos na auto estrada. Fizemos uma pequena paragem em Antuã, foi só o tempo para beber qualquer coisa, fomos em Pepsi, o tempo da cerveja tinha terminado em Salamanca. Para despedida voltamos a ouvir as nossas músicas, dos Delfins claro!, foi o “Hino do Amor”, “Através da Multidão” e “Ao passar o Navio”, mais se ouvia mas terminamos assim para ficar com aquele gostinho.

Quando cheguei a casa deviam ser perto de 20 horas, o carro estava com 59557 km. feitos, significa que durante estas férias andamos 3822 quilómetros, foi muito quilómetro andado em tão pouco tempo. Estava cansado, agora precisava de férias para descansar destas férias.

E estava terminada uma semana de férias, uma super semana de férias diga-se. Tenho mais três semanas, não sei quando as vou ter nem onde vou passar, certamente não passarei desta forma, mas espero que sejam boas. Até lá há que trabalhar.


1 comentário:

  1. Não sabia dessa tuav faceta ,gosto por tirar fotos a postes.....
    Também conheço uma pessoa assim ,e foi despedida dessas funções.

    Férias sabem sempre a pouco ainda mais quando corre bem...

    ResponderEliminar