sexta-feira, 20 de março de 2009

Uma Viagem pelo Portugal Desconhecido


Sábado, 3 de Maio de 1997.
Há um ano atrás estava eu a chegar de Paris, que saudades, esse foi um dia memorável para mim, hoje estava eu em mais um passeio, desta vez sem destino previamente definido.
Como de costume neste tipo de viagem, combinamos sair bem cedo, desta vez não foi excepção, o Fernando estava em minha casa eram 7 horas, eu já estava pronto. Fomos para casa do António Augusto, era lá o local da partida “oficial”.
Paramos no centro da Maia para eu poder levantar dinheiro, 5 000$00, pensei que chegaria, o Fernando disse o mesmo.
Quando chegamos a casa do António não estava lá ninguém, também é costume. Passado pouco tempo fomos tocar à campainha da casa do António, estava a tomar o pequeno almoço.
Só nos restava aguardar, viemos para a carrinha e ficamos na letra , algum tempo depois chegou o António, o Rui e o Zé não demoraram muito, depois do António ter chegado.
Demos inicio à viagem, eu nem sabia por onde iríamos, mas logo me apercebi que íamos apanhar a auto estrada para Braga.
A viagem até Braga foi rapidíssima, íamos entretidos a discutir o programa da SIC “Donos da Bola”, eu como de costume não vi, daí que estive com atenção ao que eles diziam.
Eram 8 horas quando chegamos a Braga, pouco era o movimento nas ruas, não paramos, passei junto à Universidade do Minho em Gualtar. Alguns Km. à frente, à nossa frente ia uma camioneta de carga de caixa aberta, a carga era constituída por colchões, até aqui nada de especial, a anomalia era que os colchões estavam de tal forma inclinados que se ainda viravam se passasse numa curva mais apertada, por algum motivo o condutor ia devagarinho, para além do condutor ia uma mulher e uma criança.
As estradas até aqui estavam em bom estado, estava admirado. Seguimos em direcção a Vieira do Minho. Nesta altura a conversa já andava em torno da pesca, falava-se da nossa última pescaria, de uma pescaria que temos combinado todos juntos e o Adélio. Adélio que não foi connosco porque foi á pesca.
Passei bem próximo do Gerês, mas não fomos até lá, é um local que gosto e apenas lá estive duas vezes, ambas de fugida.
Estivemos para parar num café onde o Fernando pára quando vai pescar para Pisões, mas o Zé sugeriu para mais à frente para comer o que ele levava, que até ao momento era segredo. Fomos andando, cada vez mais penetrávamos no meio rural, começamos a procurar um local para parar, só que havia sempre algum esquisito e lá continuávamos nós o caminho até se encontrar um local do agrado de todos.
Esse local apareceu uns bons Km. à frente, na barragem da Venda Nova, local bonito.
Estacionamos do outro lado da barragem, arranjamos um local agradável para comer o que o Zé tinha levado.
Estávamos nós no inicio, quando vi uma pequena cobra já morta debaixo dos pés do António, ela não tinha mais de 15 cm. E apesar de morta eu nunca mais fiquei tranquilo, de tal forma que o bolo já nem me estava a saber bem, é que aquela era pequenina e pensei que deveria haver algum ninho delas por ali, estava ansioso de sair dali. Tinha a máquina preparada para tirar umas fotos ao pessoal, mas já não tirei nada.
Quando finalmente decidimos partir fiquei mais tranquilo.
A paisagem por ali era extraordinariamente bela, a partir daqui começávamos a caminhar para terras Transmontanas, fiquei a saber que íamos até Pisões , essa curta distância foi percorrida rapidamente, a estrada continuava em muito bom estado. Já em Pisões existem uns bairros de casas térreas que foram construídos e usados pelo pessoal que fez a barragem.
Na barragem estavam alguns pescadores, mas daquele tipo de pesca eu não gosto, é muito profissionalizada. Eles usam uns suportes que presos no muro da barragem, serve de pedestal, uma vez que o muro é alto. Depois usam uns suportes tipo grampo para segurar a cana . Segundo o Fernando estava pouca gente a pescar, neste dia tinha mais canas do que pescadores. Alguns estavam a pescar com quatro ou cinco canas.
Paramos em cima da barragem, fomos dar uma espreitadela, para quem tem vertigens aquilo não é aconselhado, apesar de ter um muro. Também estivemos junto a um pescador já de uma certa idade, estava a pescar carpas, e que carpas, tinha um saco dos que se usam nas batatas, cheio de carpas, não eram muitas mas as que lá estavam eram enormes.
Pouco nos demoramos por esta barragem que é conhecida pela barragem de Pisões mas o seu verdadeiro nome é Barragem Alto do Rabagão. O Fernando ainda nos indicou o restaurante onde costuma almoçar quando vem pescar para estes lados, como era muito cedo para almoçar continuamos o nosso caminho.
Estrada nacional 103, estrada que passa por Chaves e termina em Bragança, era a estrada em que nos encontrávamos. Não longe da barragem havia um viveiro de trutas, viveiro que já tínhamos observado desde a barragem. O Fernando perguntou se alguém queria comprar trutas, claro que eu aproveitei logo. Fomos ao local onde vende , local esse que fica afastado dos viveiros. Quando lá chegamos eram cerca de 11 horas mais minuto menos minuto, o homem que lá estava disse que ainda não havia trutas para venda aquela hora, teríamos de aguardar até ás 12 h 30 m, era impossível esperar todo aquele tempo, daí que decidimos vir embora. O homem foi simpático, telefonou para o local dos viveiros a perguntar se havia alguma hipótese de nos trazerem trutas antes da hora estabelecida, ficou combinado esperar um pouco. Enquanto aguardávamos pelas trutas o pessoal entreteu-se a apanhar grilos, só o António é que teve sucesso em tal tarefa. Já estávamos a ficar cansados de esperar e já estávamos decididos em vir embora quando o homem foi aos viveiros buscar as trutas, agora aguentávamos mais um bocadinho. As três mulheres da casa estavam na conversa não muito longe de nós e falavam sobre nós, pelo menos fiquei com essa ideia. Também não me preocupava, nenhuma delas me interessava, quanto aos outros já não digo nada.
Finalmente chegaram as trutas, era cada peixe! . O Fernando comprou uma das grandes, o Rui também, eu também comprei uma grande e salmonada o António comprou umas cinco das pequenas. Fiquei admirado com o preço, pela minha paguei quase 1 200$00, achei muito barato. Compras feitas partimos, decidimos não ir ao restaurante aconselhado pelo homem que nos vendeu as trutas, ele tinha aconselhado um restaurante em Montalegre, o “Falta de Ar”, chegou inclusivamente a reservar uma mesa para nós no restaurante, parece que é amigo do proprietário do dito restaurante. Fomos ao restaurante Pinto que também fica próximo de Montalegre.

1 comentário:

  1. Pisões dizem ser giro, mas a vossa pesca

    Acho é que foram pescados... o resto vai se lá saber o que aconteceu

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